segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO NO ANO 100 DC.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo soa como uma ideia contemporânea. Mas há quase 20 anos um estudioso católico de Yale chocou o mundo ao publicar um livro repleto de evidências de casamentos entre pessoas do mesmo sexo que foram sancionados pela igreja cristã primitiva durante uma era comumente chamada de Idade das Trevas.

Ilustração de Sergio e Baco em uma união do mesmo sexo.

John Boswell foi historiador e religioso católico que dedicou grande parte de sua vida acadêmica estudando o fim do Império Romano e o início da Igreja Cristã. Debruçado sobre documentos legais da igreja a partir desta época, descobriu algo incrível. Havia dezenas de registros de cerimônias da igreja, onde dois homens se uniam utilizando os mesmos rituais de casamentos heterossexuais. (Não foi descoberto quase nenhum registro de uniões lésbicas, provavelmente afetada por uma cultura que mantinha mais registros sobre a vida dos homens em geral).
Amparado por essa evidência, Boswell publicou em 1994, um ano antes de sua morte em decorrência da AIDS, um livro chamado de Same-Sex Unions in Pre-Modern Europe (Uniões do mesmo sexo na Europa pré-moderna). O livro atraiu controvérsias, atraindo críticas tanto da Igreja Católica quanto de comentaristas e sexólogos.
Dada as visões atuais da Igreja sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, os detratores argumentaram que a história de Boswell parecia mais uma desejosa maneira de ver a história.
Mas não era, Boswell havia realmente começado sua pesquisa na década de 1970 e publicou outro trabalho igualmente controverso em 1980, intitulado de Christianity, Social Tolerance, and Homossexuality: Gay People in Westrn Europe from the Beginning of the Christian Era to the Fourteenth Century (Cristianismo, Tolerância Social e Homossexualidade: Pessoas Gay na Europa Ocidental desde o início da era cristã ao século XIV). As uniões reservadas e refinadas do mesmo sexo expandiram muito sua aprendizagem ao longo da vida de pesquisa em fontes primárias em bibliotecas e arquivos espalhados.


Foto: Boswell em 1980

Como esses casamentos foram esquecidos pela história? Uma resposta fácil é que, como argumenta Boswell, a Igreja reformulou a ideia de casamento do século 13 para ser apenas com fins de procriação. E isto, batia a porta para o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Acadêmicos e funcionários da Igreja trabalharam duro para suprimir a história desses casamentos a fim de justificar a sua nova definição.
É evidente, a história é mais complicada do que isso. Boswell afirma que parte do problema é que nós definimos o casamento entre heterossexuais de forma tão diferente hoje que é quase impossível que os historiadores reconheçam documentos de 1800 anos de idade. Muitas vezes, esses documentos referem-se a unir "irmãos", que na época teria sido a maneira de descrever parceiros do mesmo sexo, cujo estilo de vida era tolerado em Roma. Além disso, os casamentos de mais de um milênio atrás não eram baseados na procriação, mas na partilha da riqueza. Assim, "casamento" ás vezes significava uma união não sexual de duas pessoas, ou da riqueza das famílias. Boswell admite que alguns dos documentos que encontrou pode referir-se simplesmente a união não-sexual de fortunas de dois homens, mas muitos se referem ao que hoje chamaríamos de casamento gay.
O jurista Richard Ante escreveu um artigo para um jornal explicando que o livro de Boswell pode até ser usado como evidência para a legalidade do casamento entre pessoas homossexuais, uma vez que mostra evidências de que as definições de casamento mudaram ao longo do tempo. Ele descreve algumas evidências (de Boswell) destes ritos de casamento do mesmo sexo no início do primeiro milênio:
O rito de enterro dado a Aquiles e Pátrolo, ambos homens, era um rito de enterro para um homem e sua esposa. As uniões de Hadrian e Antinous, de Polyeuct e Nearchos, Felicidade e Perpétua e dos Santos Sérgio e Baco, todas foram semelhante a dos casamentos heterossexuais de suas épocas. A iconografia de Sérgio e Baco foi a usada em cerimônias nupciais do mesmo sexo pela Igreja Cristã Primitiva.
A principal evidência de que as uniões do mesmo sexo eram casamento é o fato da semelhança íntima das cerimônias heterossexuais. O estudioso literário Bruce Holsinger descreve detalhes das cerimônias do mesmo sexo das histórias de Boswell:
[Boswell] postula habilmente o desenvolvimento dos escritos nupciais heterossexuais e de casais do mesmo sexo como um único fenômeno, acompanhando o crescimento do último de "apenas um conjunto de orações" no início da Idade Média para seu florescimento como um "escrito cheio" no século XII, que envolvia "queima de velas, a colocação das mãos dos dois cônjuges sobre o Evangelho, a união de suas mãos direitas, a ligação de suas mãos... com um padre de estola, uma coroação com uma ladainha introdutória, a Oração do Senhor, a Comunhão, um beijo e as vezes um circular ao redor do altar." Boswell dedica um capítulo inteiro comparando esses rituais a seus homólogos heterossexuais, revelando uma série de semelhanças extraordinárias entre os dois; em vários apêndices, totalizando quase 100 páginas, ele compilou numerosos exemplos dos próprios documentos (incluindo cerimônias de matrimônios heterossexuais e rituais de adoração para comparação) para permitir que "os leitores... julguem por si mesmos", como diz ele. (Boswell traduziu a maior parte das cerimônias, por isso os leitores não terão que se preocupar em ler em eslavo da Velha Igreja).
Eram as uniões do mesmo sexo da Idade Média a mesma coisa do casamento LGBT de hoje? Provavelmente não. As pessoas da época não teriam visto a união de dois homens como algo fora do comum. O próprio casamento significa algo diferentes a milhares de anos atrás, e os tabus sociais contra a homossexualidade ainda não tinham se solidificado. Ainda assim, no trabalho de Boswell encontramos registros de instituições onde os casais do mesmo sexo foram honrados com as mesmas cerimônias que os casais do sexo oposto. Dois homens poderiam viver como "irmãos", partilhando riqueza, casa e família. E sim, eles também podiam se amar uns aos outros.
Embora Boswell tenha morrido antes de seu país começar a permitir o mesmo tipo de união, ele pôde desenhar a esperança de saber algo que a maioria das pessoas não sabiam. Até mesmo os tipos mais fundamentais das relações humanas mudam com o tempo. Aqueles que são banidos hoje podem ser abençoados amanhã, assim como eram a mais de mil anos atrás.

Fonte: io9.com.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O QUE AS PESSOAS REALMENTE QUEREM DIZER QUANDO AFIRMAM: "MAS EU ACREDITO NA BÍBLIA POR INTEIRO"

"Mas eu acredito na Bíblia por inteiro"

É uma frase muito comum de si ouvir nos círculos cristãos.
No curso de ensinar aos outros a viver como Jesus viveu, fazer o que Jesus fez e seguir o que Ele ensinou não há escassez de objeções a ideia. Infelizmente, aqueles que na maioria das vezes se opõe a noção radical do dever de realmente seguir o que Jesus fez e obedecer o que Ele ensinou, são companheiros cristãos.
Embora possamos amar cantar: "Eu decidi seguir a Jesus, não tem volta, não tem volta". Mas, quando entramos no âmago da questão de emular como Jesus viveu e obedecer as coisas que Ele ensinou, tropeçamos em coisas que não parecem muito sensatas para nós.
Amai vossos inimigos?
Morrer pelos inimigos em vez de matá-los?
Bem-aventurado os mansos?
Ponha de lado sua espada?
É muito pouco para alguns cristãos. E assim, aqueles que lutam com o compromisso de seguir Jesus tiram um ás de sua manga: "Mas eu acredito em toda a Bíblia".
Admito, soa bem na superfície, mas aqui está o que realmente significa: "Eu particularmente não me importo com o que Jesus disse nessa passagem, mas, sei de uma do Antigo Testamento que entra em contradição com ela, então sigo o Velho Testamento."
Já ouvi isso expresso um pouco mais diretamente: "Sim, Jesus disse para amar seus inimigos, mas Ele é o MESMO Deus que comandou a morte dos bebês cananeus, certamente, não significa que não possamos matar nossos inimigos. Caminho olhando para frente, e acredito na Bíblia por INTEIRO, obrigado."
É um jogo fácil de se jogar por existir uma abundância de textos para escolher. Como disse Brian Zahnd recentemente: "o caminho mais inteligente para se esconder de Jesus está por trás de uma Bíblia." Infelizmente, é verdade. Se você deseja executar completamente o exemplo e os ensinamentos de Jesus, pode fazê-lo sem sair das páginas das Escrituras.
Se esconder de Jesus usando a Bíblia, não é nada original, tem sido assim desde que Ele andou entre nós. De fato, encontramos no evangelho de João 5:9, Jesus repreendendo os líderes religiosos por usarem a Bíblia como um escudo para evitar esta nova forma radical de vida que Ele propunha. Ele diz que eles perderam todo o propósito das Escrituras: Ele mesmo.
Jesus adverte que pode-se conhecer o Antigo Testamento por dentro e por fora, e ainda assim perder o ponto de tudo isso. Adverte que se alguém usa a Escritura para evitar a sua nova maneira de viver, se alguém a usa para encontrar razões para não seguir seus ensinamentos e exemplo, terão perdido a própria vida.
Jesus explica-os usando a analogia de um edifício, uma história que muitos de nós aprendemos em canções quando éramos crianças. Havia um homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha, e um imprudente que edificou sua casa sobre a areia. A história segue e descem "as chuvas, e correm os rios, e assopram os ventos..." Qual delas durou? O da rocha, é nítido. No final da analogia Jesus explica: "Portanto, quem houve estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha" (Mateus 7:24).
Note que Ele não diz: "todo mundo que lê a Lei de Moisés e a põe em prática é como o homem prudente...", mas diz: "todo aquele que ouve estas minhas palavras...".
Quando alguém se depara com algo que Jesus disse e responde com: "Mas eu acredito na Bíblia inteira", está se engajando em uma tradição de mais de 2000 anos de idade, a de usar a Bíblia para se esconder de Jesus, e torna-se o construtor de tolice da história que se recusou a construir sua casa sobre a única coisa que realmente vale a pena: o exemplo e o ensinamento de Jesus.
Mais tarde, no Novo Testamento, encontramos uma prova que é um aviso Deus de que devemos imitar o exemplo de Jesus: "Aquele que diz que esta nEle, também deve andar como Jesus andou." (I João 2:6).
Observe que a evidência de que nós pertencemos a Deus não é vivermos como Moisés ou Josué, ou qualquer outro personagem da Bíblia: é vivermos como Jesus.
Veja, o ponto da história de Deus é Jesus. Ele sempre foi uma história sobre Jesus. Nunca foi sobre qualquer outra coisa. O momento em que os líderes religiosos perdem a verdade é quando usam o Antigo Testamento para se esconder da nova coisa que Deus queria mostrar-lhes.
Todo o propósito da vida cristã é viver como Jesus, aqui e agora.
É o Antigo Testamento útil? Certamente. Mas sempre há uma tensão entre algo que Jesus disse e algo de outras partes da Bíblia, o desempate é sempre de Jesus. SEMPRE. Isso porque Jesus disse que todo o ponto do Antigo Testamento era trazer-nos para segui-lo. Apenas Ele. Ninguém e nada partilha seu lugar. Não há outros personagens da Bíblia, nem mesmo a própria Bíblia. Se Jesus é o Senhor, nada mais pode ser.
Assim, quando alguém responde aos ensinamentos de Jesus com: "Mas eu acredito em toda a Bíblia", geralmente é um sinal de que está fugindo dEle e usando a própria ferramenta para apontar-nos um novo caminho.
Mas é nosso trabalho levar as pessoas de volta a Jesus, até mesmo os companheiros cristãos, mesmo que nos tornemos impopular.
Porque seguirmos os ensinamentos e o exemplo de vida de JESUS sempre foi o ponto de tudo isso.

Fonte: www.patheos.com.

O GIGANTE ADORMECIDO DO CRISTIANISMO PROGRESSISTA

É ESTE O FIM?

Phyllis Tickle sempre argumentou que a luta sobre o casamento e a sexualidade humana seria a última batalha da guerra cultural. É a última pasta da plataforma política conservadora cultural; e a pasta está desmoronando. É por isso que a luta foi tão brutal. Ele argumenta que os cristãos conservadores veem isso como o fim, e estão, portanto, dispostos a lutar até o último suspiro para defender o status quo.
Na última década uma vasta erudição emprestou o argumento progressista para a igualdade no casamento e no tratamento das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais - LGBT, hoje há muito mais consenso entre os cristãos e estudiosos do que em uma década. As "passagens Clobbers" foram dizimadas nos últimos anos e por isso totalmente desacreditadas e, a influência sobre sua discussão tem cada vez menos efeito fora dos limites dos cantos extremos da fé e de seu resíduo em nossas tradições.
A maré nitidamente mudou e ficou anos atrás. Estamos apenas sentindo as correntes agora. Assim, não é de se admirar que os guerreiros da cultura se sintam tão perturbados e ameaçados, dada a mudança dramática e aparentemente rápida (Embora, o que levou a isso, tenha sido um trabalho de base através de décadas) na cultura. A decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2013 e também da Suprema Corte Americana não foram momentos isolados, mas, um divisor de águas em meio a uma luta de meio século.
De certa forma a preocupação conservadora é correta. As coisas mudaram. Mas não de repente, e não para o mal. De muitas maneiras, essa era uma guerra cultural, lançada na década de 1980 sobre o chamado inimigo de dentro, que raramente lutou contra, mas que nos trouxe até aqui. A organização e os ralis da causa conservadora unificada não vem dos opressores não liberais, mas, de uma cultura moderada e normatizada que luta contra a pós-modernidade, esta guerra e todo seu campo de batalha são com as questões que constroem nosso mundo. Uma guerra pela fé, pela própria definição de verdade.
Isso significa que o único alvo desacreditado nesta guerra são os outros cristãos. Está nítido que é um movimento estranho, uma vez que parece ser um comportamento decididamente não-cristão.
Também é ilógico em propósito. Nenhuma parte da igreja foi mais duramente atingida pela queda da modernidade do que a linha progressista de centro. Ela tem lutado para levantar sua voz e reivindicar sua ética cristã com força e nitidez, mas, fica muito atolada e misturada a enigmas filosóficos, dicção e doutrinas.
Os cristãos conservadores têm ridicularizado as igrejas progressistas e a linha principal de suas lutas, criticando e humilhando em fóruns públicos por décadas, sempre sugerindo que seu declínio coincidirá com o declínio do liberalismo. Ás vezes indo tão longe, a ponto de chamá-lo de castigo de Deus. Nos últimos anos houve a maior taxa de declínio entre os evangélicos conservadores e os progressistas em muito tempo. Embora o cristianismo conservador tenha sido um pouco mais forte que há uma década atrás, o cristianismo progressista nunca foi tão fraco.
Por que então, os conservadores o escolheram como valentão? Em suas próprias medidas de auto-avaliação eles têm ganhado. Se a tendência continuar, eles terão vencido em questão de décadas. Então, como pode isso? O membro mais fraco da família cristã é, na realidade, o mais perigoso? Os progressistas, os mais insignificantes, ignorados e ridicularizados é, simultaneamente, o inimigo mais assustador que a igreja já enfrentou? É ambos, insignificante e aterrorizante ao mesmo tempo. Mas, e se os conservadores sabem algo que nós não sabemos? E se eles realmente sentem algo sobre o resto de nós que não percebemos ainda? Ou, mais importante, não estamos dispostos a reconhecer em nome de nossas igrejas?
Os progressistas tem desempenhado o papel de gigante adormecido que recusa-se a despertar, mesmo diante de todos os acontecimentos. Recusa-se a despertar mesmo após o 11/09 nos EUA. Recusa-se a ser despertado mesmo após a tortura de Abu Ghraib. Recusa-se a despertar após o colapso econômico. Recusa-se a despertar em meio a desigualdade de gênero, geracional e racial, a lgbtfobia, em meio ao aumento da mortalidade infantil, corrupção, desigualdades no acesso a justiça, educação e saúde.
Talvez o gigante adormecido seja lento para acordar, despertou a décadas atrás, mas é lento para ficar em pé. Mas, é difícil de controlar e impossível de parar.
E talvez, apenas talvez, eles o nomeiam de gigante, o verdadeiro gigante, o da transformação; que não são as igrejas progressistas em si, mas a ética teológica progressista que desperta muitos para abraçá-la. Pois é o próprio gigante que as igrejas conservadoras temem.
O gigante, tão aterrorizante para os privilegiados que vivem confortavelmente, para os ricos e igualmente ignorantes. Ele veio trazer o Reino, virando as coisas de cabeça para baixo, de dentro para fora. As grandes igrejas abatidas e as pequenas levantadas. Um gigante de transformação e inovação de gostos que a humanidade não via durante gerações, com novas expressões e reflexões de graça ainda não nomeamos. Este gigante vem com amor e esperança. Mas não será gentil com a supremacia branca, a justiça desigual e as contas bancárias bilionárias.
Essas coisas são fato.
Os evangélicos conservadores estão certos: a fé mais poderosa e transformadora está nascendo. Uma fé que anseia por incluir todas e todos nós.

Fonte: http://drewdowns.net

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

VOCÊ SABE O QUE É CRISTIANISMO PROGRESSISTA?


O Cristianismo Progressista é uma forma de cristianismo que se caracteriza pela vontade de questionar a tradição, a aceitação da diversidade humana, forte ênfase na justiça social e no cuidado dos pobres e oprimidos, e gestão ambiental da Terra. Cristãos progressistas têm uma profunda crença na centralidade da instrução do "amor uns aos outros" (João 15:17), dentro dos ensinamentos de Jesus Cristo. Foca-se na promoção de valores como a compaixão, a justiça, a misericórdia e tolerância, muitas vezes através do ativismo político. Embora proeminente, o movimento não é de forma alguma o único significativo do pensamento progressista entre os cristãos (Estudaremos outros movimentos mais a frente).
O Cristianismo progressista baseia-se nas ideias de múltiplos fluxos teológicos, incluindo evangelicalismo, liberalismo, neo-ortodoxia, pragmatismo, pós-modernismo, reconstrucionismo progressivo e teologia da libertação. Embora os termos Cristianismo Progressista e Cristianismo Liberal sejam muitas vezes usadas como sinônimo, os dois são movimentos distintos, apesar de muita sobreposição.
Algumas características do cristianismo progressista, embora nenhuma seja exclusiva dele, são:
  • A vitalidade espiritual e expressividade (incluindo a participativa, adoração com infusão de artes, bem como uma variedade de disciplinas e práticas espirituais como oração e/ou meditação).
  • Integridade Intelectual e criatividade (incluindo uma abertura para questionamentos e uma insistência no rigor intelectual).
  • Compreensão da espiritualidade como um afetivo e real estado psicológico ou neural (Veremos mais na frente Neuroteologia).
  • Interpretação crítica da escritura como um registro de experiências históricas e espirituais humanas e uma reflexão teológica sobre isso em vez de uma composição de fatos literais ou científicos. Aceitação de uma crítica moderna e histórica da Bíblia.
  • Aceitação (embora não necessariamente de validação) de pessoas com diferentes entendimentos do conceito de "Deus" (como o panteísmo, deísmo, não-teísmo) como uma construção ou uma comunidade.
  • Compreensão da comunhão da igreja como um símbolo ou reflexo do corpo de Cristo.
  • Uma afirmação de fé cristã com um sincero respeito simultâneo de verdades existentes em outras tradições.
  • Uma afirmação de ambas unidades humana e espiritual na diversidade social.
  • Uma afirmação do universo, e mais imediatamente da Terra, como contexto natural e primário de toda espiritualidade humana.
  • Um compromisso inflexível com a opção pelos pobres e uma solidariedade constante com eles como sujeitos de sua própria emancipação, em vez de objetos de caridade.
  • Compaixão por todos os seres vivos.
  • Suporte para a afirmação e os direitos LGBT, incluindo, mas não limitado ao suporte para o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a afirmação das pessoas LGBT como cristãs autênticas, afirmação da identidade trans e assim por diante.
8 pontos do cristianismo progressista.
1 - Acredita que seguindo o caminho e os ensinamentos de Jesus podemos tomar uma consciência e experiência do sagrado e a unicidade e unidade de toda a vida;
2 - Afirma que os ensinamentos de Jesus fornecem apenas uma das muitas maneiras de experimentar a sacralidade e a unidade de vida, e que podemos chamar diversas fontes de sabedoria em nossa jornada espiritual; 
3 - Procura uma comunidade que seja inclusiva para todas as pessoas, incluindo, mas não limitada a:
  • Cristãs convencionais e céticos questionadores,
  • Crentes e agnósticos,
  • Mulheres e homens,
  • As pessoas de todas as orientações sexuais e identidade de gênero,
  • Aqueles de todas as classes e habilidades.
4 - Saber que a forma como nos comportamos em relação uns aos outros é a expressão mais plena do que acreditamos;
5 - Achar graça na busca de compreensão e acreditar que há mais valor em questionar do que no absoluto;
6 - Esforçar-se pela paz e justiça entre todos os povos;
7 - Esforçar-se para proteger e restaurar a integridade da nossa Terra;
8 - Comprometer-se a um caminho de aprendizado, compaixão e amor altruísta ao longo da vida.