KAMPALA - O presidente de Uganda, Yoweri Museveni,
recusou-se a promulgar uma lei aprovada pelo Parlamento do país para
criminalizar os homossexuais e pediu aos deputados que revisem o projeto,
segundo a imprensa local. A lei previa prisão perpétua por delitos de
"homossexualidade agravada".
Carl
Court/Arquivo/AP
Museveni não
assina lei contra homossexuais
No entanto, os termos usados por Museveni para se
referir aos homossexuais causou revolta entre ativistas. Em carta enviada
ao presidente do Parlamento para justificar sua decisão, Museveni alegou que
"pessoas anormais" não precisam ser encarceradas ou mortas.
Para ele, os homossexuais do país precisam de "reabilitação
econômica".
No texto, Museveni atribui a homossexualidade em parte
à "procriação desordenada" das sociedades ocidentais. Em outros
casos, prossegue ele, homens tornam-se gays por "motivo de dinheiro"
e mulheres "viram lésbicas por falta de sexo com homens."
Os detalhes da carta, publicados pelo jornal local
Daily Monitor nesta sexta-feira, 17, e confirmados por um porta-voz da
presidência, provocaram revolta entre os defensores dos direitos dos
homossexuais.
A caracterização dos homossexuais pelo presidente
"gera ainda mais ódio" em um país onde a discriminação já é
exacerbada, declarou o ativista Frank Mugisha. Para ele, "não há motivo
para comemorar" o fato de Museveni não ter promulgado a lei, aprovada pelo
Parlamento no fim do ano passado.
Segundo analistas ugandenses, Museveni se negou a
aprovar a lei consciente por conta da previsível reação contrária da
comunidade internacional.
O Parlamento pode voltar a enviar a lei ao
presidente com emendas ou sem. Caso Museveni volte a não assiná-la, a lei fica
promulgada e entra em vigor ainda sem a assinatura do presidente./ AP e EFE
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