sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

TRAVESTILIDADE, TRANSEXUALIDADE E BÍBLIA


Existe um verso na Bíblia que causou muita aflição nas pessoas travestis e transexuais cristãs/cristãos que cresceram dentro de uma igreja. É o versículo que parece ser mais usado por aqueles que se opões a ideia de que uma pessoa possa ser Trans e cristã, ou seja, acreditam que a travestilidade e a transexualidade seja pecado. Deuteronômio 22:5, que diz:
"Uma mulher não deve usar qualquer coisa que pertença a homem, nem o homem vestir-se como mulher; pois quem comete tal coisa, comete abominação ao Senhor Seu Deus".
Mas, o que eles não conseguem fazer é colocar o versículo dentro do contexto da época em que foi escrito. No momento em que este livro foi escrito, o povo israelita estava ocupando uma terra que não compartilhava de suas crenças. Os cananeus acreditavam em vários deuses e tinham muitos rituais que os cercavam. Um desses rituais necessários para os homens era o de "se vestir como uma deusa", e, servir como "prostituta em seu templo". A proibição prevista em Dt. 22:5 aborda um dos atos mais visíveis de adoração a ídolos pagãos da época.
Deus usou a lei para criar uma separação entre os israelitas e os povos de culturas pagãs da época. Ao seguir a lei, eles nitidamente assumiam que eram diferentes e que, não acreditavam nos deuses pagãos. Quando se coloca este verso no contexto, tanto esta lei, quanto as demais de Deuteronômio e Levítico perdem o contexto para o mundo atual.
Somente nos últimos anos comecei a ter consciência de que, como cristãos, não devemos julgar uns aos outros. Não me importo com quem você seja, sei que em algum momento da vida, você também foi julgado e julgou a outros. Depois de ter sido vítima de muitos julgamentos, inclino-me para a passagem de Tiago 4:10-12 das escrituras:
"Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará em honra. Não faleis mal uns dos outros, queridos irmãos e irmãs. Quem critica ou julga o outro, julga a lei de Deus, e se julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Só Deus que deu a lei, é Juiz, só Ele tem o poder de salvar ou destruir. Então, que direito você tem de julgar seu vizinho?"
Se nós desaprovamos, condenamos, denunciamos ou julgamos qualquer coisa, e não amamos nosso próximo, pecamos aos olhos de Deus. Uma pergunta vem à mente: "Se cremos em Cristo, importa quem ou o que somos?" Nitidamente a resposta é NÃO. Deus nos vê como filhos e filhas, somos todos e todas iguais a seus olhos. Gálatas 3:26-29 e I Samuel 16:7 diz:
"Porque todos vós sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há mais judeus ou gregos, escravo ou livre, macho ou fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E agora que pertencem a Cristo, são verdadeiros filhos de Abraão, e herdeiros conforme a promessa". (Gálatas 3:26-29).
"Mas o Senhor disse a Samuel: Não consideres sua aparência nem sua altura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não olha para as coisas que as pessoas olham. As pessoas olham o exterior, porém o Senhor olha o coração". I Samuel 16:7.
Você pode ser a presidenta do Brasil ou uma pessoa sem-teto implorando na rampa do Palácio da Alvorada, ou ainda, uma mulher fugida da opressão no Afeganistão, se está em Cristo, é uma filha de Deus. Deus não nos olha com nossos olhares, nossa posição na vida ou o que fazemos. Deus não quer saber se nascemos com um corpo masculino ou feminino. Ele vê nosso verdadeiro eu. Ele vê nossos corações. Será que somos humildes? Será que estamos cuidando? Estamos amando nosso próximo? Isto é o que deve ser nossos corações.

Nós somos todo o trabalho prático de Deus. Ele tem dado a todas e todos, e a cada um e uma de nós, uma combinação exclusiva de presentes. Nós, todas e todos somos suas filhas e filhos. Somos irmãs e irmãos em Cristo. Não deveríamos colocar nosso foco nisto?
A Igreja da Comunidade Metropolitana acredita que todas as pessoas são iguais perante Deus e, por isso, neste dia 29 de janeiro (Dia Nacional da Visibilidade Trans) homenageamos todas as pessoas Travestis e Transexuais através de nossa querida diaconisa Trans, Maria Laura dos Reis.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

EUNUCOS: ATRAÍDOS PELO MESMO SEXO

O Talmude Babilônico sobre os Eunucos
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Oficial Eunuco, 1749
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Na história, os eunucos eram muitas vezes pessoas atraídas pelo mesmo sexo ou pessoas com variante de gênero, e não homens simplesmente castrados, סָרִיס cariyc ou saris, palavra hebraica para eunuco. A palavra saris refere-se a ambos os eunucos: castrados e fisicamente intactos, sendo do sexo feminino ou masculino.
O Talmude Babilônico oferece uma explicação sobre sacerdotes judeus que eram saris-eunuch por natureza [nascidos eunucos], distinto dos homens castrados cirurgicamente.
"O Mishná¹. Se um sacerdote que fosse saris² por natureza [eunuco nascido] casasse com a filha de um israelita, a ele ou ela era conferido o direito de comer terumah³ ...Pode assumir que só aquele que é capaz de propagar é concedido o direito de comer e que quem não fosse capaz de propagar não teria o direito concedido de comer; portanto, fomos ensinados [que mesmo ao saris (eunuco nascido) pode ser conferido o direito]".
Talmude Babilônico
Tractate Yebamoth, Folio 81a.
Nota 1, exclui especificamente os feitos pelo homem [saris um eunuco castrado cirurgicamente], pois o mesmo está sob a proibição de Deuteronômio 23:1-2.
Mas o eunuco nascido, de acordo com os rabinos, era capaz de propagação e estava outorgado, em sua esposa, ao direito de comer a oferta alcançada. Só ao eunuco nascido, sacerdote, era conferido o direito, dado por sua esposa, de comer terumah.

Lições do Talmude Babilônico


Esta passagem do Talmude nos lembra que alguns sacerdotes de Israel nasceram eunucos e tinham se casado com mulher.
Eles não foram castrados cirurgicamente. Eram completos fisicamente, mas continuavam a ser considerados "saris [eunuco] por natureza" ou eunuco nascido.
Mas, como homens que eram atraídos pelo mesmo sexo, considerados eunucos, poderiam se casar com uma mulher? É possível que os eunucos, atraídos pelo mesmo sexo, tenham se casado para se encaixarem? É possível que o chamado de Deus fosse tão forte que eles estavam dispostos a sublimar seus desejos sexuais e tenham se casado?
É possível que os eunucos, atraídos pelo mesmo sexo, pensaram, erroneamente, que o casamento com uma mulher iria "curá-los" de suas atrações?
É possível que a ordem de Deus para "Sede fecundos, multiplicai e enchei a terra" tenha exercido tal poder sobre os homens judeus que mesmo sendo eunucos atraídos pelo mesmo sexo, casaram para cumprir o mandamento de procriação de Deus?

Você é honesto o suficiente para aceitar o veredito da história?

Os eunucos mencionados por Jeremias (Jeremias 34:13-19), estavam no templo e não teriam sido castrados. Eles eram "eunucos nascidos". Eles não eram castrados ou genitalmente deformados. Eram completos anatomicamente, mas ainda eram considerados eunucos, diferentes dos outros homens. Talvez fossem homens eunucos atraídos pelo mesmo sexo. Mais de 2500 anos depois e ninguém sabe ao certo.
O Talmude nos informa que alguns homens "eunucos nascidos" tornaram-se sacerdotes e, as mulheres casaram-se. Se esses sacerdotes eunucos foram atraídos pelo mesmo sexo, abrimos o debate. Além disso, o Talmude nos informa que um sacerdote que não fosse capaz de propagar (ter filhos), não teria o direito de comer o Terumah, oferta alçada. Mas um sacerdote saris, um eunuco nascido, que podia propagar, em sua esposa, tinha o direito de comer a oferta alçada. Portanto, um eunuco nascido era capaz de procriação, de acordo com o Talmude Babilônico.


Como o Talmude Babilônico define um eunuco nascido

Eunucos são pessoas atraídas pelo mesmo sexo. O Talmude Babilônico, como documento escrito tem mais de 2000 de idade, transmite os pontos de vistas do judaísmo antigo a centenas de anos antes do nascimento de Cristo.
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"R. Joseph diz: Deve ter sido esse um saris [eunuco] de quem ouvi Ammi dizendo. "Aquele que está aflito desde o nascimento... 'Nossos rabinos ensinaram: Quem é um saris congênito? [um eunuco nascido]. 13 Qualquer pessoa que tenha mais de vinte anos e ainda não produziu pelo menos dois pelos pubianos. 14 E mesmo que tenha produzido, depois de ter sido considerado um saris [eunuco nascido], será em todos os aspectos. E estas são as suas características: Não tem barba, o cabelo e sua pele são lisos. R. Simeon b. Gamaliel disse em nome de R. Judá b. Jair: 15 Qualquer pessoa cuja a urina não produz espuma; alguns dizem: Quem urinar sem formar um arco; outros dizem: Aquele cujo sêmen é aguado; Outros ainda dizem: Aquele cuja a urina não fermenta. outros dizem: Aquele cujo o corpo não produz vapor após o banho durante a temporada de inverno. R. Simeon b. Eleazar diz: 15 Aquele cuja voz é tão anormal que não se pode distinguir se se trata de um homem ou de uma mulher". 
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Algumas mulheres eram eunucas


"Que mulher é considerada incapaz de procriar? - Qualquer mulher que tenha vinte anos de idade e ainda não tenha produzido pelos pubianos. 14 E mesmo que os tenha produzido depois de ser considerada uma mulher incapaz de procriar, ela o será em todos os aspectos. E estas são suas características: Ela não tem seios e sofre de dor durante a cópula... R. Simeon b. Eleazar diz: Aquela cuja voz é profunda, de modo que não se pode distinguir se se trata de um homem ou de uma mulher".
Os Eunucos no Talmude Babilônico
Tratado Yebamoth, 80.
"Os saris [eunucos nascidos] foram mencionados da mesma forma como uma mulher que é incapaz de procriar; como a incapacidade da mulher é devido a um ato celeste, assim é a dos saris [nascido eunuco], um ato celeste; este anônimo [Mishná] está de acordo com R. Akiba, que afirmou [que só se aplica halizah] feito por um homem [saris (um homem fisicamente castrado), mas] não [ao atribulado] pela mão do céu [nascido eunuco]".
É possível que as saris do sexo feminino também tenham sido eunucas atraídas pelo mesmo sexo? Os rabinos parecem acreditar que as saris fêmeas fossem feitas de um ato celeste (nascidas desta forma) tanto quanto os saris masculinos, o que faz com que seja uma possibilidade viável.


Os Eunucos no Talmude Babilônico

Tratado Yebamoth, 80.


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"Quem respeita uma menina que, só posteriormente foi encontrada para ser um saris [eunuco], como sendo um saris e, consequentemente, também a partir do momento em que ela já tivesse doze anos e um dia de idade?".
Os Eunucos no Talmude Babilônico

Tratado Yebamoth, 80.
Notas 29 e 36.


Resumindo o Talmude babilônico sobre os eunucos nascidos

Eunucos atraídos pelo mesmo sexo. O Talmude Babilônico descreve os Eunucos Nascidos de seis maneiras. Por que usar tantos descritores? A menos que os eunucos nascidos (LGT) fossem um fenômeno relativamente comum e aceito na Israel antiga.
1. O saris congênito (eunuco);
2. O saris (eunuco) por natureza;
3. O saris nascido (eunuco);
4. O saris (eunuco) aflito desde o nascimento;
5. O saris (eunuco) feito por um ato celeste;
6. O saris (eunuco) afligido pela mão celeste.
Antiga compreensão judaica sobre os eunucos nascidos
1. Eunucos nascidos não foram castrados cirurgicamente pelos homens. Poderiam os eunucos terem sido atraídos pelo mesmo sexo?
2. A condição do eunuco nascido era uma condição inata, por escolha de Deus. Poderiam os eunucos terem sido atraídos pelo mesmo sexo?
3. Os nascidos eunucos não fizeram uma escolha para serem eunucos. Poderiam os eunucos terem sido atraídos pelo mesmo sexo?
4. Os nascidos eunucos eram fisicamente intactos e capazes de produzir sêmen. Poderiam os eunucos terem sido atraídos pelo mesmo sexo?
5. Os eunucos nascidos geralmente eram desinteressados em procriação ou emocionalmente e psicologicamente incapazes de procriar, embora ele ou ela tivessem o equipamento físico para procriação. Poderiam os eunucos terem sido atraídos pelo mesmo sexo?
6. Os rabinos reconhecem que algumas mulheres nasceram eunucos. Essas pessoas estavam aparentemente desinteressadas na procriação ou eram emocional e psicologicamente incapazes de procriar, pela mão celeste.
Nós acreditamos que estas saris-mulheres eram eunucas atraídas pelo mesmo sexo, que hoje chamamos de lésbicas.
Clemente de Alexandria sobre os Eunucos

Alguns entendem que Clemente, morto por volta do ano 215, advertiu contra as inclinações dos eunucos atraídos pelo mesmo sexo na seguinte citação:
"Muitos são eunucos, e esses alcoviteiros, servem sem suspeita aqueles que desejam ser livres para desfrutar de seus prazeres, por causa da crença de que sejam incapazes de entrar em luxúria.
Mas, um verdadeiro eunuco (ενοχος eunouchos) não é aquele que é incapaz, mas aquele que não está disposto a entrar no prazer" [com uma mulher].
Clemente de Alexandria,
Paedagogus, (The Instructor), III. IV.

Mais uma vez, Clemente fala dos eunucos, citando os seguidores de Basilides, um herege gnóstico e sua visão de Mateus 19:11-12.
"Os Valentinianos, que sustentam que a união do homem e da mulher é derivada da emanação divina vinda do céu, aprovam o casamento.
Os seguidores de Basilides (hereges gnósticos, não cristãos tradicionais), por outro lado, dizem que quando os apóstolos perguntaram se era melhor não casar, o Senhor respondeu: "Nem todos podem receber esta palavra, existem alguns eunucos que são assim desde seu nascimento, outros são de necessidade".
E sua explicação para esse dito é mais ou menos a seguinte: Alguns homens, desde o seu nascimento, tem um senso natural de repulsa por uma mulher; e aqueles que são naturalmente assim construídos fazem bem não casar". [com mulher]. - Clemente de Alexandria, Stromata A, III. I.
Resumindo Clemente sobre eunucos
1. A condição eunuco é comum ("muitos são eunucos");
2. Eunucos verdadeiros (eunucos nascidos) "não são incapazes, mas poucos dispostos" para entrar em prazer (com mulher);
3. Eunucos nascidos tinham "um senso natural de repulsa a uma mulher";
4. Um senso natural de repulsa de se casar com uma mulher é uma característica inata, não um estilo de vida escolhido;
5. Os homens que nascem desta forma fazem bem não se casarem (com mulher).
Clemente cita os seguidores de Basilides sobre esta questão, como se concordasse com a opinião de que eunucos nascidos nascem com um senso natural de repulsa a uma mulher, embora não concordasse com esses hereges gnósticos em outras questões.
Clemente viveu e ministrou numa época em que as relações sexuais entre homens era uma ocorrência comum. Clemente e Basilides acreditavam que os eunucos eram pessoas atraídas pelo mesmo sexo.
Gregório de Nazianzo sobre os eunucos
Gregório de Nazianzo, 329-389 DC, sobre os eunucos nascidos
"Porque existem eunucos que foram feitos eunucos desde o ventre de sua mãe, eu gostaria muito de ser capaz de dizer alguma coisa ousada sobre eunucos. Não sejais orgulhosos, vós que sois eunucos por natureza".
"Pois, no ponto de autocontenção, este talvez seja sem vontade. Por isso não veio para ser testado, nem sua autocontenção tem sido provada por tentativa [um homem que não tem nenhum interesse sexual por mulheres não luta com a luxúria das mulheres].
O bem que não é, por natureza, um assunto de mérito; o resultado do propósito é louvável... Desde então, que a castidade natural não é meritória [nascer com um senso natural de repulsa por uma mulher ou sem desejo por uma mulher, não é escolha própria, não é mérito], exijo algo mais da parte dos eunucos. Não se prostituir em relação a Divindade. Depois de terem sido casados com Cristo [ele fala dos eunucos gays salvos, pessoas que confiavam em Jesus Cristo], não desonrem a Cristo".
Gregório de Nazianzo,
Oração 37, XVI-XVII

Resumindo Gregório sobre eunucos

1. Gregório reconhecia a realidade de que os eunucos por natureza eram diferentes dos castrados, eunucos sintéticos. Será que os eunucos atraídos pelo mesmo sexo adoraram abertamente na Igreja de Gregório?
2. Eunucos por natureza, homens fisicamente intactos, que possuíam a castidade natural [nenhum interesse sexual por mulheres], existiam na época de Gregório, 330-389 dC. Poderiam os eunucos na congregação de Gregório, que possuíam castidade natural, terem sido pessoas atraídas pelo mesmo sexo?
3. Gregório entendia, há mais de 1600 anos atrás, que a condição de ser um eunuco por natureza era inata e não o resultado de uma escolha pessoal.
4. O eunuco fisicamente intacto, por natureza, que não tinha nenhum interesse sexual por mulheres [ou desejo por mulheres], não tinha o direito de sentir orgulho, uma vez que, de acordo com Gregório, ele não tinha escolhido sua condição.
5. Gregório reconheceu que um eunuco por natureza, um homem sem interesse sexual por mulheres, ainda enfrenta o problema potencial da luxúria, através da tentação sexual por homens. Assim o aviso de Gregório vai contra os que se desviam de Deus, talvez como a prostituição nos santuários, onde os homens tinham relações sexuais com outros homens para adorarem a deusa da fertilidade. Poderiam os eunucos na congregação de Gregório terem sido atraídos pelo mesmo sexo?
6. Gregório amava seu povo o suficiente para levar os eunucos ou folclóricos gays a fé salvadora em Jesus Cristo. Ele então encorajou-os, como membros de sua congregação, a viver para o Senhor que os amou e os comprou com seu sangue. Eunucos, homossexuais nascidos, eram bem-vindos na congregação de Gregório. Os gays são bem-vindos em sua congregação?
O Concílio de Nicéia, 325 DC, sobre eunucos
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Concílio de Nicéia
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"Se qualquer um, que, por uma doença tenha se submetido aos médicos para uma intervenção cirúrgica, ou, que tenha sido castrado pelos bárbaros, deixe-o permanecer entre o clero, mas, se houver um com saúde que tenha castrado a si mesmo, cabe a tal pessoa, mesmo [já] matriculado entre o clero, deixar [partindo de seu ministério], e que, deste momento em diante, não seja promovido. Mas, fica evidente que isso é dito daqueles que deliberadamente fazem tal coisa e presumem castrar-se. Por isso, qualquer um eunuco que tenha sido feito pelos bárbaros, ou por seus mestres, devem ser achados de uma forma digna, a esses homens o Canon admite para o clero".
Decretos dos Concílios Ecumênicos,
Concílio de Nicéia, Canon 1. 325 DC
Os Cânones Eclesiásticos sobre os eunucos
"Um eunuco, que for feito pela lesão de homens, ou que suas genitais tenham sido levadas em uma perseguição, ou que nasceu como tal, ainda é digno do episcopado, pode ser feito um bispo".
Os Cânones Eclesiásticos
dos santos apóstolos, nº 21.
Parece evidente a partir das citações acima, que a igreja primitiva tenha aceitado ambos os eunucos, castrados e não castrados, eunucos nascidos, "aquele que nasceu como tal", para o ministério da igreja cristã. Eunucos atraídos pelo mesmo sexo se enquadram na categoria de "aquele que nasceu como tal".
Dr. James Dobson sobre os eunucos
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Dr. James Dobson - Anti-gay, Psicólogo cristão.
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Fundador da Focus on the Family and Love Won Out, ministro anti-gay que fez parte da Exodus Internacional. Dobson agora está dissociado da FOTF e tem seu próprio ministério em uma rádio independente. Ele admitiu em novembro de 2006, em uma entrevista no programa de TV Larry King Live, que a orientação homossexual, em sua opinião, geralmente não é o resultado de uma escolha individual.
Dr. Dobson, em seguida, apontou que muitos líderes cristãos discordam dele, mas, ele mantém sua crença pessoal de que a orientação homossexual geralmente não é o resultado de uma escolha individual.
Se a orientação homossexual não é geralmente o resultado da escolha individual, do ponto de vista do Dr. Dobson, isso tem implicações interessantes para nossa crença histórica e bíblica de que os eunucos eram, às vezes, os antigos LGBT.
Comentários do Dr. Dobson durante
uma entrevista ao vivo na CNN
programa de Larry King, em novembro de 2006.
Essa é a posição oficial do Dr. Dobson,
do site Love Won Out em 2008

Dicionário da Lei de Bouvier
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por John Bouvier, 1856
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O Dicionário da Lei de Bouvier nos define spadones.
"Aqueles que, por causa de seu temperamento, ou por algum acidente que sofreram, são incapazes de procriar".
Será que "por causa de seu temperamento" inclui os eunucos com atração pelo mesmo sexo que tinham temperamento inadequado para o casamento heterossexual por não estarem sexualmente atraídos por mulheres?
É interessante que um dicionário de lei americano publicado há 150 anos, defina uma classe de pessoas como inadequadas para o casamento heterossexual por causa de seu temperamento, e, não por nascerem com deformidades genitais. Parece com os LGBT, não é?
Dicionário Bíblico Easton, 1897, sobre eunucos
Como o Dicionário Bíblico Easton define o termo eunuco.
"Eunuco: Literalmente guarda-cama ou camareiro, e não necessariamente, em todos os casos, alguém que tenha sido mutilado [castrado cirurgicamente]... Eles eram comuns também entre os Gregos e os Romanos... Três classes de eunucos são mencionadas em Mateus 19:12".
Os cristãos, em 1897, tinham a informação de que eunucos não eram necessariamente homens mutilados (castrados). Se um homem podia ser eunuco sem ser castrado fisicamente, ou ele era uma pessoa assexuada, uma pessoa travesti/transexual ou um eunuco que se sentia atraído pelo mesmo sexo. 
ISBE descreve eunucos como atraídos pelo mesmo sexo
A International Standard Bible Encyclopedia informa-nos que a existência de eunucos como uma classe de pessoas era de conhecimento comum durante o ministério terreno de Cristo. Ao falar de eunucos, de acordo com a ISBE, Jesus pretende fazer seus discípulos entender que:
"Existem casos excepcionais que a regra [sobre o estilo de casamento de Adão e Eva] não se aplica. Ao falar das três classes de eunucos (Mateus 19:12), Ele faz uma distinção que era evidentemente bem conhecida para aqueles a quem se dirigiu".
De acordo com a ISBE, definitivamente essa não é uma publicação gay friendly, em seu todo, mas as três classes de eunucos, incluindo os "eunucos nascidos" eram bem conhecidos no primeiro século dC.
A passagem sobre eunucos como pessoas atraídas pelo mesmo sexo incluídos na categoria de "eunucos nascidos" não deveria aparecer como uma surpresa para os estudantes de história.
Filo de Alexandria e os Eunucos Naturais
 Philo, 20BC-AD 40

Filo comenta sobre a história de José em Gênesis 38. A palavra hebraica saris-eunuch, é usada por Moisés para descrever Potifar, o homem que comprou José dos midianitas, Gênesis 37:36.
De acordo com Moisés, o autor humano de Gênesis, Potifar é um saris-eunuch.
De acordo com Filo, comentando sobre Moisés, Potifar é um eunuco natural, que acontece de ser casado com uma mulher.
Ele possui os órgãos gerativos [não tinha sido castrado], mas, aparentemente, não tem nenhum interesse sexual por sua esposa. Potifar compra um bonito e jovem escravo judeu, José, e, o coloca no comando de toda sua casa. É possível que Potifar seja incluído no que agora reconhecemos como eunuco atraído pelo mesmo sexo?
"O homem [Potifar] que comprou este servo [José] de que estamos falando é dito ter sido um eunuco; muito natural para o povo que adquiriu um homem verdadeiramente eunuco, hábil em assuntos de Estado, que tinha, na aparência, os órgãos genitais, mas que era privado de todo requisito de energia para gerar [nenhum desejo físico por mulher]... O que, então, parece ser um eunuco para o povo? Será se a multidão seria incapaz de saber? ... (60) em que se conta que (embora pareça ser uma coisa mais antinatural) uma mulher é apresentada coabitando com este eunuco [Potifar]".
Filo, Por José, XII. 58-60.
Vamos pensar sobre o que aprendemos
Não é difícil entender
 Pensamento de Gorila
1. Nós descrevemos os indivíduos que são eunucos nascidos;
2. Isto foi reconhecido pelos rabinos judeus e cristãos, e, até mesmo pelos hereges gnósticos;
3. Todos concordam que eunucos nascidos não escolheram sua condição;
4. Sua condição foi dada à eles por Deus;
5. Esses eunucos nascidos são fisicamente intactos e capazes de procriação;
6. Esses eunucos nascidos tem um senso natural de repulsão de se casar com o sexo oposto.
Temos várias opções de como avaliar esses fatos históricos.
 Pensamento de Homem.

1. Podemos concluir que os nascidos eunucos eram assexuados, não tendo nenhum interesse sexual por ninguém;
2. Podemos concluir que os nascidos eunucos não eram gays ou trans, mas eram algo indefinível (argumento refutável, uma vez que os judeus definiram como eunucos nascidos);
3. Podemos concluir que os nascidos eunucos eram travestis/transexuais, uma designação diferente de homossexuais;
4. Podemos concluir que os eunucos nascidos eram homens gays e mulheres lésbicas;
5. Podemos concluir que os nascidos eunucos estão divididos em três ou quatro categorias. Os leitores são livres para chegar a qualquer conclusão que acreditem que os fatos mandem.
Nossa conclusão Factual
O registro histórico e bíblico indica que os eunucos nascidos, como regra geral, eram frequentemente homens gays, mulheres lésbicas ou travestis e transexuais. 

1. Mishná - (rt. Shanah, "para aprender", "repetir"), (a) recolha das declarações, discussões e interpretações bíblicas do Tannaim na forma editada por R. Judá o Patriarca c. 200; (b) pequenas coleções similares feitas por editores anteriores; (c) uma única cláusula ou parágrafo do autor de quem foi um Tanna.
2. Saris - Castração; aquele que é fisicamente incapaz de gerar filhos.
3. Terumah - "Aquilo que é levantado ou separado"; a oferta alçada, dada a partir dos rendimentos das colheitas anuais, a partir de certos sacrifícios, e dos shekels coletados em uma câmara especial no Templo (terumath ha-lishkah). Terumah gedolah (grande oferta): a primeira imposição sobre a produção do ano dada ao Sacerdote (v. Números 18:8ss.). Sua quantidade varia de acordo com a generosidade do proprietário, que podia dar um quadragésimo, um quinto, ou um sexto de sua colheita. Terumath ma'aser (oferta alçada do dízimo): oferta alçada dada ao Sacerdote pelo Levita dos dízimos que recebia (v. Números 18:25ss).

Fonte: www.gaychristian101.com.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

CONHEÇA A GAROTA DINAMARQUESA


No dia 29 de janeiro comemoramos O Dia Nacional da Visibilidade Trans, e para comemorarmos a data, convidamos a todas as pessoas a conhecerem o mundo trans através de Lili Elbe, primeira transexual a se submeter a cirurgia de redesignação sexual.
Um filme pode ser impecavelmente bem fundido e fortemente deliberado? perfeitamente equipado e maravilhosamente certeiro, e ainda assim, te deixar frio? Pode fazer tecnicamente tudo certo, e ainda assim, tocar você emocionalmente? Pode te oferecer uma experiência de transformação sem te mudar muito? Esse é o dilema de "A Garota Dinamarquesa".
O filme conta a história real da artista plástica Lili Elbe "chamada anteriormente de Einar Wegener (Eddie Redmavne)", a primeira pessoa conhecida a se submeter à cirurgia de redesignação sexual a quase um século atrás.

A história toca o coração, mas é passível de recursos mentais. Percebemos algumas imagens marcantes que certamente irão agradá-lo/la. Os tutus pendurados nos bastidores do balé, iluminados por baixo, como uma simétrica e imaculada pintura, casas geminadas idênticas, filmadas de forma panorâmicas. Em um momento ousado e raro, Einar visita um "peep show" para copiar os movimentos de uma Stripper, e os dois, em um mágico momento, formam uma espécie de dança contemporânea através do vidro. Mas, notamos também algumas imagens óbvias e simplistas em seu simbolismo, como o fino lençol pendurado entre ele e sua esposa Gerda (Alicia Vikander) na hora de dormir, fornecendo a ideia de uma separação física.
Deparamo-nos com performances profundamente comprometidas de Eddie Redmayne e Alicia Vikander. Redmayne prova ser um mestre técnico de transformação; vimos isso em seu desempenho preciso como Stephen Hawking no ano passado em "A Teoria de Tudo", que, compreensivelmente lhe rendeu um Oscar de melhor ator. Mais uma vez, ele nos joga uma figura real que sofre uma transformação física, pressionando seu casamento e, obrigando ambos os parceiros a reexaminarem seu vínculo fraturado, mesmo quando ainda se tem amor.

Outra intrigante história é a de Gerda, esposa de Einar. Uma pintora que vive a sombra de seu marido, tentando desesperadamente ser levada a sério até pedir-lhe que se sente e calce meias e sapatilhas para que possa terminar sua pintura de bailarina, obedecendo, Einar, recebe o primeiro vislumbre de seu lado feminino.

Inicialmente Gerda aceita e participa da brincadeira, inclusive, é dela a ideia de levar "Lili" a desfrutar a noite de Copenhague, como sua própria acompanhante. Mas quando percebe que "Lili" não se trata apenas uma personagem, mas é uma expressão do verdadeiro "eu" de Einar, Gerda tem que lidar com o fato de que tudo o que ela conhecia como seguro e verdadeiro está desmoronando debaixo dela.

Com o florescimento de Lili, sua musa, a carreira de Gerda como retratista finalmente floresce.

Confira o Trailer:
Elenco
1. Eddie Redmayne como Einar Wegener/Lili Elbe
2. Alicia Vikander como Gerda Wegener
3. Amber Heard como Ulla
4. Matthias Schoenaerts como Hans Axgil
5. Ben Whishaw como Henrik
6. Emerald Fennell como Elsa
7. Sebastian Koch como Warnekros
8. Adrian Schiler como Rasmussen.

Diretor
Tom Hooper

Romance
David Ebershoff

Roteiro
Lucinda Coxon

Diretor de Fotografia
Danny Cohen

Edição
Melanie Oliver

Compositor
Alexandre Desplat

Direção de Arte
Eve Stewart

Figurinos
Paco Delgado

Drama
Avaliado por alguns como contendo cenas de sexualidade e nudez completa.
120 minutos.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

VALORES FAMILIARES MUDAM COM A CULTURA, MAS A VERDADE DAS EXCRITRAS NÃO MUDAM.

Ao contrário do que alguns cristãos acreditam, os valores da família não foram consistentes ao longo do tempo. Nossos valores mudam com a cultura que enfrentamos. A forma como a igreja interage com a cultura também muda ao longo dos séculos.
A verdade bíblica não muda, mas os valores mudaram radicalmente nos últimos seis mil anos.
Muitos cristãos acreditam que, os valores cristãos do século XXI são exatamente os mesmos que os valores em Gênesis Há 6000 anos atrás. Eles acham que todo mundo sempre foi contra a poligamia, contra o casamento igualitário, contra o casamento com familiares próximos. Acreditam que Deus nunca poderia abençoar os "estilos de vida", apesar das escrituras deixarem nítido que Deus abençoou e confirmou tais estilos de vida.
Não é preciso ser um cientista para demonstrar o quanto desconectado estão as crenças atuais do recorte histórico de Gênesis.
Tais práticas foram culturalmente aceitas por pessoas que consideramos heróis da fé. Adão, Eva e seus filhos interagiram com a cultura que encontraram em seu tempo, o que devíamos fazer com relação a questão da homossexualidade.

Hoje, casar com seu irmão ou irmã seria errado.

Seria ir contra os nossos valores culturais modernos. A verdade é que as Escrituras não mudaram, mas nossas percepções culturais e nossos valores familiares mudaram,

Porque Adão, Eva e seus filhos se casaram com outros?

Eles tinham que se casar com seus próprios irmãos e irmãs, pois não havia ninguém por perto para poderem recorrer.
Casamento com familiares próximos representa valores genuínos da família de Gênesis. Naquela época essas crenças e práticas não eram consideradas erradas.
Hoje, temos mais de seis bilhões de pessoas na Terra para que ninguém tenha que se casar com seu irmão ou sua irmã.
No início, em Gênesis, havia apenas uma pequena família.
Não haviam parceiros e parceiras disponíveis para se casarem com os filhos de Adão e Eva na época.
Nossas vidas e circunstâncias são diferentes hoje, mas a Bíblia ainda é tão verdadeira hoje quanto era na época.

O que era culturalmente aceitável a seis mil anos atrás não é culturalmente aceitável hoje.

Os valores bíblicos autênticos da poligamia, do casamento com escravos, com prisioneiros de guerra, e com concubinas, são tão parte dos valores familiares como o casamento de Adão e Eva. Isso não significa necessariamente que devamos praticar esses velhos valores familiares em nosso tempo. Algumas pessoas descrevem Abraão como m polígono incestuoso por ele ter se casado com sua irmã (Gênesis 20: 2 e 12) e outras mulheres (Gênesis 16:3 e 25:1-6).
No entanto, a Escritura chama Abraão de "o amigo de Deus", e, ainda foi incluído na genealogia de Cristo.

Alguma vez você já se perguntou como Abraão pode se casar com sua irmã e outras mulheres e ainda estar bem com Deus?

Alguma vez você, como cristão atual, já se perguntou como Abraão pode ser um exemplo de fé e, ainda assim, insistirmos que ninguém siga seu exemplo de família? Se Abraão estivesse vivo hoje, algumas de nossas igrejas o deixaria pregar em seus púlpitos ou ensinar nas escolas dominicais?
Não, é nítido que não deixariam pois ele tinha várias esposas e concubinas e passou a maior parte de sua vida em um relacionamento incestuoso com sua irmã, Sara (Gn. 20:2 e 12).
A verdade das Escrituras não mudou, mas os valores culturais e nossa percepção do que Deus aceita mudou. Abraão foi um homem bom e Sara uma boa mulher. Ele foi chamado de o amigo de Deus. Mas os valores de família e o "estilo de vida" de Abraão não seriam aceitáveis para a maioria dos cristãos antiLGBT e LGBT hoje.
Jacó, que teve um casamento poligâmico com quatro mulheres ao mesmo tempo, é encontrado na genealogia de Cristo. Judá, que teve filhos com sua nora é também encontrado na genealogia de Cristo. Esses heróis de fé praticavam valores familiares antigos que nós não praticamos hoje.

Os cristãos não aceitam esses valores familiares hoje.

Muitos valores familiares do Antigo Testamento não são aceitáveis hoje, mas eles eram perfeitamente bons para nossos antepassados espirituais. Por exemplo, Deus afirmou o antigo valor da família poligâmica, escolhendo crianças de cada uma das quatro esposas de Jacó para torná-las as doze tribos de Israel. Para demonstrar o quanto os valores familiares mudaram ao longo dos tempos, Deus colocou os filhos de Judá e Tamar, uma união incestuosa, na genealogia de Cristo. Tamar e Raabe, ambas prostitutas, Davi e Salomão, ambos poligâmicos são encontrados na genealogia de Cristo.

Os valores familiares encontrados nas Escrituras são muito diferentes do que alguns cristãos gostariam de nos fazer acreditar.

Valores familiares bíblicos incluem práticas que os atuais cristãos atuais consideram abominável, tais como:
1. Concubinato;
2. Poligamia;
3. Levirato;
4. Casamento incestuoso.
Estas práticas antigas foram consideradas normais pelos nossos antepassados espirituais pré-cristãos, mas não são consideradas normais hoje no cristianismo.
Este não é um ataque as Escrituras ou aos heróis da fé. Amo as Escrituras e acredito em cada palavra da Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse.
No entanto, temos de ser honestos e perceber que as percepções culturais dos crentes mudam ao longo do tempo. Nossa percepção cultural do que Deus permite em um relacionamento conjugal é diferente da percepção cultural que tinham nossos antepassados espirituais.
A maioria dos cristãos atuais concordam que a poligamia, o concubinato, o casar-se com escravos à força e o matar soldados inimigos capturados só para se casar com suas filhas virgens é errado para nós. Tais práticas não fazem parte dos valores da família cristã contemporânea.
No entanto, Deus aprovou e abençoou essas práticas durante milhares de anos. Tais práticas faziam parte da cultura e dos valores familiares religiosos de nossos antepassados espirituais pré-cristãos. E, no entanto, estranhamente, esses antigos valores familiares bíblicos não destruíram a família como unidade fundamental da sociedade.

O casamento igualitário hoje não é diferente do que a poligamia, o concubinato e o casamento incestuoso então.

Muitos cristãos atuais acreditam que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é errado. Ainda citam a poligamia e o incesto como razões pelas quais seria errado aceitar a união do mesmo sexo hoje. É um argumento estranho e circula entre aqueles que conhecem a Bíblia.

Afinal de contas, a poligamia e o incesto eram parte dos valores familiares bíblicos de Gênesis muito antes de qualquer debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Tanto a poligamia e o casamento incestuoso foram aceitos pelos seguidores de Deus no livro de Gênesis. Deus abençoou abundantemente as pessoas que viveram suas vidas inteiras em casamentos poligâmicos e relacionamentos incestuosos.
O exemplo dos filhos de Adão e Eva e de Abrão e Sara provam que Deus afirmou a poligamia e o casamento incestuoso nos tempos antigos.
Seria risível se não fosse tão triste ver as mesmas pessoas que afirmam defender os valores da família pareçam ignorantes quanto aos valores da família na Bíblia, que tanto professam crer. O casamento do mesmo sexo parece brando, comparado com os modelos alternativos de casamento afirmado por Deus em milênios passados. O casamento do mesmo sexo expressa o alegre desejo das pessoas LGBT em se estabelecer como famílias permanentes e monogâmicas.
Lembremo-nos que se o casamento incestuoso, o concubinato e o levirato não destruíram a família, o casamento entre pessoas do mesmo sexo certamente não destruirá.


Fonte: www.gaychristian101.com.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O MASSACRE DOS INOCENTES EM BELÉM: VERDADE OU FICÇÃO?


Incorporada a história de Natal e do nascimento de Jesus nesse mundo, temos uma história sombria de perca de estratégia, lágrimas e dor. Mateus 2:16 tem sido tradicionalmente chamado de "o massacre dos inocentes". Nos é contado sobre a matança de todos os meninos de 2 anos para baixo na região de Belém. O evento é profundamente inquietante, mas é também parte do registro histórico do nascimento de Cristo, ou, não é? Será que, historicamente, isso realmente aconteceu? Ou foi o massacre dos inocentes uma história inventada pelos primeiros cristãos? - E se o evento for historicamente verdadeiro, se o abate público realmente aconteceu? Por que não há outros registros históricos para corroborar com o evento?
Para obter respostas, recorremos ao Dr. Paul Maier, historiador amplamente respeitado, que, até sua aposentadoria serviu como professor de História Antiga na Western Michigan University. Ele é autor de muitos livros de ficção e não-ficção como: In the Fullness of Time: A Historian Looks at Christmas, Easter, and the Early Church, bem como vários livros infantis, tais como: The Very First Christmas.
Esse texto é a transcrição do áudio de uma entrevista concedida pelo Dr. Mayer ao site desiringGod.org:
Gostaria de saber se Mateus 2:16 realmente aconteceu na história? Há um ponto de interrogação sobre este evento. Mas, antes de chegarmos lá, gostaria de saber quem foi essa figura conhecida na História de Natal como Herodes, o Grande?
Podemos nos surpreender ao ouvirmos isso, mas acredite ou não, se você se perguntar qual é a figura do mundo antigo em que encontramos evidências primárias, mais do que qualquer outra, a partir de fontes originais, a resposta não será Jesus, São Paulo, César Augusto, Júlio César ou mesmo Alexandre o Grande. Não. A resposta é Herodes, o Grande. Por quê? Porque Josefo conta toda a história de Herodes, o Grande, em dois rolos de livro. Que é o material primário, mais do que qualquer outro. E acho que Herodes não merecia.
Ele foi um político notavelmente bem-sucedido por manter a paz entre Roma, e a conquistada Judeia, desde 63 a.C. Agia como governador romano no exterior. Era simplesmente conhecido como um rei cliente, significa que, muitas vezes, ao conquistar uma província, os romanos não queriam enviar um governador. Havia um rei fazendo um bom trabalho e por isso, sim, ele pode ser chamado de rei, mas foi definitivamente deferente a Roma em toda sua administração.
Ele estava no comando e, em 40 a.C. foi premiado com o título de rei. Não chegou a assumir o controle da terra, até que, com a ajuda de Roma, dirigiu alguns adversários fora de Jerusalém e, comandou desde o início de 37 a.C. até sua morte, em 4 d.C.
Na verdade, ele foi incrivelmente bem-sucedido de diversas maneiras. Ele mereceu o título de Herodes, o Grande, se falarmos de suas realizações através de grande parte de sua vida. Foi o único, é claro, que reconstruiu o grande templo de Jerusalém, e que, sozinho, criou uma cidade de Cezaréia na terra santa, onde não havia um bom porto. Fez o porto afundando alguns cascos de navios, em seguida, usou-os como base para a construção de um quebra mar na costa do mar de uma forma retilínea.

Construiu em 12 anos Cesareia, bem como outras cidades. Remodelou toda Jerusalém, além de construir um suntuoso palácio para si mesmo. Construiu um hipódromo (estádio), teatros e assim por diante. Era uma espécie de monarca helenístico. Também construiu sete grandes fortalezas em toda a terra, para servirem de pontos fortes para defesa de sua administração. Um deles, o mais famoso, foi Masada ao longo do canto sudoeste do Mar Morto. Tudo o que ele tocava diplomaticamente parecia se transformar em ouro. Manteve a paz tanto com Jerusalém como Roma, e por isso, nesse sentido, foi muito bem-sucedido.
Sim, politicamente foi bem-sucedido. Mas há um outro lado de Herodes. Explique o lado paranoico de Herodes, que começa a surgir mais tarde em sua vida.
Basicamente, ele foi responsável por muitos problemas dentro de sua casa. Sua casa era uma lata de minhocas, simplesmente porque se casara com 10 esposas e cada uma dessas princesas produziram para ele príncipes que tramavam ser o primeiro na linha de sucessão, mas só poderia haver um número 1. E assim, se não houvesse duas ou três parcelas de efeitos colaterais antes que tomassem seu suco de laranja pela manhã, algo estava errado.

Josefo nos conta apenas uma das coisas horrorosas que aconteciam em sua família, a tentativa de envenenamento de um irmão para com o outro. Assim, Herodes manda matar três de seus próprios filhos por suspeita de traição. Leva a morte sua esposa favorita, Mariamne. Uma princesa Macabéia Asmoniana, que após levá-la a morte, levou também sua mãe-de-lei, devo dizer, uma de suas muitas mães-de-lei. Convidou o sumo sacerdote para um mergulho. Jogaram um jogo muito duro até Herodes afogá-lo. Matou vários tios e um casal de primos. Alguns dizem que ele foi um homem de família real, mas no aspecto negativo.

Por uma questão ou fato, o próprio Augusto, a quem Herodes foi sempre muito deferente, disse: "Eu preferiria ser um porco de Herodes do que ser seu filho". Era um trocadilho duplo. No grego, hus e huios, dava ideia de que, os porcos, pelo menos por lá, não eram abatidos para o consumo humano e, que eles tinham uma chance melhor de vida longa. E assim foi um trocadilho brilhante por parte de Augusto.
Sim. Em algum ponto, no final de sua vida, Herodes conspira para matar um estádio cheio de líderes judeus. O enredo é falho, mas o que isso revela sobre ele?
Bem, Josefo relata uma coisa bem terrível sobre Herodes, em seus últimos dias. Ele era paranoico, se é que tivesse alguma compreensão da realidade. Por exemplo, ficou muito preocupado que ninguém lamentasse sua morte. O que deixa nítido o quão preciso ele era mortal. Eles preparavam uma festa geral. E ninguém gosta de morrer sabendo que vão dançar em seu túmulo. E assim, ele queria dar às pessoas um motivo para chorar.

Em 4 a.C. ele está em seu palácio de inverno em Jericó. Único lugar na terra santa que não neva ou fica frio no inverno. É 1200 pés abaixo do nível do mar. Ele estava morrendo. Tenta todos os remédios do mundo para parar a enxurrada de doenças que estavam sobre ele. Foi até para as fontes termais no canto nordeste do mar morto. Mas nem isso o curou.

Então, volta à seu palácio de inverno e convida sua irmã Salomé e diz: "Eu quero que você traga todos os líderes judeus da terra e aprisione-os no hipódromo logo abaixo do palácio. E assim, ela o fez e, em seguida, disse: "Irmão, por que estou fazendo isso?". Herodes diz: "Bem, sei que quando eu morrer os judeus vão se alegrar. Então, quero dar-lhes motivos para chorar". Ele queria todos os líderes executados no hipódromo de modo que haveria milhares de famílias chorando no momento da morte de Herodes, o Grande. Esse é o tipo de homem doce que poderia ter matado bebês em Belém? Sim, acho que sim.
Sim, certamente muito bondoso. Falando em Mateus 2, a Bíblia registra a cena da paranoia de Herodes no final de sua vida. Os sábios o alertam para o nascimento de um novo rei em Belém. Ele queria saber onde, para que pudesse erradicar o novo rival. Os magos sabiamente não retornaram. Herodes em seguida, responde abatendo todos os meninos de dois anos para baixo em Belém. Josefo escreve sobre Herodes, mas não faz nenhuma menção sobre isso em "toda região". Na verdade, não há nenhuma evidência extra bíblica de que este abate tenha acontecido. Como você responde?
Não, isso é interessante. Josefo não menciona. E, portanto, um monte de críticos bíblicos ataca esse aspecto da natividade e dizem, portanto, isso não aconteceu. Agora por favor, entendam que esse argumento é a partir do silêncio e que essa, é a forma mais fraca de argumentação que se possa usar. Como dizemos na profissão, ausência de evidência não é evidência de ausência.

Neste caso, uma ou duas coisas podem ter acontecido. Josefo deve ter ouvido falar sobre isso, mas não quis usar, porque não existia uma centena de bebês mortos, mas apenas cerca de 12, ou, por uma questão de fato, 12 ou 15. A mortalidade infantil no mundo antigo era tão grande que, de tal maneira esta não era de impressionar muito o leitor, acredite ou não. Acho que Josefo escolheu dentre as duas histórias sobre o tempo de pouco antes da morte de Herodes, a história sobre o abate de centenas de líderes judeus.

Ou ele pode não ter ouvido falar sobre isso. Mas uma vez, simplesmente porque a pequena Belém não importava muito, uma aldeia de cerca de 1500 habitantes. Em meu atual estudo, Belém na época não teria tido mais do que cerca de duas dezenas de bebês de dois anos para baixo, metade deles do sexo feminino. E por isso não era um grande negócio, e, acho que por esse motivo Josefo, ou nuca ouviu falar sobre isso ou não sentia que fosse importante o suficiente para ser registrado. Portanto, isto não vai contra a versão de Mateus, por qualquer meio.

Na verdade, estava discutindo uma vez, há anos atrás, sobre o massacre infantil com o professor Wagner College, em Nova York, que alegava que tudo isso era ficção, que certamente um massacre de centenas de bebês do sexo masculino judeus teria chegado ao conhecimento de outros historiadores. Bem, concordo que teria, se tivesse havido centenas de massacrados. Mas isso é ridículo. Uma pequena aldeia sem tamanho, ter centenas de bebês do sexo masculino de dois anos para baixo? Esse não poderia ser o caso.

E "todos os seus contornos". Bem, veja, Jerusalém é de cinco milhas de distância, certo? Então, isso incluiria Jerusalém, bem, se tomarmos literalmente, "todos os seus contornos". Estamos a falar de Belém e, provavelmente, uma meia milha em torno, quando falamos sobre os arredores de Belém.
Fascinante, e certamente não menos uma real tragédia. Então, finalmente, como um historiador, em sua mente, não há qualquer razão para duvidar da historicidade da matança dos inocentes?
Não vejo um pingo de evidência de que a história não possa ter acontecido. E, portanto, mais uma vez, não há nenhuma razão para duvidar da história. Para ter certeza, Lucas nunca ouviu falar sobre isso. Lembre-se que Mateus e Lucas não copiaram um do outro, quando se trata de Natividade. E isso é bom, porque desta forma, eles podem ter diferentes ângulos. Acho que realmente aconteceu, e lembremo-nos mais uma vez que o primeiro mártir do cristianismo não foi Estevão ou Jesus. Nem mesmo Jesus. O primeiro mártir da Igreja Cristã foi o primeiro bebê a ser morto em Belém, e nós sempre ignoramos isso.