sábado, 16 de abril de 2016

QUANDO VOCÊ ESTÁ CANSADO/CANSADA DE UM DEUS PAI!


Encontrei essa manhã um texto muito interessante na forma de repensarmos nosso Deus ou Deusa. Olhá-lo de uma outra forma, olhá-lo como uma mulher.
 
Traduzido do texto de Tarrin McDonald.

Cresci ouvindo sobre um Deus Pai e seu Filho Jesus.
Cresci memorizando versículos da Bíblia escritos por homens chamados Paulo, Marcos, João e Lucas.
Cresci aprendendo sobre um Deus paternal que necessita de um sacrifício para si estar com Ele.
Cresci aprendendo sobre os homens históricos, homens divinos, filiação e liderança masculina.
Um dia me senti doente.
Literalmente estava mal do estômago.

Li o livro de Sue Monk Kidd intitulado "The Dance of the Dissident Daughter". 

Em seu livro, Kidd descreve o despertar dentro da igreja cristã de sua consciência de brotamento da macho-centralidade de seus sistemas de religião, congregação, e pessoal de crenças. De repente, veio a consciência de que ela não confiava nela própria, na instituição e orientação feminina pois tinha sido criada para acreditar que a divindade e Deus era em sua natureza do sexo masculino, que outras formas de perceber o Espírito não eram confiáveis.

Com o desdobrar da narrativa de Kidd, senti as placas tectônicas do meu sistema de crenças começar a mudar debaixo de meus pés. Deus sempre foi do sexo masculino para mim. Isso é o que me foi ensinado, e confirmado na igreja, o que foi considerado bom. Eu nem sabia que havia outra opção. Eu nem sequer pensava em considerar que o feminino poderia de alguma forma ser parte de Deus. Estava na barriga do patriarcado, sem saber, me alimentando com uma rigorosa dieta de opressão e desvalorização de mim mesma, tanto dentro de minha igreja, como em uma cultura maior.
"Os símbolos fundamentalistas que usamos para representar Deus, que consideramos um ser bem mais elevado... Estes símbolos ou imagens moldam nossa visão de mundo, nosso sistema ético, e nossa prática social - como nos relacionamos com os outros. Por exemplo, [Elizabeth A.] Johnson sugere que, se uma religião fala de Deus como guerreiro, usando uma linguagem militarista como forma 'de esmagar os inimigos', e convoca as pessoas para se tornarem soldados de Seu exército, então, as pessoas tenderam a tornarem-se militaristas e agressivas. Da mesma forma, se o símbolo-chave de Deus for o de um rei do sexo masculino (sem qualquer imaginário feminino para equilibrar), nos tornaremos uma cultura que valoriza e entroniza homens e sua masculinidade". Kidd.
Eu tomava o masculino e a masculinidade como um ser bem mais elevado, abandonando tudo de bonito e feminino dentro de mim, minha cultura e minha religião. Eu não sabia que estive me amputando toda minha vida através da compra da dominação masculina.
"Há algo infinitamente triste sobre as meninas que crescem compreendendo (geralmente inconscientemente) que se Deus é homem, é porque o sexo masculino é a coisa mais valiosa de si ser. Essa crença ressoa de mil maneiras escondidas em suas vidas. Ela lentamente amputa meninas, tornando-as mulheres amputadas". Kidd.
Queria recuperar minha divindade feminina inerente. Eu não quero mais ouvir "filiação" me incluindo. Eu não sou um filho. Eu não quero ouvir mais nada sobre como meu Pai Deus sabe o que é melhor para mim. Eu tive meu próprio pai terreno que me disse muitas vezes o que era bom para mim. Eu não precisava de um Deus como meu pai. Eu não queria mais ouvir histórias dos homens dominantes, privilegiados o suficiente para escrever suas experiências com seu Deus. Onde estava a história divina das mulheres? Onde estavam as palavras de minhas mães históricas?
"... imagens exclusivas de homens no Divino, não só incutiu um desequilíbrio dentro da consciência humana, mas, legitimou o poder patriarcal na cultura em geral. Isso já é motivo suficiente para recuperar o Feminino Divino, pois não há como negar a real conexão entre a repreensão do feminino em nossa divindade e a repreensão das mulheres". Kidd.
Eu queria mulheres.

Eu queria irmandade.

Eu queria o Feminino Divino.

Eu queria uma Deusa.

Então troquei minha terminologia. Comecei a usar pronomes femininos para Deus, referindo-me a ela/Ela. Quando comecei a fazer isso todos os tipos de inseguranças vieram à tona.

Uma Deusa é forte o suficiente?

Uma mulher é capaz de ser uma Deusa?

Por que me sinto tão errada, ruim e com medo usando pronomes femininos?

Eu tinha inconscientemente absorvido a mensagem de que o sexo masculino era melhor que o sexo feminino, que tinha de ser do sexo masculino para ser confiável, que as mulheres eram inconstantes e instáveis. Eu não sabia que acreditava em tudo isso até mudar a maneira e a linguagem no meu modo de relacionamento com a Divina.
"Percebi a falta do feminino, a língua tinha me comunicado, de forma sutil, que as mulheres eram nulidades, que as mulheres eram contadas em suas relações com os homens... Quando uma mulher começa a se separar do patriarcado, em última análise, ela é abandonada por si próprio". Kidd.
Eu não sabia quem eu era ou qual Espírito estava fora dos padrões e ideias de masculinidade. Foi uma longa jornada para eu começar a abraçar minha feminilidade e a feminilidade da Divindade, permitindo que a luz fosse colocada em meu desconforto e saber que estava segura para trabalhar as difíceis questões que possam surgir.

Amo a conclusão da busca de Kidd: "A autoridade máxima de minha vida não é a Bíblia; ela não está confinada entre as capas de um livro. Não é algo descrito por homens e congelado no tempo. Não é de uma fonte fora de mim. Minha autoridade final é a voz divina em minha própria alma. Período".

Como mulheres, temos sido ensinadas a não confiar nessa voz interior. Fomos treinadas ao longo dos séculos a ouvir líderes masculinos e a interpretação de suas experiências. Quando vamos para fora de nós mesmas para obter respostas e sabedorias, podemos voltar com apenas aquilo que nossa cultura e sistema patriarcal tem para nos oferecer. Quando vamos para dentro e aprendemos a confiar na voz, sensação e intuição da divina mulher, nos relacionamos com nós mesmas e com o mundo de uma forma que é autêntica para quem nós somos.

Se você está no processo de desconstrução do patriarcado, o seu lugar, dentro de sua religião, é saber que a Deusa/Divino Espírito está com você... Você não está sozinha.

Fonte: http://www.mysoulcoaching.com.

sábado, 2 de abril de 2016

O AMOR INCONDICIONAL DE DEUS!

"Um par de mãos começou metodicamente a escavar o solo solto, movendo-o em uma pilha. Quando uma quantidade suficiente de terra tinha sido colocada na pilha, as mãos começaram a mover rapidamente a terra em volta. O barro começou a tomar uma forma nunca vista até então. Quando atingiu a forma desejada, o Criador se abaixou, olhou com aprovação para ela e colocou a boca sobre seus lábios de barro. Ele respirou, forçando o ar para dentro do vaso que tinha formado. De repente, por milagre, a forma respondeu a respiração e saltou para a vida. Adam estava ciente de que era a culminação e o clímax da criação que o Criador acabara de formar, e teve uma ligação especial com Ele, uma relação de amor" (Gênesis 2:7).
"E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem permanece no amor está em Deus, e Deus habita nele". 1ª João 4:16
Deus é amor. Poucas pessoas hoje em dia entendem o que é o verdadeiro amor e não compreendem a incondicionalidade do amor de Deus ao enviar Jesus ao Calvário para morrer por nossos pecados. O amor de Deus é incondicional, ou seja, não importa quem você é, nem o que você tem feito, Deus ama você!
Deus não nos ama pelo que somos; mas sim, pelo que Ele é! Da mesma forma, devemos amar os outros pelo que somos; e não por causa do que eles são, nem pelo que fazem, nem o que pensam. O amor de Deus é incondicional. Nós devemos amar nossos/nossas cônjuges, não por causa do que eles/elas são ou o que fazem; mas sim por causa de quem somos. Amo todas as pessoas, mesmo meus inimigos/inimigas, por causa do amor de Deus em meu coração.
"E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado". Romanos 5:5.
Amo você, quem quer que seja, e quero dizer isso!

A própria natureza de Deus é amor.
Muitos volumes de livros já foram escritos sobre as características de Deus, mas quando se destila para as suas maiores características de base: Ele é amor (1 João 4:8), Vida (Apocalipse 22:1), e santidade (Salmo 99:9). E, na realidade, sua vida e santidade baseiam-se, e são uma expressão de seu amor: o amor dá, por isso Ele dá a vida; o amor deseja o melhor, e assim prossegue sua santidade.
O amor não é algo que se escolhe fazer ou dar. É a essência de quem Ele é. Ele não apenas ama, Ele é o amor (1 João 4:16). O amor é a maior e a  mais pura essência de quem uma pessoa é e sua expressão adequada traz satisfação.
No entanto, o amor dEle não é como o que expressamos em nossa cultura hoje: um amor de conveniência e ego. Isto é, "Eu vou te amar enquanto você agregar valores a minha vida e me agradar. Quando isso acabar, o mesmo acontecerá com meu amor". Para muitos, o amor é condicional. As condições podem ser diferentes, dependendo do relacionamento, mas ainda existem condições a serem cumpridas, a fim de "ganhar" nosso amor.
O amor incondicional de Deus nunca falha (Salmos 52:8), dura para sempre (Salmos 106:1), é espontâneo (Provérbios 30:5), e não motivado por ganho pessoal (1 João 3:16). "O amor Intenso não se mede, ele só dá" (Madre Teresa).

O foco do Amor de Deus é Redentor.
Diariamente, Adão e Eva andavam com Deus, até o desejo de prazer superar o amor por Deus (Gênesis 3). Esta ruptura no relacionamento exigiu redenção.
O amor de Deus (e o nosso próprio) não é um ideal abstrato, mas uma realidade concreta que encontra expressão. Amor que não é expresso através da doação de si mesmo, da ação prática e do sacrifício não é amor. O amor deve atender às necessidades emocionais, físicas e espirituais da pessoa amada. É certo, traz vulnerabilidade, e busca o bem maior da pessoa amada (1 Coríntios 13:4-7).
O Amor incondicional e intenso de Deus pela humanidade caída motivou o plano da salvação (Apocalipse 1:5). Simplesmente, a salvação é Deus nos fazendo todo e completo. É a cura da alma, que nos traz de volta ao estado de Adam, quando Deus lhe dá a vida e lhe faz alma vivente. A separação de Deus, causada pelo pecado, é a separação da vida. Uma pessoa pode ter uma vida biológica, mas não a quantidade de vida que Deus deseja para nós.
O amor de Deus traz purificação, liberdade e integridade. O verdadeiro amor é libertador, não restritivo. Isso não nos dá uma licença para o pecado, mas a liberdade de servir a Deus completamente, motivados/motivadas pelo amor e poder do Espírito.
O amor de Deus motiva sua compaixão e misericórdia (o amor em ação). Seu amor traz transformação. Normalmente, no batismo, o ministro cita Mateus 28:19 e batiza "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Nós batemos palmas, levantamos nossas mãos pedimos verdade sobre o evento. É mais do que uma expressão pública de fé. No batismo somos imersos no próprio caráter do Pai (amor), o caráter do Filho (graça) e o caráter do Espírito Santo (comunhão) (2 Coríntios 13:13).
A salvação é baseada no amor de Deus e em sua misericórdia, não em nossa dignidade (Tito 3:4-5). Uma resposta (à imagem de Jesus Cristo na cruz) é nos oferecermos como sacrifício vivo a Deus (Romanos 12:1).

A Meta do Amor de Deus é o Relacionamento.

O amor requer relacionamento, como uma força dinâmica e presente, procurando naturalmente expressão. Simplificando, o amor ama! E, para fazer isso, deve haver um objeto desse amor ou torna-se incompleto. O amor de Deus é revelado em nos ter criado à Sua própria imagem (uma posição de responsabilidade diante de Deus) e semelhança (liberdade moral) (Gênesis 1:26-27; Jó 33:4). Parte dessa imagem e semelhança é a liberdade de escolha. Podemos optar por aceitar e abraçar o amor de Deus ou podemos optar por ignorar ou rejeitar. Fomos formados a partir da terra, mas por causa do grande amor de Deus por nós, recebemos Seu sopro, com sua vida intrínseca e inerente. Esta vida nos dá a capacidade e desejo de estar em um relacionamento (entendimento, auto consciência, capacidade de ter comunhão) e amar em troca. Viver em Deus é viver em amor (1 João 4:16).

Nosso relacionamento com Deus é um passo íntimo. Ocorre um conhecimento sagrado e expressivo. Conhecê-lo intimamente é abrir a porta para a revelação e realização. Ele traz mudança/transformação, mudança de essência, expressão, comportamento, desejo, identidade e segurança. A ligação é tão forte que Deus diz que uma mãe pode até abandonar seu filho, mas Ele nunca abandonará (Isaías 49:15-16). Ele é a melhor mãe!

Quando refletimos sobre a intensidade de nossa relação com Deus, às vezes, muitas dúvidas surgem. Podemos manter nossa parte no acordo? De grande conforto (e um desafio urgente) é o pensamento de que nossa relação com Deus não é a soma de nossa atividade dirigida a Ele, nossa obediência a seus desejos, ou nossas atitudes para com sua vontade e seus melhores desejos por nós. Ele nos amou primeiro, o que nos permite responder de forma adequada a seu amor (1 João 4:10-11). E Seu amor (e capacidade) nunca falha.

Um jovem estudante perguntou a Karl Barth qual a verdade teológica mais importante que tinha descoberto em todos os seus anos de estudo. Barth, um dos teólogos mais prolíficos do século XX, escritor de cerca de sessenta volumes de comentários e estudos teológicos, reconhecido por muitos como o teólogo mais importante dos tempos modernos, pensou por um instante, sorriu e disse: "Jesus me ama, isso eu sei, pois a Bíblia me diz assim".

Nada, absolutamente nada, pode nos separar do amor de Deus! (Romanos 8:35-39).