terça-feira, 29 de dezembro de 2015

ASPECTOS HISTÓRICOS E ESPIRITUAIS DO ANO NOVO CRISTÃO


De acordo com o Calendário Gregoriano o Ano Novo cristão começa no primeiro dia de janeiro. No antigo Calendário Romano, o Ano Novo começava no dia 15 de março. A data de março, basicamente, era considerada o início da primavera, um tempo lógico para se começar um novo ano. Mas, por razões políticas e militares, 1º de janeiro de 153 aC torna-se o dia para se observar o novo ano. A partir de então, o ano romano começa em 1º de janeiro, e continua até hoje.
O calendário romano, também chamado de calendário juliano, foi amplamente utilizado em toda a Europa ocidental, até ser revisto por Luigi Giglio, um médico italiano, astrônomo, filósofo e cronologista. O uso deste calendário reformado foi ordenado pelo Papa Gregório XIII em 1582 e nomeado após ele, calendário gregoriano, esse é o calendário mais amplamente utilizado no mundo hoje.

Mas não foi sempre assim.
"Então o Senhor falou a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: No sétimo mês, no primeiro dia do mês, tereis descanso, memorial com sonidos de trombetas, santa convocação. Nenhum trabalho servil fareis, mas oferecereis oferta queimada ao Senhor" (Levítico 23:23-25).
O mês de Tishri, que cai durante os meses de setembro e outubro no calendário gregoriano, é também o primeiro mês no calendário civil judaico. O verão acabara, a colheita havia sido recolhida e a estação de outono havia começado. No primeiro dia de Tishri era a celebração de Ano Novo em Israel, "um memorial com sonido de trombetas, uma santa convocação". Hoje é chamado de Rosh Hashanah.

A tradição judaica afirma que este é o aniversário de Adão. Muitos estudiosos da Bíblia concordam que esse também é o aniversário real de Jesus Cristo, o "ultimo Adão". Uma das referências simbólicas para este dia corresponde ao fato de que quando um rei começa a reinar, ele é anunciado com trombetas. Neste primeiro dia de Tishri, trombetas soavam para anunciar o Ano Novo, mas o que quase ninguém soube, exceto alguns pastores que estavam longe de Belém, é que o verdadeiro Rei dos reis havia nascido.

Hoje, esse costume de celebrar o fim de um ano e o começo do próximo ainda é chamado de Calendário Gregoriano ou Ano Novo Cristão. Obviamente, vários países e pessoas com outras religiões têm suas próprias celebrações e observâncias. Alguns sugerem que para os cristãos, esta festa deve começar com o que chamamos de Advento.

O Advento na igreja cristã é o período imediatamente antes do Natal. É o começo do Ano Cristão ocidental, e começa no quarto domingo antes de 25 de dezembro e termina na véspera de Natal. A palavra Advento vem do latim, adventus, uma tradução do grego parusia, traduzido para o português com a palavra PRESENÇA, referindo-se mais frequentemente à Segunda Vinda de Cristo. Hoje, o tempo do Advento serve como um lembrete, de ambos os Testamentos, o velho para os judeus, para à espera da vinda do Messias e o Novo para os cristãos à espera do retorno do Senhor e Salvador Jesus Cristo. Tradicionalmente, é uma temporada com ênfase na oração: orações de compromisso, orações de reinauguração, orações de súplicas e orações de intercessão para salvação e libertação.

Deixando a história e a teologia de lado, a véspera do Ano Novo é um momento maravilhoso para os cristãos se reunirem e comemorar a conclusão de mais um ano de vida e dar as boas-vindas ao Novo Ano com orações e alegrias. O Dia de Ano Novo é uma oportunidade para relaxar e descansar, um grande momento para, em orações, definirmos metas para o próximo ano.
"As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; Novas são cada manhã, grande é a tua fidelidade. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele. Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor" (Lamentações 3:22-26).

Fonte: Pete Miler.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

QUE TIPOS DE RESOLUÇÕES DE ANO NOVO O CRISTÃO DEVE FAZER?


A prática de fazer resoluções de Ano Novo remonta de mais de 3.000 anos atrás pelos antigos babilônios. Há algo sobre o início de um novo ano que nos dá a sensação de um novo começo. Na realidade, não existe diferença entre 31 de dezembro e 1 de janeiro. Nada místico ocorre na madrugada de 31 de dezembro. A Bíblia não é a favor ou contra o conceito de resoluções de Ano Novo. No entanto, se um(a) cristão(ã) determina fazer uma resolução de Ano Novo, qual seria o tipo de resolução que ele ou ela deveria fazer?

As resoluções de Ano Novo mais comuns são: o compromisso de parar de fumar, para de beber, administrar o dinheiro com sabedoria, e de passar mais tempo com a família. Mas, de longe, a resolução mais comum é a de perder peso, em conjunto com a de entrar em uma academia e comer alimentos mais saldáveis. Estas são todas as metas a serem definidas. No entanto, 1 Timóteo 4:8 nos ensina a manter o exercício em perspectiva: "Porque o exercício corporal para pouco se aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir". A grande maioria das resoluções de Ano Novo, mesmo entre os cristãos, são em relações a coisas físicas. E, isso não deve ser assim.

Muitos cristãos fazem resoluções de Ano Novo para orar mais, ler a Bíblia todos os dias e ir para a igreja com mais regularidade. Estes são objetivos fantásticos. No entanto, estas resoluções de Ano Novo falham tão frequentemente quanto as resoluções não-espirituais, pois não há poder em uma resolução de Ano Novo. Resolver iniciar ou parar de fazer uma determinada atividade não tem valor a menos que tenha a devida motivação para parar ou iniciar tal atividade. Por exemplo: Por que ler a Bíblia todos os dias? É para honrar a Deus e crescer espiritualmente, ou é porque você acabou de ouvir que essa é uma boa meta para se fazer? Por que você quer perder peso? É para honrar a Deus com seu corpo, ou é apenas para vaidade, para honrara a si mesmo?

Filipenses 4:13 nos diz: "Tudo posso naquele que me fortalece". João 15:5 declara: "Eu sou a videira, vós sois os ramos. Quem está em mim, e eu nele, esse dá muitos frutos, porque sem mim nada podeis fazer". Se Deus é o centro da resolução de Ano Novo, ela tem chances de sucesso, dependendo de seu compromisso com Ele. Se for da vontade de Deus que ela seja cumprida. Ele irá permitir que você a cumpra. Se uma resolução não é para honra de Deus e/ou não está de acordo com a Palavra dEle, não receberemos sua ajuda no cumprimento da resolução.

Então, que tipo de resolução de Ano Novo o cristão deve fazer? Aqui estão algumas sugestões:
1. Orar ao Senhor por sabedoria (Tiago 1:5) em relação a suas resoluções, se for o caso, pedir a Deus que lhe dê as resoluções;
2. Orar por sabedoria sobre a forma de cumprir as metas que Deus lhe deu;
3. Confiar na força de Deus para ajudá-lo;
4. Encontrar um(a) parceiro(a) de responsabilidade para ajudá-lo(la) e incentivá-lo(la);
5. Não desanimar com fracassos ocasionais, em vez disso, que eles o motivem ainda mais;
6. Não se tornar orgulhoso ou vaidoso, mas dar glórias a Deus.

Salmo 37:5-6 diz: "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e ele o fará. E ele fará sobressair tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia".

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

NATAL: UMA FESTA PAGÃ OU CRISTÃ?

 

Natal
O Natal é comemorado no dia 25 de dezembro (07 de janeiro para os cristãos ortodoxos). O Natal é um dia santo cristão que marca o nascimento de Jesus, o Filho de Deus.
A História do Natal
O Nascimento de Jesus, conhecido como Natividade, é descrito no Novo Testamento da Bíblia. Os Evangelhos de Mateus e Lucas contam fatos diferentes. É a partir deles que a história da Natividade foi reunida.
Ambas nos dizem que Jesus nasceu de uma mulher chamada Maria, que estava noiva de José, um carpinteiro. O Evangelho conta que Maria era virgem quando engravidou.
No relato de Lucas Maria foi visitada por um anjo que trouxe a mensagem de que ela daria luz à um filho de Deus. Segundo o relato de Mateus, José foi visitado por um anjo que o convenceu de se casar com Maria, em vez de mandá-la embora ou expor sua gravidez.
Mateus nos fala sobre alguns homens sábios que seguiram uma estrela até ao local do nascimento de Jesus e lhes deram presentes: ouro, incenso e mirra. Lucas conta como os pastores foram levados a Belém por um anjo.
Segundo a tradição, José e Maria viajaram para Belém pouco antes do nascimento de Jesus. José tinha sido requisitado para participar de um censo em sua cidade natal.
Todos os povos judeus tinham de ser contado, assim o imperador romano poderia determinar quanto dinheiro recolheria deles a partir dos impostos. Aqueles que tinham se afastado das casas de sua família, como José, teriam que voltar para inscreverem seus nomes nos registros romanos.
José e Maria partiram em uma árdua jornada de 90 milhas de comprimento de Nazaré ao longo do vale do rio Jordão, passando de Jerusalém a Belém. Maria viajou em um burro para conservar sua energia para o nascimento.
Mas, quando chegam em Belém, as pousadas locais estavam cheias com pessoas vindo para o censo. O gerente deixa-os ficar na caverna da rocha abaixo de sua casa, que era usada como estábulo para seus animais.
Foi ali, ao lado do barulho e sujeira dos animais, que Maria deu à luz a seu filho, e deixa-o numa manjedoura.
A Data de Natal e seus Precursores
O Primeiro Natal
Os Evangelhos não mencionam a data do nascimento de Jesus. A data não existia até o 4º século dC, quando o Papa Júlio I fixa a data de 25 de dezembro como a data para o Natal. Essa foi uma tentativa de cristianizar as celebrações pagãs que já tinham lugar nesta época do ano. Por volta de 529 dC., 25 de dezembro torna-se feriado civil e por volta de 567 os doze dias que sucedem o 25 de dezembro tornam-se feriado, a Epifania.
O Natal não é apenas uma festa cristã. A celebração tem raízes no feriado judaico de Hanukkah, nos festivais antigos da Grécia, nas crenças dos Druidas e nos costumes populares da Europa.

Celebrações Midwinter
O Natal vem logo após o meio do inverno. O sol está se fortalecendo e os dias estão começando a crescer mais. Para as pessoas ao longo da história este era um momento de festa e celebração.

Os povos antigos eram caçadores e passavam a maior parte do tempo ao ar livre. As estações do ano e as condições meteorológicas desempenhavam um papel muito importante em suas vidas e, por isso, tinham uma grande reverência ao sol, chegando até mesmo a adorá-lo. Os escandinavos do norte da Europa viam o sol como uma roda que muda as estações do ano. Foi a partir da palavra roda, Houl, que a palavra Yule (outro nome para o natal) pensou em chegar até nós. No solstício do inverno os nórdicos acendiam fogueiras, contavam histórias e bebiam cerveja doce.
Os romanos também realizavam festas para celebrar o solstício de inverno. Saturnalia (do deus Saturno) decorriam durante sete dias a partir de 17 de dezembro. Era uma época em que as regras comuns viravam de cabeça para baixo. Os homens se vestiam como mulheres e senhores se vestiam como servos. O festival também envolvia procissões, decoração de casas com hortaliças, acendiam velas e davam presentes.
Azevinho é um dos símbolos mais associados ao Natal. Seu significado religioso data do pré cristianismo. Ela foi anteriormente associada com o Deus Sol e foi importante nos costumes pagãos. Algumas religiões antigas usavam o azevinho para proteção. Elas decoravam portas e janelas com ele na crença de afastar os maus espíritos.
Antes do cristianismo chegar às Ilhas Britânicas o Solstício de Inverno era realizado no dia mais curto do ano (21 de dezembro). Os Druídas (Sacerdotes Celtas) cortavam o visco que crescia na árvore de carvalho e dava-os como bênçãos. Os Oaks eram vistos como sagrados e o fruto de inverno do visco era um símbolo de vida nos meses de inverno escuro.
O Judaísmo foi a principal religião de Israel na época do nascimento de Jesus. O festival do solstício do inverno judaico de Hanukkah marca uma parte importante da história judaica. São oito dias de duração e, em cada dia uma vela é acesa. É um momento de recordação, celebração da luz, e, de dar presentes e se divertir.
Celebração Histórica

O Natal sempre foi uma estranha combinação de cristianismo e tradições populares pagãs. Já em 389 dC., São Gregório Nazianeno (um dos quatro padres da Igreja Grega) advertiu contra a "festa em excesso, dança e coroação de portas". A Igreja já estava encontrando dificuldades para enterrar o resto do festival pagão do solstício de inverno.
Medieval
Durante o período medieval (c.400dC - c. 1400dC) o Natal foi um tempo de festa e folia. Era um festival predominantemente secular, mas continha alguns elementos religiosos.
O Natal medieval compreendia o tempo de 12 dias antes do Natal em 24 de dezembro, até a Epifania (Véspera do Dia de Reis) em 06 de janeiro. A Epifania vem de uma palavra grega que significa "mostrar", ou seja, o momento em que Jesus foi revelado ao mundo. Mesmo até 1800 a Epifania foi tão grande quanto a celebração do dia do Natal.
Muitas tradições pagãs tinham sido trazidas para a Grã-Bretanha pelos invasores romanos. Estes incluíam cobrir as casas de hortaliças e as festas picantes que tinham suas raízes no rebelde festival de Saturnalia.
A igreja tentou cobrir as práticas pagãs e os costumes populares dando um significado cristão. Os cânticos de Natal que tinham começado como canções pagãs para celebrações, como o solstício de verão e a colheita são retomadas pela igreja. No final do período medieval os cantos de canções de Natal tornam-se tradição.
A igreja também injeta sentido cristão no uso do azevinho, tornando-se um símbolo para a coroa de espinhos de Jesus. De acordo com uma lenda, ramos de azevinho foram tecidos em uma coroa dolorosa e colocados na cabeça de Cristo pelos soldados romanos que o escarneciam, cantando: "Salve o Rei dos Judeus". Bagas do azevinho costumavam ser brancos, mas o sangue de Cristo deixou-os com uma mancha vermelha para sempre.
Outra lenda é sobre um pequeno órfão que vivia com pastores quando os anjos vieram para anunciar o nascimento de Jesus. A criança teceu uma coroa de azevinho para a cabeça do bebê recém-nascido. Mas quando ele o apresentou, tornou-se envergonhado de seu presente e começou a chorar. Milagrosamente o bebê Jesus estendeu a mão e tocou a cora. Ele começou a brilhar e as lágrimas do órfão se transformaram em belas bagas vermelhas.

Proibição do Natal
A partir de meados do século 17 até o início do século 18 os puritanos cristãos suprimiram as celebrações do Natal na Europa e na América.
O movimento puritano começou durante o reinado da rainha Elizabete da Inglaterra (1558-1603). Eles acreditavam em rigorosos códigos morais, muita oração e um próximo seguimento da Escritura do Novo Testamento. À medida que a data do nascimento de Cristo não se encontra nos Evangelhos, os puritanos acreditam que o Natal está fortemente ligado ao festival pagão romano e se opõem a toda celebração do mesmo, em especial as festas embriagadas e animadas, herdadas de Saturnalia. Em 1644 todas as atividades do Natal foram proibidas na Inglaterra. Isto inclui decorar as casas com pinheiros e comer tortas de carne.
O Presépio e o Jogo da Natividade
A narração da história do Natal tem sido uma parte importante da cristianização do Natal. Uma maneira de manter a história de Natal foi através do presépio, o modelo da manjedoura que Jesus nasceu. A tradição de montagem do presépio remonta de pelo menos 400 dC., quando o Papa Sisto III construiu um em Roma. Em muitas partes da Europa a construção de presépios no século 18 foi uma forma importante de artesanato. Este não foi o caso da Inglaterra até bem mais tarde, sugerindo que o Natal Britânico fosse menos cristão do que em outras partes da Europa.
A tradição da execução da Natividade começou em igrejas e eram usadas para ilustrar a história do Natal como a Bíblia contava.
Natal Vitoriano
Depois de um período de calmaria nas celebrações do Natal a festa volta com um estrondo na Era Vitoriana (1837-1901). O Natal Vitoriano foi baseado na nostalgia dos natais passados. Charles Dickens mostra em "Um conto de Natal" (A Christmas Carol - 1843) que os ideais de Natal devem ser inspirados, capturados na imaginação das classes médias britânicas e americanas. Este grupo tinha dinheiro para gastar e fizeram do Natal um momento especial para a família.
Os Vitorianos deram-se o tipo de Natal que conhecemos hoje, revivendo a tradição de cantar cânticos de Natal, colocando a prática de dar cartões a partir do dia de São Valentim e popularizando a árvore de Natal.
Embora os vitorianos tenham tentado reviver o Natal da Grã-Bretanha medieval, muitas das novas tradições foram invenções anglo-americanas. Desde a década de 1950, os cânticos de Natal foram revividos pelos ministros, particularmente na América, que os incorporavam a celebrações de Natal na Igreja. Os Cartões de Natal foram inventados pelos britânicos, mas os norte-americanos, muitos dos quais estavam em movimentos longe de suas famílias, pegaram a prática por causa do serviço postal barato e, porque era uma boa maneira de se manter em contato com as pessoas distantes.
As árvores de Natal era uma tradição Alemã, trazida para a Grã-Bretanha e popularizada pela família real. O príncipe Albert introduziu pela primeira vez a árvore de Natal para a família real da Grã-Bretanha em 1834. Ela foi dada como presente pela rainha da Noruega, e foi exibida em Trafalgar Square.
Celebração Moderna
Advento
O Advento é o período de preparação para a celebração do nascimento de Jesus e começa no domingo mais próximo ao 30 de novembro. A palavra Advento vem do significado da palavra Latina adventus "vinda".
Tradicionalmente, é uma temporada penitencial, mas não é mantida com o rigor da Quaresma e, os cristãos não são obrigados a jejuar.
As Coroas do Advento são populares especialmente em igrejas. Elas são feitas com ramos de abeto e quatro velas. A vela é acesa a cada domingo durante o Advento.
O Dia de Natal é a festa cristã mais celebrada pelos não-fiéis e pelas igrejas, que muitas vezes ficam quase que completamente cheias para o serviço na noite da véspera do Natal.
Papai Noel
Uma parte importante do Natal de hoje é o mito do Papai Natal (chamado de Papai Noel na América). Suas origens estão na tradição cristã e europeia. Mas a imagem visual do Papai Natal que temos hoje é aquela popularizada por entregadores de cartão americanos na era vitoriana.
Tradicionalmente, o Papai Noel visita as casas à meia-noite na véspera de Natal, descendo pela chaminé para deixar os presentes. As crianças penduram meias - hoje em dia são geralmente grandes meias com padrões de malha de Natal - para o Papai Noel preencher com pequenos brinquedos e presentes.
Algumas tradições que cercam o Papai Noel datam do pré cristianismo. Seu trenó, puxado por renas, é mais para esquerda, da mitologia escandinava. A prática de deixar tortas de carne e um copo de leite ou conhaque para ele na Véspera de Natal pode ser um remanescente de sacrifícios pagãos realizados para marcar o fim do inverno e a chegada da primavera.
Os EUA têm a figura do Papai Noel, cujo nome vem de São Nicolau, através do Sinterklaas holandês. São Nicolau de Myra (localização da atual Turquia) é, entre outras coisas, o santo padroeiro dos marinheiros. A famosa história mostra ele entregando anonimamente sacos de moedas de ouro para um homem que não podia pagar o dote de suas filhas para se casarem.
Nos tempos modernos, as figuras do Papai Natal e Papai Noel são indistinguíveis.
Natal Hoje
Hoje, o Natal continua a ser o maior feriado do calendário. É um feriado em grande parte secular, tendo como principal elemento a troca de presentes no dia do Natal.
Nos séculos anteriores, a Igreja preocupava-se com a influência pagã na festa cristã, mas hoje, considerações éticas estão focadas mais no comercialismo do feriado.
Protestos contra o consumismo têm sido feito por cristãos e não cristãos, como "Não Comprar Nada no Natal", encorajando as pessoas a passarem mais tempo com suas famílias em vez de gastar dinheiro com elas.
Com concertos, canções e árvores de Natal, partindo em massa das ruas e programas de televisão, a festa do Natal de hoje tem elementos pagãos, cristãos e tradições populares.
Mas o importante é que o Natal continua a ser um tempo para esquecer os longos dias escuros e comemorar com amigos e familiares.
Bibliografia
The Making of A Modern Christmas, J. M. Golby & A. W. Purdue, Sutton Publishing, 1986
Victorian Christmas, Joy to the World, C. Hart, J. Grossman & P. Dunhil, Ebury Press, 1991
The Christmas Alumanac, Michael Stephenson, Oxford University Press, 1992
The Book of Christmas, Thomas K. Hervey, Folklore Society Books, 2000
Christmas. Encyclopaedia Britannica. Retrieved Nevember 26, 2003, from Encyclopaedia Britannica Online.

Fonte: www.bbc.co.uk.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O NATAL É PARA O POBRE E HUMILDE!


Um ambiente inesperado

Sem dúvidas, passaríamos nossas vidas inteiras em busca de uma literatura no mundo que contasse uma história tão bonita quanto a do nascimento de Jesus e não encontraríamos. A narrativa do nascimento de Cristo é especialmente profunda porque é verdadeira, e é firmemente fixada na história em um lugar real e com personagens reais. Ela começa com a anunciação a mãe de Cristo, o que em si, é um conto de singular beleza e maravilhosamente situada na vida humana.

O cenário para a anunciação espantou os leitores judeus do primeiro século, pois Gabriel ignorou a Judeia, o coração da obra de Deus através dos séculos, e foi para a Galileia, uma terra que foi objeto de permanente desprezo judaico por causa de sua população híbrida. Ainda mais, o anjo não só ultrapassou da Judeia para a Galileia, mas da cidade de Jerusalém para a aldeia de Nazaré. Nazaré era um "não-lugar". Ela nem sequer foi mencionada no Antigo Testamento ou nos escritos de Josefo ou em outros escritos rabínicos (quer talmúdicos ou midráshicos).

Não até 1962 que uma menção pré-cristã de Nazaré foi encontrada em Cesaréia Marítima. A proeminência posterior da cidade é o resultado do evangelho cristão. Nazaré era uma cidade de má qualidade, parada no meio do caminho entre as cidades portuárias de Tiro e Sidom, e foi invadida por gentios e soldados romanos. Sinceramente falando Natanael mencionou Nazaré dizendo: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" (João 1:46), implicando que ela era uma cidade miserável.

Por consenso, Nazaré não era muita coisa.

A Mãe do Camponês

Fica nítido que pulando a Judeia e Jerusalém, Gabriel também ignorou o templo, o lugar mais sagrado de Israel, e entrou na humilde casa de Maria, o que certamente não era muita coisa. Aos olhos do mundo, a própria Maria não era de muita consideração também. Era muito jovem para ter conhecido grande parte do mundo ou ter realizado alguma coisa.

De acordo com o evangelho apócrifo do Nascimento de Maria, ela tinha apenas 14 anos; e com A História de José, o Carpinteiro ela tinha apenas 12 anos. Tal como acontece com todas as pobres camponesas, ela era analfabeta, seu conhecimento das Escrituras era limitado ao que tinha memorizado em casa, ou ouvido na sinagoga.

De todos os indicadores, sua vida não seria extraordinária. Ela iria se casar com um homem humilde, dar à luz a inúmeras crianças pobres, sem ir mais longe do que apenas algumas milhas de casa, e morrer como as milhares mulheres antes dela - uma ninguém, em uma não-cidade no meio do nada.

Grande notícia para o pobre e humilde

À medida que lemos o bonito o texto da Anunciação, não podemos perder um fato inescapável: A grande novidade proclamada em Israel veio para o mais humilde de seu povo!

Maria disse exatamente isso em seu Magnificat, quando cantou: "Minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva" (Lucas 1:46-48). Nove meses depois, no dia de Natal, foi para os pobres, desterrados e humildes pastores que os anjos proclamaram em coro sua anunciação: "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre aqueles com quem está satisfeito" (Lucas 2:14).

Sempre que considerarmos aquelas/es a quem a boa notícia veio, devemos recitar uma lista pontuada pelas palavras "pobres" e "humildes". E se a encarnação acontecesse hoje, seria do mesmo jeito. O Senhor não teria nascido em Jerusalém, Roma, Londres ou Nova York, mas nas ruas normais de uma cidade sem nome.

Devemos aceitar o fato espiritual e essencial da encarnação e do evangelho: O Senhor vem para as pessoas carentes, aquelas que percebem que, sem Ele, não podem fazer nada, os que reconhecem sua fraqueza e falta espiritual.

A encarnação, salvação, ressurreição e o Natal não são para o orgulhoso, autossuficiente, mas para os pobres e humildes. 

Este post é uma adaptação de Luke: That You May Know The Truth de R. Kent Hughes que faz parte da série de comentários Preaching The Word.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

VENDO O "BEBÊ JESUS" DE UMA FORMA DIFERENTE NESTE NATAL



Me surpreende quando leio novamente o relato bíblico do nascimento de Jesus no natal, vendo o próprio Deus tornar-se tão vulnerável quanto qualquer outra criança.


Mesmo que acredite ou não em Deus, por causa de tanta coisa ruim no mundo, finja que acredite (mesmo que apenas hipoteticamente), isso poderá te dar uma resposta de quem realmente é Deus e o que Ele significa (e poderá fazer você ter um novo olhar sobre Ele, mesmo com todas as coisas que já tenha visto antes).

Você já se perguntou?

Dada as expectativas de "grandeza" de nossa sociedade hoje, consagrada pela exibição de poder, celebridade, riqueza, fama e sucesso, por que então Deus se revela a humanidade como um bebê...?


Não apenas qualquer bebê... mas um bebê vulnerável...
"E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e nome da virgem era Maria" Lucas 1:26-27.

Quer começar sua história com um backup? Tente ver o resultado de uma suposta "concepção milagrosa", testemunhada apenas por sua mãe, provavelmente uma adolescente entre 12-16 anos, analfabeta, pobre e de uma aldeia rural do oriente médio. Essa foi Maria. Não aquela imagem de porcelana coroada que está mais perto dos 30 anos do que dos treze.

Pobre...
"Não é este o filho do carpinteiro?" Mateus 13:55.

Seu pai também não era um alto comerciante. Era provavelmente apenas um adolescente, talvez um pouco mais velho que Maria (poderia também ser um homem bem maduro), que terminara seu aprendizado de carpintaria e tentava salvar seu casamento quando surge essa bomba. Então agora é a hora de ir a Belém com sua esposa adolescente grávida, e, claro, tudo que pode lhe oferecer é um um pouco de feno em um galpão sujo para ela dar à luz, bem como as condições de 800 mulheres que continuam a morrer todos os dias no ano de 2015 durante a gravidez, 99% das quais, em países em desenvolvimento.

Por quê? Porque seus pais são pobres. Não 'pré agraciados' (graças a seu chá de bebê extravagante) com um berço caro, quarto totalmente enfeitado com suprimentos intermináveis de roupas, fraldas e brinquedos dados por seus avós, tios e amigos. Em vez disso, Ele foi como a maioria do mundo 1,2 bilhões de pessoas que ainda vivem em extrema pobreza hoje.

Refugiado...
"Disse-lhe: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu diga; porque Herodes há de procurar o menino para o matar" Mateus 2:13.

Não há tempo para descanso. Sua vida já tem um preço sobre ele. Seus pais começam lutando para reunir o que podem, e antes que perceba, Ele já está sendo levado para longe, na escuridão da noite através das fronteiras extremas, sem teto, assustado e inseguro do futuro por vir. Não é de admirar, então, que haja pessoas hoje, bem perto de nós, que ainda experimentam a mesma circunstância, 42,5 milhões de pessoas deslocadas por perseguições e conflitos em nosso mundo, classificadas como refugiadas, pessoas deslocadas internamente, ou que requerem asilo.

Considero o bebê Jesus como cada uma dessas pessoas - vulneráveis, pobres e refugiadas - falo de um Deus que desesperadamente experimentou o pior que este mundo tem a oferecer.

Um Deus que deseja mais do que qualquer coisa ser capaz de se relacionar conosco em nossa própria pobreza, quebrantamento e momentos de desespero.

Um Deus que não é distante, mas que deseja estar próximo. Para andar no meio de nós como alguém que já passou por tudo, para que possamos chegar a Ele com qualquer coisa, para que Ele possa ser nosso conselheiro, edredom, salvador e amigo.

O que essa imagem do "bebê Jesus" fala a você?


baseado no texto de Matt Darvas.
Fonte: mattdarvas.com.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

CARNE ESTRANHA: SERÁ QUE JUDAS CONDENA AS PESSOAS LGBT?

"Reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia" Judas 6.

Judas é um "livro" um pouco estranho e raramente lido e citado. Ele consiste de apenas 25 versos, dos quais três são bem interessantes no debate da homossexualidade.
"Mas quero lembrar-vos, no entanto, uma vez que vós soubestes tudo isso, que, havendo o Senhor salvado o povo da terra do Egito, destruiu depois os que não creram. E os anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia. Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno". Judas 5-7.

O pecado que Judas condena é a tentativa, ou mesmo a concretização, do desejo de sexo entre seres humanos e anjos. Ele não menciona ou condena os LGBT. Isso não é interessante? No entanto, muitos cristãos fundamentalistas tomam esses versículos fora de seu contexto para condenar a população LGBT. Afirmam (falsamente) que o v.7 é um ataque negativo a essas pessoas.
Isso é interessante porque Judas usa a palavra grega , heteros, (que significa diferente) a partir da qual origina a palavra em português, heterossexual, em vez da palavra grega, homoios, (que significa mesmo) da qual chegamos a nossa palavra em português, homossexual.
A escolha cuidadosa da palavra indica que o ponto em questão com Deus não é a homossexualidade. O pecado que Judas condena são os seres humanos que tentam ter relações com anjos. O pecado foi tentar ter sexo com alguém muito diferente, heteros.

O que significam esses versos?

O propósito de Judas é mostrar que Deus castiga os maus e salva os justos. Ele ilustra seu ponto citando três exemplos do Antigo Testamento:

1. Êxodo de Israel do Egito (v.5) - os justos judeus foram salvos; os egípcios malvados foram destruídos.

2. A Humanidade antes do Dilúvio de Noé (v.6) - A família justa de Noé foi salva; A humanidade perversa foi destruída e os anjos caídos foram presos, acorrentados no escuro à espera do julgamento de Deus.
"Havia gigantes na terra naqueles dias, e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos deles; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama. Então o Senhor viu que a maldade do homem era grande na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente". Gênesis 6:4-5. NVI.
3. Os Habitantes de Sodoma (v.7) - Ló, o justo e suas duas filhas foram salvas; os ímpios foram destruídos.

Três Pontos Importantes

I. Judas 7 liga fornicação a outra carne, não carne humana, portanto, no contexto Judas se refere aos anjos, e não aos homens e mulheres homossexuais ou bissexuais. E, a propósito, não é uma interpretação "queer". Muitos cristãos heterossexuais fundamentalistas ensinam a mesma coisa sobre essa passagem.
II. O ensino judaico no primeiro século dC. era de que as mulheres estavam tentando fazer sexo com os anjos caídos para que pudessem ter filhos sobrenaturais, como os gigantes de Gênesis 6:2-13, que eram produto do sexo entre mulheres terrenas e "os filhos de Deus" (anjos caídos).
Esses anjos caídos mudaram a ordem de sua natureza e tiveram relações com as filhas dos homens, Testamento de Naftali 3:3-5 (O sol a lua e as estrelas não alteram a sua ordem; Assim também vós não devem mudar a lei de Deus em desordem das suas ações. Unidos se extraviaram, e abandonaram o Senhor, e mudaram sua ordem, e seguiram pedras e estoques, seguindo depois a espíritos de erro. Mas vós não sejais assim, meus filhos, reconhecendo no firmamento, na terra e no mar, e em todas as coisas criadas, o Senhor que todas elas fez, para que não vos tornardes como Sodoma, que alterou a ordem de sua natureza, da mesma maneira também o testemunho. Alterou a ordem de sua natureza, a quem também o Senhor amaldiçoou a inundação, e por causa deles desolada a terra, que deveria ser desabitada e infrutífera). Na história de Sodoma, os homens de Sodoma tentam um estupro coletivo com os visitantes anjos.

III. De acordo com muitos cristãos fundamentalistas, os homens de Sodoma estavam "indo atrás de carne estranha", significa sexo homossexual, ou a tentativa de ter relações sexuais com alguém do mesmo sexo.
No entanto, quando consideramos o que a Bíblia realmente diz, tal interpretação é absurda, pois nunca é mencionada nem no Antigo ou Novo Testamento.
Quando os cristãos LGBT entram em desacordo com a ilógica, mas tradicional, interpretação, isso significa que estejam procurando um álibi para seu pecado? Ou muitos cristãos heterossexuais estão com sérios problemas ao concordar que Judas descreve "sexo com anjos"? Surpreendentemente, até mesmo um professor conservador e calvinista da Bíblia como John MacArthur rejeita a interpretação tradicional e concorda com os cristãos LGBT, que é uma questão de "sexo com anjos".


Dr. John MacArthur da
Igreja da Comunidade da Graça
Sun Valley, Califórnia, Judas 7
Pastor John MacArthur,
Professor de Bíblia.
O versículo 7 nos dá algumas pistas sobre as especificidades de sua iniquidade. "Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas da mesma maneira, (estes anjos) se entregam à fornicação...". Seja o que for que esses anjos tenham feito, foi a mesma coisa que Sodoma e Gomorra fez, ou seja, cometendo fornicação: (v. 7b) "ido após outra carne". Os anjos são descritos no verso 6. Eles parecem ser um antecedente provável da palavra "se" no verso 7. Por isso, acredito que o verso 7 diz que os anjos estavam dando a si mesmos em prostituição. Então, o que esses anjos fizeram? Em primeiro lugar, eles não guardaram seu primeiro estado. Em segundo lugar, deixaram o lugar normal de sua natureza e designo que Deus exigia deles. Em terceiro lugar, entregaram-se a uma espécie bruta de mal sexual da mesma forma que fizeram Sodoma e Gomorra. Você lembra o que foi o pecado de Sodoma e Gomorra? Os homens dessas cidades cobiçaram os anjos que estavam hospedados na casa de Ló. Os anjos caídos no versículo 6 fazem a mesma coisa que Sodoma e Gomorra, exceto que no sentido inverso. Eles cobiçaram seres humanos. Eles entraram em uma terrível perversão sexual. A "estranha (grego Heteros=diferente) carne" era de uma natureza diferente da deles. Assim como os homens de Sodoma cobiçaram os anjos, os anjos (em Gênesis 6) cobiçaram carne humana e se prostituíram com mulheres humanas... O pecado dos sodomitas foi a cobiça de um tipo diferente de ser... dois visitantes angelicais que vieram visitar Sodoma e, finalmente, resgatar Ló. Os sodomitas tentaram se envolver em atividades homossexual com eles. Por essa razão, Deus julgou Sodoma e Gomorra e sua cidades irmãs, limpando-as para fora da terra. John MacArthur diz que seu pecado foi homens tentando fazer sexo com anjos.

Comentário Bíblico do Expositor
Comentários sobre Judas 7
"O segundo exemplo é dos anjos caídos. A referência mais provável aqui é a de anjos. ("Filhos de Deus", cf. Gn. 6:4; Jó 1:6, 2:1) vieram a terra e se misturaram com as mulheres. Esta interpretação está exposta no livro pseudográfico de Enoque (7:9; 8:10,11; 12:4), a partir do qual Judas cita no v.14, o que é comum na literatura inter testamental e nos pais da igreja primitiva (por exemplo, Justin Apology 2.5)...O terceiro exemplo é o julgamento das cidades da planície, Sodoma e Gomorra... Os fatores-chaves são "estes" toutois - masculino, referindo-se a "anjos" (v.6), não a cidades (feminino) e as palavras "carne diferente" (sarkos heteras). Assim, o pecado de Sodoma e Gomorra foi buscar a união com "carne diferente" de uma forma semelhante ao que os "filhos de Deus" fizeram (Gn. 6:2). (Anjos?). Quando eles se misturaram com "as filhas dos homens" (humanos).
The Expositor's Bible Commentary, Volume 12, Zondervan, Jude, p. 390, escrito por Dr. Edwin A. Blum, B.S., Bob Jones University, Th.M., Th.D., Seminário Teológico e Dallas, D. Teol., Universidade de Basel, Suíça.
Fundamentalista Robert Gagnon
Comentário sobre Judas
Dr. Robert Gagnon,
Seminário Teológico Pittsburg.
Aqui está a tradução pessoal do Dr. Gagnon de Judas 6-7: "6. Anjos, e também, aqueles que não tinham mantido sua própria esfera de influência (ou posição de autoridade, regra, estação, domínio; Archen), mas que tinham deixado para trás (ou deserto, abandonado) sua habitação, Ele próprio (ou seja, o Senhor) manteve até (ou para) o juízo do grande dia em prisões eternas sob (ou em) escuridão (ou seja, das regiões inferiores), 7. (apenas) como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, de uma forma semelhante a estes (ou da mesma forma como eles; ton homoion tropon toutois), cometeram (ekporneusasaia imoralidade sexual e seguiram "outra carne" (ou estranha carne/ estrangeiro, um outro tipo de carne, carne que não seja a sua, ou seja, carne angelical; kai apelthousai opiso sarkos heteras), estão diante de nós (ou são exibidas) como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno". 
Dr. Gagnon diz sobre esta passagem:
"As duas ações (cometer imoralidade sexual e perseguir anjos) devem ser tratadas como relacionadas, mas distintas... Em seu desejo de ter relações sexuais com outros homens, os homens de Sodoma, inadvertidamente, colocaram-se em uma posição de sacrilégio de perseguir os anjos para terem relações sexuais com eles. "De igual maneira", os falsos crentes, a quem Judas combate, entram através de seu desejo de comportamento sexual imoral, em conflito com os guardiões angélicos da atual ordem mundial.
Judas vê as ações dos Sodomitas como parte semelhante das ações dos anjos rebeldes,, conhecidos como "os Watchers" (Testemunhas), encontrado em Gênesis 6:1-4 e em muitas literaturas judaicas do Segundo Templo (Note a expressão "de uma forma semelhante a estes [anjos]" no v.7). Judas também vê semelhanças entre essas duas ações e as ações dos falsos crentes que Judas critica em seu livro (note a palavra "semelhante" introdução do v.8).
...As ações dos Sodomitas em "cometer imoralidade sexual e ir após outra carne" semelhante as ações dos anjos rebeldes em copular com os seres humanos. 
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Dr. Gagnon acredita que Judas faça um comentário negativo sobre a homossexualidade, embora sua interpretação pareça tensa para mim, especialmente em vista de sua tradução e comentários acima.

The NET Bible
Comentário sobre Judas 
"Grego Carne Estranha". "Esta frase foi interpretada de maneiras variadas. Pode referir-se a carne de outra espécie (tais como anjos cobiçando carne humana). Esta poderia descrever o pecado dos anjos, mas não é fácil explicar o pecado de Sodoma e Gomorra. Pode consultar as práticas homossexuais dos sodomitas, mas uma dificuldade decorre do uso de ἕτερος (hetero, "estranho", "diferente"). Quando este está a ser distinguido de ἄλλος (allos, "outro"), ele sugere "um outro de um tipo diferente". Neste caso, teria que descrever adequadamente o comportamento sexual homo?
Em resposta, esse texto poderia facilmente ser compactado: "Perseguindo carne que não era o que estava normalmente em exercício". No entanto, esta se encontra numa analogia na luxúria dos anjos (isso implica que os anjos normalmente tem relações sexuais de algum tipo, mas confira Mateus 22:30).
Outra alternativa é que o foco do paralelo esteja sobre a atividade das cidades vizinhas e a atividade dos anjos. Isto é plausível uma vez que os particípios ἐκπορνεύσασαι (ekporneusasai, "tendo o espetáculo de imoralidade sexual") e  ἀπελθοῦσαι (apelqousai, "tendo prosseguido") têm concórdia com "cidades" (πόλεις, pólis), um substantivo plural feminino, ao invés de com Sodoma e Gomorra (ambos substantivos masculinos). Se for assim então o seu pecado não tem necessariamente que ser a homossexualidade.
No entanto, o mais provável é que os particípios femininos sejam usados por causa do uso do senso construto (construção de acordo com o sentido). Isto é, uma vez que Sodoma e Gomorra são cidades, o feminino é usado para implicar que todas as cidades estão envolvidas. A conexão com os anjos, portanto, parece ser um pouco solta: Ambos, os anjos e Sodoma e Gomorra são espetáculos de imoralidade sexual hedionda. Assim, a atividade homossexual não é o ponto como afirma os falsos mestres; a mera imoralidade sexual é suficiente para condená-los.
A NET Bible, um produto teologicamente conservador formada pelo Seminário Teológico de Dallas, de Judas 6 e 7.

Estudioso Gay, o falecido Bruce Gerig
Comentários sobre sexo com Anjos
"Alguns acreditam que a pequena carta de Judas condena os atos homossexuais, mas um exame mais minucioso lança dúvidas sobre isso. Judas escreveu para condenar certos enganadores que tinham invadido a igreja, negando o senhorio de Cristo e a introdução de má conduta sexual (v.4). Ele alerta, que, estes descrentes serão punidos como os anjos (= "filhos de Deus" em Gênesis 6:1-4), que deixaram seu posto celestial para experimentar o sexo com as mulheres humanas (Judas v. 5-6). Da mesma forma, diz Judas ("assim como"), "Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas... do mesmo modo agiram imoralmente e serviram de espetáculo e de luxúria antinatural (gr. Sarkos heteras)..." (v.7).
O grego aqui significa literalmente, ir atrás de "outra/carne diferente". Embora essa tenha sido por diversas vezes traduzida como "perversão" (NVI), "a luxúria antinatural" (Revised Standard RSV2), e "luxúria dos homens para outros homens" (Bíblia Viva), o que um olhar mais atento mostra que estas dificilmente podem ser traduções corretas.
Heteros é usado em outras partes do Novo Testamento para se referir a "outras" línguas (uma língua estrangeira ou celestial, Atos 2:4), um "diferente" Evangelho que Paulo ensinou (Gálatas 1:6), e "outra" glória (magnificência) que distingue as formas terrenas (por exemplo: montanhas, mares, áreas selvagens) do sol celestial, lua e estrelas (1 Coríntios 15:40).
Em contraste, dois gays compartilham "naturezas [que] são muito parecidas" (J. Chaine e J.N.D. Kelly) - Não "outra" ou "diferente", mas angelical seria muito diferente! Na verdade, há dois conectores gramaticais aqui ("assim como" e "da mesma maneira") que gravata o versículo 7 firmemente ao versículo 6 e exige que a "carne diferente" cobiçada em Sodoma seja semelhante a do erro dos anjos caídos em Gênesis 6. Ou seja, este refere-se à multidão em Sodoma querer ter sexo com os visitantes angelicais.
Dr. Robert Gagnon afirma que os homens de Sodoma não sabiam que os visitantes eram anjos - embora que o antigo autor judeu do Testamento de Asher (Aser) (7:1 - "Meus filhos! Não sigais o exemplo de Sodoma que se conspurcou diante dos anjos de YHWH, incorrendo assim na perdição eterna, Eu sei, com certeza. Havereis de pecar, caireis nas mãos dos vossos inimigos, vossa terra será devastada, vossos lugares santos serão arrasados. SEREIS DISPERSADOS PELOS QUATRO QUADRANTES DA TERRA") declare que eles deveriam saber.
Von Rad prevê que "os mensageiros celestiais (que vieram a Sodoma) eram homens jovens na flor da idade", cuja beleza teria naturalmente virado suas cabeças (dificilmente se pode imaginar que eles eram feios e asquerosos). Seja qual for o caso, a atenção dos sodomitas 'estava concentrada na coisa errada' - sobre a violência sexual, em de cuidar dos estranhos e necessitados.
Embora o texto de Judas seja um pouco vago, o que especificamente condenado aqui é uma certa "farra" que foi introduzida em "festas de amor" na igreja (v.12 refeições comunais da irmandade da igreja, que também incluía a partilha da Ceia do Senhor) Em uma passagem semelhante (e mesma situação) em 2 Pedro 2, o apóstolo também condena a farra na igreja, ligando-a especificamente com o "adultério" (heterossexual). (2:13-14).

Estudioso Anglicano JND Kelly
Comentários sobre Judas
"Sendo a alusão aqui, muitos têm interpretado cobiçou carne diferente (heteras sarkos) como significando "espetáculo de sodomia".
O grego no entanto, não suporta isso: simplesmente afirma que a carne que eles desejavam era diferente (esses anjos bons apareceram em forma humana, mas sua carne presumivelmente era de uma espécie diferente), enquanto que na homossexualidade, como J. Chaine (ad loc.) acertadamente observou, "as naturezas estão muito iguais". (p.259).
Ambos tinham feito seu pecado ainda mais terrível por cobiçar carne diferente - os anjos (em Gênesis 6), pois, sendo seres espirituais, cobiçaram mulheres mortais, e os sodomitas, embora sendo apenas seres humanos, procuraram ter relações sexuais com os anjos.
A Commentary on the Epistles of Peter and of Jude, JND Kelly (Estudioso Anglicano), Harper and Row: New York, 1969, p.258.

Metodista David Horrell
Comentário sobre Judas
"Como os anjos", "mergulhados em imoralidade sexual" (NVI) essas pessoas "foram atrás de outra carne" - e não carne humana. Esta última frase é uma tradução melhor e mais literal do grego do que o espetáculo de desejos não naturais, pois, como a conta em Gênesis 19:1-26 deixa nítido, que eram dois anjos com os quais os homens de Sodoma queriam ter relações sexuais.
É por isso que os dois exemplo nos versículos 6 e 7 são comparáveis para Judas, e por isso não pode ser a relação sexual homossexual que o autor tem em mente aqui: assim como os anjos deixaram seu devido lugar e mergulharam em imoralidade sexual com os seres humanos, do mesmo modo os homens de Sodoma procuraram violar a ordem correta na criação para ter relações sexuais com os anjos.
The Epistles of Peter and Jude, David Horrell, Epworth Press: Peterborough, 1998, p.121.

Fred Craddock
Comentários sobre Judas
Judas, por Sir Anthony Van Dyck
"A terceira e última lição adverte contra a imoralidade sexual, um aviso sobre o clássico desenho de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19). Os homens de Sodoma e Gomorra "perseguiram uma luxúria antinatural" ("perseguindo outra carne", v.7) que envolveu mais do que homossexualidade. Eles desejavam sexo com seres sobrenaturais que visitaram Ló, para Judas, o que aconteceu entre anjos e seres humanos em Gênesis 19, que acabou em fogo, era semelhante ao que aconteceu entre anjos e seres humanos em Gênesis 6:1-4. que acabou em um dilúvio.
Que os intrusos da igreja tinham alguma fascinação doentia por seres angelicais (v.8-9) não deve ter passado despercebido, embora que a causa e expressões do relacionamento não seja muito nítida para nós. É evidente no versículo 8 que estes desreguladores são tão arrogantes quanto blasfemar os servos angélicos de Deus que trazem sua mensagem e executam os seus julgamentos. Em outras palavras, eles estão em total rebelião contra o céu.
"Mas os versículos 6-7, pelo menos, implica uma conexão ou uma conexão desejada entre os desordeiros e os seres sobrenaturais por meio de relações sexuais".
First and Second Peter and Jude, Fred Craddock, Westminster John Knox Pree: Louisville, 1995, p.139.

Richard Bauckham
Comentários sobre Judas
"que praticava imoralidade, da mesma forma que os anjos sentiram um forte desejo de carne estranha". A segunda cláusula explica a primeira. Como os anjos caíram por causa de seu desejo para com as mulheres, do mesmo modo os sodomitas desejaram ter relações sexuais com os anjos. A referência ao incidente em Gênesis 19:4-11.
Sarkos heteras "carne estranha", não pode, como muitos comentaristas assumem na maioria das traduções, referir-se a pratica homossexual, em que a carne não é "diferente" (heteras); isso deve significar, carne de anjos... Os dois casos são igualmente reunidos em T. Naphat 3:4-5".
Richard Bauckham, Jude, 2 Peter, Word Books: Waco, 1983, p. 54.

Michael Green de InterVarsity
Comentários sobre Judas
"Os homens de Sodoma e Gomorra envolvidos na homossexualidade: que não era natural. Mas Judas pode significar que, assim como os anjos caíram por causa de seu desejo para com as mulheres, do mesmo modo os sodomitas caíram por causa de seu desejo de anjos. (Sarkos Heteras de fato!).
Michael Green, The second Epistle General of Peter and the General Epistle of Jude, Inter-Varsity Press: Leicestar, 1987, p.180.

CEB Cranfield
Comentários sobre Judas
"Mas é mais provável que a referência seja ao fato de que, como os anjos caídos tinham procurado a relação com os seres humanos, por isso, os homens de Sodoma procuraram a relação com os anjos (the two angels na p. 160: Lot's House). Esta interpretação é confirmada pela seguinte cláusula, ido após outra carne, ou seja, que pertencia a uma ordem diferente de seu ser. Para interpretar "estranha" como referindo-se a falta de naturalidade na relação sexual com o mesmo sexo é quase impossível".
CEB Cranfield, I and II Peter and Jude, SCM Press: Londres, 1960, p. 159.
Richard Hays
Comentários sobre Judas
Dr. Richard Hays, Duke Divinity School,
Estudioso do Novo Testamento.
"A frase foi após outra carne (apelQousai opisw sarkos heteras) refere-se a busca do não-humano (ou seja: angelical!). Carne "heteras". A expressão sarkos significa "carne de outro tipo". Assim, é impossível interpretar essa passagem como uma condenação ao desejo homossexual, o que implica precisamente a prossecução do mesmo tipo".
Richard Hays, The Moral Vision of the New Testament, Haper: São Francisco, 1996, p.404.
Dr, Hays acredita que todas as relações homossexuais são intimas e pecaminosas, o que torna sua conclusão sobre Judas 7 ainda mais interessante.

Nossa Honesta Conclusão
O pecado de Sodoma não foi homens violarem outros homens, mas homens tentarem violar anjos.
Sodoma e Gomorra cometeram o pecado de iniquidade e rebelião contra Deus, não o sexo homossexual, não o sexo bissexual, não o sexo lésbico e não o sexo trans. Judas faz referência a Sodoma e Gomorra em relação aos anjos, Judas 6, que se rebelaram contra Deus e aos céus, "deixaram o seu principado". Esses anjos caídos tiveram relações sexuais com mulheres terrenas e os descendentes produzidos foram parte humana e parte anjos caídos.
Judas 7 revela que a questão em Sodoma e Gomorra não era o sexo homossexual, que não produz filhos, mas o estilo de sexo heterossexual (especificamente a tentativa de estupro) entre homens e anjos.
Quando Judas diz: "ido após outra carne", ele está se referindo ao sexo entre humanos e anjos, não ao sexo homossexual entre humanos não comprometidos, fiéis pessoas do mesmo sexo. Como demonstrado acima, muitos teólogos, incluindo muitos cristãos fundamentalistas, compreendem a passagem desta maneira.
Agora que você viu os fatos, esta disposto a mudar sua mente?
Fonte: www.gaychristian101.com.