segunda-feira, 28 de agosto de 2017

GENEALOGIA SUBVERSIVA DE JESUS EM MATEUS

O livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. (Mateus 1:1)

Quando começamos a ler o evangelho escrito por Mateus, é mais que tentador simplesmente ignorarmos a genealogia com a qual ele começa. Afinal, o que realmente precisamos aprender com uma lista de nomes? Mas esta lista é muito mais do que um registro histórico.

De fato, Mateus não parece preocupado com a confiabilidade histórica aqui. Ele pula livremente por gerações, e, em alguns lugares troca até figuras históricas. Isso porque Mateus pretende fazer uma declaração com essa genealogia.

Enquanto Lucas leva a genealogia de Jesus voltando até Adão, estabelecendo a união de Jesus com a humanidade, Mateus começa com Abraão, estabelecendo a união de Jesus com a nação de Israel. E enfatiza Davi, estabelecendo a reivindicação legítima de Jesus ao trono de Israel.

Mas essa dupla enfase de Davi e Abraão também pode ser tomada como uma promessa aos gentios. Frederick Dale Bruner, em seu Mateus: Um Comentário, coloca:
As duas grandes cestas de promessas nas Escrituras hebraicas são a promessa a Davi de um filho que seria rei para sempre (2 Samuel 7; 1 Crônicas 17) e a promessa a Abraão de uma semente que seria benção para todos e todas (Genesis 12; 18; 22), isto é, uma promessa temporal a Davi (para sempre) e uma promessa espacial para Abraão (para todos e todas), uma promessa que satisfaça o anseio de Israel por um reino davídico eterno e o anseio dos gentios por um Salvador Universal. "Filho de Davi" diz: "Israel, aqui está seu messias!", "Filho de Abraão" diz: "Nações, aqui está sua esperança!"
No entanto, Mateus não fala só de reis, patriarcas e outras figuras "respeitáveis". Em uma cultura obcecada com a pureza nacional, ele não fica com os israelitas. Em uma cultura que empurrou as mulheres para margem, ele não fica ao lado dos homens.
Abraão tornou-se pai de Isaque, Isaque pai de Jacó. Jacó tornou-se pai de Judá e seus irmãos. Judá gerou, de Tamar, a Perez e Zerá. Perez gerou Esrom. Esrom tornou-se pai de Arão (Mateus 1:2-3).
Apenas algumas gerações, Mateus aponta para o fato de que "Judá tornou-se o pai de Perez e Zerá por meio de Tamar". Ele poderia ter facilmente ignorado o pouco sobre Tamar, e a genealogia continuaria muito bem, mas ele queria ter certeza que seus leitores lembrassem desse detalhe. Tamar era nora de Judá, mas vestiu-se como prostituta, seduziu o sogro e concebeu Perez e Zerá por esse relacionamento incestuoso (Gênesis 38).
Arão tornou-se pai de Aminadabe, Aminadabe pai de Naassom, Naassom pai de Salmom. E Salmom gerou, de Raabe a Boaz. Boaz gerou de Rute a Obede. Obede tornou-se pai de Jessé. (Mateus 1:4-5).
Mateus sita mais duas mulheres que poderiam facilmente terem sido deixadas de lado. Raabe, prostituta e cananeia. Rute não era prostituta, mas, como salienta Bruner, era "uma Moabita, descendente do lote incestuoso (Gênesis 19) e, portanto, baixa no cadastro social e espiritual de algumas pessoas de Deus protetoras das raças".
Jessé tornou-se o pai do rei Davi. Davi gerou a Salomão da mulher que foi de Urias. (Mateus 1:6).
Aqui, Mateus aponta para outra mulher, mas desta vez ele faz isso indiretamente, e isso também é intencional. Em vez de chamá-la pelo nome, Mateus se refere a Bate-seba como "a mulher que era esposa de Urias", para destacar o pecado de Davi. Davi espiou Bate-Seba enquanto essa tomava banho, ele ordenou que ela fosse trazida a sua presença e a possuiu (e, dado o fato de que ela não tinha o direito de recusar o rei, estou inclinado a chamar isso de estupro), depois finalmente orquestrou o assassinato de seu marido na tentativa de encobrir o seu pecado (2 Samuel 11).

Note que toda essa inclusão anômala na genealogia foi conduzida ou envolvida com Davi, o grande herói de Israel. Mateus está mostrando a sua audiência judaica obcecada com a pureza, que Deus pode trabalhar com qualquer um. Ele não prefere os moralmente retos, aqueles com sangue judeu, nem mesmo homens. Aqui está o que William Barclay diz no The New Daily Study Bible: The Gospel of Matthew:
Se Mateus estivesse tentando procurar nas páginas do Antigo Testamento candidatos mais improváveis, com certeza não poderia ter descoberto quatro ancestrais mais incríveis para Jesus Cristo. Mas, certamente, há algo muito adorável nisso. Aqui, no inicio, Mateus nos mostra em símbolos a essência do evangelho de Deus em Jesus Cristo, pois aqui ele nos mostra as barreiras caindo.
Mateus continua a genealogia até Jesus.
Salomão tornou-se pai de Roboão. Roboão tornou-se pai de Abias. Abias tornou-se pai de Asa. Asa tornou-se pai de Josafá. Josafá tornou-se pai de Jorão. Jorão tornou-se pai de Uzias. Uzias tornou-se pai de Jotão. Jotão tornou-se pai de Acaz. Acaz tornou-se pai de Ezequias. Ezequias tornou-se pai de Manassés. Manassés tornou-se pai de Amom. Amom tornou-se pai de Josias. Josias tornou pai de Jeconias e de seus irmãos, no tempo do exílio para Babilônia (Mateus 1:7-11).
Após o exílio a Babilônia, Jeconias tornou-se pai de Salatiel. Salatiel tornou-se pai de Zorobabel. Zorobabel tornou-se pai de Abiúde. Abiúde tornou-se pai de Eliaquim. Eliaquim tornou-se pai de Azor. Azor tornou-se pai de Sadoque. Sadoque tornou-se pai de Aquim. Aquim tornou-se pai de Eliúde. Eliúde tornou-se pai de Eleazar. Eleazar tornou-se pai de Matã. Matã tornou-se pai de Jacó. Jacó tornou-se pai de José, marido de Maria, de quem Jesus nasceu, que se chama Cristo (Mateus 1:12-16).
Então, todas as gerações de Abraão a Davi são catorze; de Davi ao exílio da Babilônia, catorze; e do exílio para Cristo, catorze (Mateus 1:17).
Estes nomes são muito menos notáveis. A coisa mais interessante sobre eles é como Mateus pula várias gerações para encaixar artificialmente a genealogia em grupos de catorze. Alguns teorizam que isto tem a ver com sete sendo o número da perfeição e, apontam que Jesus marcaria o início do sétimo sete. Outros sugerem que esses grupos serviriam apenas para ajudar na memorização. Suponho que qualquer explicação seja plausível.

 Fonte: www.patheos.com.esus.html

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

BÍBLIA, TRANSEXUAIS, DRAG-QUEENS, CROSS-DRESSING, NÃO BINÁRIOS(AS) E GÊNEROS FLUÍDOS.

Algumas passagens bíblicas que podem ter uma direta incidência sobre questões trans, especialmente cross-dressings, drag queens, não binários e gêneros fluídos.

Além da discussão de Jesus sobre os três tipos de eunucos, e muitas outras encontradas na Bíblia sobre saris e outras pessoas "não conformes com o gênero de nascimento", existem algumas outras passagens bíblicas que podem ter relação direta com tais questões.
Deuteronômio 23:1
"Aqueles cujo testículos foram esmagados, ou cortado o membro viril, não entrará na congregação do Senhor"
Deuteronômio 22:5
"A mulher não vestirá qualquer coisa que pertença a um homem, nem um homem se vestirá de mulher; pois, qualquer um que fizer isto, é uma abominação ao Senhor".
1 Corintios 11:4-15
"Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta desonra a sua cabeça, mas qualquer mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra sua cabeça, é como se ela tivesse a cabeça raspada. Portanto, se uma mulher não cobre a cabeça, então ela deve raspar a cabeça. Portanto, se é vergonhoso para uma mulher tosquiar-se ou raspa-se, que cubra a cabeça. O homem não deve cobrir a cabeça, porque ele é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. (Porque o homem não foi feito da mulher, mas a mulher do homem, nem o homem foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem). É por isso que uma mulher deve ter uma cobertura na cabeça, por causa dos anjos. (No entanto, no Senhor, a mulher não é independente do homem, nem o homem da mulher, pois o homem nasceu da mulher. E todas as coisas são de Deus). Julgai entre vós, é apropriado que uma mulher ore a Deus com a cabeça descoberta? A própria natureza não te ensina que é degradante para o homem usar cabelo longo? Mas para a mulher, ter cabelos longos é honra. Pois seu cabelo lhe é dado por uma cobertura. Se alguém está disposto a ser contencioso, não reconhecemos nenhuma outra prática, nem as igrejas de Deus".
Uma pessoa pode interpretar a primeira passagem afirmando que uma mulher trans pós-operada deve ser excluída das assembleias religiosas modernas. E a segunda e terceira passagem certamente faz parecer que cross-dressing, não binários ou gêneros fluídos são inadequadas, ou mesmo abominações.

Para refutar, nos permita analisar um de cada vez. Primeiro, não está inteiramente nítido qual é o equivalente moderno para Assembleias do Senhor, especialmente para cristãos, certamente não é apenas a igreja ou comunidade cristã. Por exemplo, o requisito encontrado em Deuteronômio 23:2, proíbe bastardos e seus descendentes, até a décima geração, das Assembleias do Senhor. Não conheço toda minha genealogia, mas creio que seria fácil achar um bastardo ancestral dentro de dez gerações. E provavelmente você também. E quase todo mundo que conhecemos. As definições deuteronômicas de "Assembleia do Senhor" não é particularmente um conceito útil para os cristãos e cristãs modernas.

A proibição deuteronômica para cross-dressing, não binári@s ou gênero fluído tem uma maior pegada. Aqui Deus está emitindo ordens, e não considera que sejam quebradas por se tratar de uma violação antiga, é uma abominação, algo repulsivo ou impuro, ritualmente repugnante, mesmo fora de seus aspectos legais. Mas, há duas coisas que os cristãos e cristãs devem pensar sobre esta passagem.
A primeira é a nossa compreensão geral da relação entre as leis do Antigo Testamento e a Liberdade em Cristo, de ser guiado pelo amor e não apenas pela lei. A maioria dos cristãos e cristãs não seguem todas as proibições de Deuteronômio 22, por exemplo, a proibição de usar roupas feitas de tecidos mistos (Dt. 22:11), ou a exigência de construir parapeitos nos telhados de todas as casas (Dt. 22:8). Eu não sou louco, e sei que diferentes cristãos e cristãs tem diferentes formas de pensar e interpretar isto, certamente Paulo diz muito sobre a relação entre a velha lei e a liberdade em Cristo, e é interpretado de várias maneiras diferentes. Mas todo cristão e cristã precisa chegar a suas próprias conclusões sobre a relação entre a liberdade em Cristo sob o amor e a obrigação às Leis do Antigo Testamento. Qualquer que seja a manobra que a orientação do amor em Cristo nos dá no caso dos tecidos mistos, devemos também utilizá-la para guiar nossa atitude para com as pessoas cross-dressing e demais. Qual era a função da lei quando ela foi emitida? Por que as cross-dressing fazem o que fazem? Como você demonstra seu amor por elas? O que o amor lhe pede para que tenhas uma boa relação com elas?
Segunda observação é que Deuteronômio 22:5 pode tanto apoiar a experiência transexual com a mesma facilidade com que pode se opor a ela. Se você afirmar que uma mulher trans é um homem com roupas femininas ou que um homem trans é uma mulher com roupas masculinas, então, eles ou elas estão violando Dt. 22:5, e são uma abominação sob a Lei. Mas, se realmente estou certo que uma mulher trans é uma mulher e que um homem trans é um homem, então, sei que NÃO VIOLAM Dt. 22:5. Na verdade, considere o caso de uma mulher trans. Se ela é realmente uma mulher, ao invés de homem, como ela acredita e afirma, então, tentar pressioná-la a usar roupas masculinas, é o mesmo que pressioná-la a ser uma abominação sob a Lei. (Note, Deuteronômio 22:5 deixa nítido que deve se aplica a homens e mulheres adultos, não a todos homens e todas as mulheres. Crianças é uma questão separada). Se sua identidade de gênero se encaixa na categoria de gênero que lhe foi atribuído biologicamente, então você pode não está familiarizada (o) com o caso da disforia de gênero. É um sentimento de incompatibilidade desagradável, relacionado a dor, tristeza e repugnância, que pode variar em intensidade, mas que parece vir do sentimento de desajuste entre como nos vemos e como somos ou sentimos que somos forçados a nos comportar. Roupas fortemente associadas ao gênero "errado" são um gatilho clássico para disforia de gênero. Quando uma mulher trans (disfórica) é forçada a usar roupas masculinas, por exemplo, em uma escola ou local de trabalho, isso a faz sentir mal, auto-desajustada, imunda, detestável, a velha ideia hebraica de "abominação" é uma descrição de como se sentem. Assim, no caso da mulher trans, temos um quebra-cabeça. Se elas "realmente são" homens, então é abominável sob a lei, elas se vestirem de mulher, mas se são realmente mulher, então é abominável vestirem roupas masculinas sob a lei. Deuteronômio 22:5 não se opõe a (alguns tipos de) identidades trans, a menos que você já tenha decidido que essas identidades estão erroneamente interpretadas. Deuteronômio 22:5 é simplesmente se querer usar um verso clobber para enfatizar o errado que você já determinou por suas razões. Argumentos semelhantes podem servir para homens trans, e até mesmo pessoas de gênero fluídos. Na verdade, talvez uma forma de entender (estreitamente as definições de) identidade de gênero, especialmente no que diz respeito as pessoas que lutam com a disforia de gênero, seja ver-se como abominação antes da transição, e tentar encontrar uma maneira de deixar de ser abominação. Se você tentar pressionar uma pessoa trans a vestir-se como você quer, ao invés de como se veem, está correndo um sério risco de violar esse mandamento. Mas quanto as drag queens, cross-dressers, não-binários entre outros. que não se identificam com a apresentação de suas roupas? Nesses casos, voltamos a nos preocupar sobre a relação entre lei e liberdade.

Quanto a passagem de 1 Coríntios 11, bem, esta tem confundido intérpretes ao longo dos tempos. A sintaxe grega é bastante ríspida, e diferentes tradutores dão diferentes sentidos, divergem no fato de Paulo está sendo ou não retórico, o que é aparte ou citação e a referência aos anjos que aparece do nada. Algumas interpretações são bastante misógina para mim, e outras se concentram na medida em que Paulo esta defendendo papéis diferentes para mulheres e homens, dos quais falarei mais tarde. Mas você também pode ler isso como certos estilos de apresentação obrigatórios para homens e mulheres, os homens devem ter suas cabeças descobertas e cabelos curtos, e as mulheres cabeças cobertas e cabelos longos. Já vi muitos homens irem de chapéu para igreja e mulheres sem revestimentos na cabeça. Sansão tinha cabelos longos e a Bíblia não o censurou por isso, o que na verdade fazia a maioria dos nazireus. E eu é que não vou criticar uma senhora cujo cabelo caiu por razões médicas. O Antigo Testamento inclui várias proibições sobre cortar o cabelo dos homens, por isso não vejo como Paulo poderia esperar que os cristãos e cristãs acreditassem que a própria natureza ensina que os cabelos longos sejam degradantes para os homens. Paulo está escrevendo cartas para igrejas particulares em épocas e lugares específicos. É bem complicado saber o que ele pretendia com esse conselho, nessa razão em particular, e o que ele pretendia usar como conselho universal para todas as pessoas cristãs em todos os tempos e lugares. Talvez na cidade Corinto, em sua época, fosse considerado vergonhoso para as mulheres estarem em publico com cabeças descobertas, e vergonhoso para os homens usar chapéu, e Paulo, preocupado que a mensagem do cristianismo fosse obscurecida por um comportamento socialmente inadequado. Mas no Brasil, muitas mulheres aparecem em público, sem revestimentos na cabeça, e sem vergonha. Homens usam chapéu (boné) em muitos contextos. É bastante difícil para mim ver alguns cristãos e cristãs interpretar essa passagem com o significado literal que todos os homens devem ter cabelos curtos e todas as mulheres, cabelos longos. Certamente, quando se faz isso, muito mais do que apenas as pessoas trans correm riscos em nossa cultura. Mas mesmo que você interprete dessa maneira, surge a pergunta: As leis de Deuteronômio ainda se aplicam as mulheres trans? Elas devem ter os cabelos curtos ou longos?

Continua...

Leia também:
- http://icmteresina.blogspot.com.br/2016/09/teologia-trans-parte-1.html
- http://icmteresina.blogspot.com.br/2016/09/teologia-trans-de-jesus-cristo-parte-2.html
- http://icmteresina.blogspot.com.br/2016/10/teologia-trans-parte-3-outros.html
- http://icmteresina.blogspot.com.br/2017/01/o-que-biblia-fala-sobre-identidade-dos.html


Baseado no texto do Rev. Cindi Knox (Homem Trans).

terça-feira, 27 de junho de 2017

LEGALIZAÇÃO DA MACONHA: QUAL SUA OPINIÃO COMO CRISTÃ/CRISTÃO?


Você já percebeu o crescente desejo das pessoas para voltar ao natural? A cura através das plantas, ervas, frutos etc? A industria farmacêutica destruiu quase que completamente esse conhecimento de nossas mentes e, pior ainda, de nossos espíritos.

À medida que o desejo pelo natural surge, o debate sobre a legalização da maconha emerge no Brasil. Algumas/alguns cristãs/cristãos lutam para descobrir uma posição bíblica sobre o uso dessa erva. Embora a canábis não seja mencionada em nenhum lugar do Antigo, nem do Novo Testamento (a menos que você apoie tal interpretação), teólogos e pastores mais conservadores apontam para uma série de passagens sobre sobriedade, o copro como templo do Espírito Santo para se posicionar contra tal questão.

Esse post não tem o intuito de encerrar o diálogo sobre a legalização da maconha, muito pelo contrário, creio que como seres pensantes que somos devemos debater em nossas igrejas todos os atuais temas que norteiam nossa sociedade. O intuito aqui é revelar os textos bíblicos mais usados pelos que se intitulam prós e contra a legalização da maconha.

Versos mais usados pelos/pelas pró-legalizacionistas.


"E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom". Gênesis 1:12.
"Então Deus disse: Dou-te toda planta de semente na face da terra e toda árvore que há fruto que dê semente, ser-vos-a para mantimento". Gênesis 1:29.
"Tudo o que vive e se movimenta será para vosso mantimento. Tudo vos tenho dado, como a erva verde". Gênesis 9:3.
"O que contamina alguém não é o que entra pela boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem". Mateus 15:11.
"Não julgueis e não serás julgado. Não condene, e não será condenado. Perdoe e serás perdoado". Lucas 6:37.
"Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizado a sua própria consciência; proibindo que as pessoas se casem, e ordenando que se abstenham de certos alimentos, que Deus criou para ser recebido com ações de graças por aqueles que acreditam e conhecem a verdade". 1 Timóteo 4:2-3.
"E mostrou-lhe o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio de sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, produzindo doze frutos todos os meses. E as folhas da árvore são para a cura das nações". Apocalipse 22:1-2.
Obs: Os versos em negrito são os mais usados.

Versos mais usados pelos/pelas anti-legalizacionistas.

Diz respeito ao vinho e a embriaguez (por extensão, maconha): "No final, morde como uma cobra e envenena como uma víbora. Seus olhos terão vistas estranhas, e suas mentes imaginaram coisas confusas". Provérbios 23:32-33.

"Não se adapte ao padrão deste mundo, mas seja transformado pela renovação de sua mente. Então, poderá testar e aprovar o que é a vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita". Romanos 12:2.
"Conduzamo-nos decentemente, como no dia, não em glutonaria e embriaguez, não em desonestidades, não em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo". Romanos 13:13-14.
"Os alimentos são para o estômago e o estomago para os alimentos; Deus porém destruirá a ambos. O corpo no entanto não é para fornicação, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo. 1 Coríntios 6:13.
"Ou não sabeis que seus corpos são templo do Espírito Santo que estais em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por um preço, portanto, honre a Deus com vossos corpos". 1 Coríntios 19:20.
"Não sejamos como os demais, que dormem, mas estejamos acordados e sóbrios. Porque os que dormem, dormem a noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas desde que pertencemos ao dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e a esperança e salvação como capacete". 1 Tessalonicenses 5:6-8.

Com a possibilidade da legalização da maconha, que uso será feito de Romanos 13:1?
"Que todos sejam sujeitos as autoridades governantes, pois não há autoridade, senão aquela que Deus estabeleceu. As autoridades que existem foram estabelecidas por Deus".
Uma coisa é certa, as leis e as atitudes sociais se renovam, e a igreja atônita, como se não estivesse presente neste mundo.

Baseado nos estudos de Corrie Mitchell.

terça-feira, 30 de maio de 2017

DEUS PODE SER UMA MULHER?


A resposta a essa pergunta é bem simples: Sim, Deus poderia ser uma mulher! A Bíblia mostra o lado feminino de Deus. Jesus disse certa vez:
"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes tenho desejado reunir os teus filhos, como a galinha ajunta seus filhotes debaixo das suas asas, mas não quisestes!" (Mateus 23:37).
Além disso, a sabedoria de Deus é personificada como uma mulher no livro de Provérbio (por exemplo: Provérbios 1:20; 8:11; 9:1), e no Novo Testamento é dito que Jesus é a Sabedoria de Deus (1 Coríntio 1:24). Apesar de na maioria das vezes a Bíblia se referir a Deus como "Ele".

No entanto, no capítulo 1 de Gênesis nos é dito que o homem (a humanidade, ao contrário de "um homem") é criado a imagem de Deus, tanto masculino como feminino...
"E Deus criou o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea Ele os criou". (Gênesis 1:27).
Portanto, não devemos nos surpreender se Deus tem tanto uma "masculinidade" como uma "feminilidade" com Ele, para que, tanto homens como mulheres possam se relacionar com Ela. Deus pode ser considerado como maternal (galinha) e ainda pode ser um Pai Celestial. Deus é ao mesmo tempo o cuidar e nutrir e ainda poderoso e forte.

Deus está tão longe de nosso entendimento, que certamente não é um homem ou uma mulher. Embora tenhamos sido feitos à Sua imagem e reflitamos algo de quem Ele/Ela seja. Nós, como seres humanos, certamente não representamos tudo o que Deus é. Mesmo que um artista desenhe seu autorretrato, o próprio artista é muito mais que sua arte.

O que é notável, é que Deus condescendeu revelar-se a nós. Deus se tornou ser humano, na pessoa de Jesus Cristo, e deseja nos atrair a um relacionamento com Ele/Ela.

Imagens femininas de Deus

Gênesis 1:27 - Mulheres e homens criados à imagem de Deus:

"A humanidade foi criada como reflexo de Deus: na imagem divina os criou: Mulheres e homens, Deus os fez".

Oseias 11:3-4 - Deus descrito como mãe:

Deus: "Contudo, fui eu que ensinou Efraim andar, eu que o tomei pelos seus braços; Mas não entenderam que eu os curava. Eu os guiei com cordas de bondade humana, com bandas de amor. Eu fui para eles como quem tira o julgo de suas queixadas. Inclinei-me para ele e os alimentei".

Oseias 13:18 - Deus se descreve como uma mãe urso:

"Como ursa roubada de seus filhotes, os encontrarei, e os romperei as teias de seu coração...".

Deuteronômio 32:11 - Deus se descreve como uma mãe-águia:

"Como a águia que levanta de seu ninho, e paira sobre seu filhote, Deus estende as asas para te pegar, e te guarda como a menina de seus olhos".

Deuteronômio 32:18 - Deus que dá luz:

"Esqueceste da Rocha que te gerou; esqueceu do Deus que lhe deu nascimento".

Isaías 66:13 - Deus como uma mãe reconfortante:

"Como a mãe que conforta seu filho, assim eu te consolarei; serás consolado em Jerusalém".

Isaías 49:15 - Deus comparado a uma mãe que amamenta:

Deus: "Pode uma mulher esquecer-se do filho que está amamentando, que não se compadeça dele, do filho de seu ventre? Mas ainda que esta se esqueça dele, contudo não me esquecerei de ti".

Isaías 42:14 - Deus como uma mulher em trabalho de parto:

Deus: "Por muito tempo eu tenho calado, me mantive calmo e me contive; Agora vou clamar como uma mulher em trabalho de parto, vou ofegar e ofegar".

Salmo 131:2 - Deus como mãe:

"Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada".

Salmo 123:2-3 - Deus comparado a uma mulher:

"Como os olhos de um servo olha para a mão de seu senhor, como os olhos de uma empregada para as mãos de sua senhora, assim nossos olhos olham para Deus, até que tenha piedade de nós"

Mateus 23:37 e Lucas 13:34 - Deus como uma mãe-galinha:

Jesus: "Jerusalém, Jerusalém, cidade que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes desejei reunir os vossos filhos, como uma galinha ajunta sua ninhada debaixo de suas asas, e não quisestes!"

Lucas 15:8-10 Deus como uma mulher procurando uma moeda perdida:

Jesus: Ou que mulher tendo dez moedas de prata, perde uma delas, acende uma lampada, varre a casa e procura cuidadosamente até encontrá-la? Quando ela encontra, chama seus amigos e vizinhos dizendo: 'Alegrai-vos comigo, porque encontrei a moeda que tinha perdido'. Assim também digo-vos, há alegria na presença dos anjos de Deus sobre um pecador que se arrepende".

Compilado pela Conferência de Ordenação de Mulheres.

quarta-feira, 29 de março de 2017

CRUZ SUBVERSIVA


A cruz subverte toda história de salvação. Muitos sustentam que a salvação está sendo liberada no mundo e, que a vida é de algum modo má, e que ser salvo é se tornar em certo sentido menos humano. Porém, Jesus veio a nós como Deus encarnado, sofreu como nós, e através de sua redenção oferece perdão e nos permite ser o mais humano possível.

A maioria dos cristãos e cristãs raramente se consideram subversivos, e nem se veem como submissos. Estas duas palavras lidam com a forma de como interagimos com o poder e a autoridade. Você se submete mais facilmente ao poder de outrem ou subverte tal poder?

Proclamamos que a vida cristã é uma submissão à autoridade de Deus revelada em Cristo. Mas esta submissão é também um ato subversivo, pois submetermo-nos a cristo como aquele que tem o domínio de nossas vidas é subverter qualquer poder terreno que reivindique o mesmo domínio sobre ela.

Assim, de fato, um/uma cristão/cristã deve ser subversivo/subversiva, pois, é a natureza de nossa subversão que nos torna tão únicos/únicas. Devemos subverter a autoridade terrena, enquanto nos submetemos a ela. Nossa subversão é não aceitar as injustiças nem a violência deste mundo. A mudança que afetará os domínios terrenos vem de nosso conhecimento do amor de Deus para com todos, todas e tudo.

Jesus submeteu-se a autoridade do Estado, administrada por Pôncio Pilatos, e se permitiu ser crucificado, a mais desumana e degradante execução conhecida na história. Mas, se submeter a crucificação tornou-se o maior ato de subversão da história humana. A imagem de Jesus na cruz, não é um símbolo de sacrifício ou fraqueza, mas de subversão radical não-violenta.

Paulo diz aos Colossenses: "Que vocês sejam fortalecidos com a força que vem do glorioso poder de Deus...".

Em outras palavras, não se preocupe em ser poderoso no conceito que o ser humano entende. Este não é o verdadeiro poder, esse poder é temporal. Ele não está no que você possui, nas armas ou na política. Busque o poder que vem de Deus (seja qual for o nome que dê a Ele/Ela), vivendo na radical ética do amor.

Paulo continua: "Estejais preparados para suportar tudo com paciência, enquanto daí graças ao Pai, que vos permitiu participar da herança dos santos na luz..."

Em outras palavras, os poderes políticos deste mundo terrestre se oporão a natureza subversiva de sua fé política, e você pode sofrer por ela.

A subversão cristã é como fermento na farinha. Nós trabalhamos no cerne. Como o falecido John Robinson disse: "A influência penetrante do cristianismo não é prometida à força de uma organização eclesiástica auto-contida, mas com fermento e sal misturados e dissolvidos no cerne da vida do mundo. Movimentos e grupos devem existir, com um aglomerado de ação, santidade e pensamento, e estes devem ser estruturados. Mas basicamente o poder atrativo vem do amor, esperança, integridade e justiça, estes são os sinais do Reino em ação".

Que possamos ser esse tipo de fermento, esse tipo de poder subversivo. Procuremos subverter os reinos, tronos e principados deste mundo através do nosso amor cristão, não com nossos próprios desejos de poder e controle.

Jesus foi morto como um criminoso comum. O fato dele ter morrido como um criminoso foi um absurdo para muitos do primeiro século. A mensagem salvífica da cruz foi subversiva, pois ultrapassou todas as filosofias do mundo antigo e foi direto para um Salvador crucificado.

segunda-feira, 20 de março de 2017

CRISTIANISMO SUBVERSIVO


No primeiro século, os judeus aguardavam o dia em que o Messias viria e derrotaria Roma, acabaria com o exílio, estabeleceria o Reino de Deus e traria a nova aliança. Jesus cumpriu todos os papéis de Messias, mas não da forma como era esperada.

"Um grande e forte vento rasgou os montes e despedaçou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. E depois do vento, um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. E depois do terremoto, um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo, o som de um baixo sussurro". 1 Reis 19:11-12.

Jesus não veio em um vento poderoso, ou em um grande terremoto, nem em um fogo feroz, veio em um sussurro. Ele veio como uma criança nascida de uma virgem em Belém, passou sua vida viajando e concentrou parte de seu tempo em um pequeno grupo de doze. No entanto, a maior parte do mundo sabe seu nome, e seus seguidores continuam a deixar uma marca inegável no mundo. Como pode um homem que viveu ha mais de 2000 anos, sem ter escrito nenhum livro, que passou a vida viajando, não foi líder militar e nem político, influenciar tanto o mundo?

Jesus foi subversivo. Ele não veio com espadas, mas virou a outra face. Não veio com programas políticos, mas com o Evangelho. Ele veio mudar a Terra subversivamente. Seu reino não foi estabelecido com o sangue dos inimigos, mas com seu próprio sangue. Não estabeleceu seu reino como um César, mas como um fazendeiro. Ele veio plantar uma semente de mostarda. Ele disse: 
"O Reino dos céus é como um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É a menor de todas as sementes, mas quando cresce é a maior de todas as plantas do jardim, e se trona uma árvore, de modo que as aves do céu vêm e fazem ninho em seus ramos". Mateus 13:31-32.
"Seu Reino não foi estabelecido pelo sangue de seus inimigos, mas pelo seu próprio sangue". Zac Reeves.

O Reino de Deus não cresce como qualquer outro reino. Os métodos que tornam o Brasil forte, economia, militarismo, tecnologia e informação, não são adequados para tornar o Reino de Deus forte. Jesus plantou uma semente que cresce muito, muito lentamente. Ele começou algo (inaugurou), o reino que cresce muito lentamente, mas que um dia se trona maior que qualquer outro reino. O ponto da semente de mostarda é que você não é capaz de vê-la crescer a cada dia, mas no dia em que menos se espera, você vê o quanto ela cresceu. O Reino de Deus cresce subversivamente. As vitórias desse Reino não são conquistadas por políticos e soldados em campos de batalhas ou mesmo na suprema corte, mas em pequenas reuniões, onde os cristãos trazem as boas novas de Jesus Cristo.

Nós, cristãos inclusivos, entendemos que a solução para este mundo não está no legislativo, executivo ou judiciário, ou mesmo nas guerras. A solução deste mundo está no amor, amor esse, que deve ser pregados pelas diversas religiões e vivido por cada um de nós. A solução deste mundo está no anuncio das boas novas. O discurso em "defesa da família tradicional" ou discursos de ódio não podem salvar nosso mundo, somente o amor pode fazer isso. O amor vindo de qualquer religião ou da falta dela.

sexta-feira, 3 de março de 2017

CRISTIANISMO TÓXICO


Vivemos um momento em que autoridades religiosas conclamam pessoas a reagirem a qualquer tipo de fato que julgam ferir a tradicional "família brasileira". Creem que sua autoridade os habilitam a proclamar uma verdade que não tem correspondência com a realidade empírica. Eles não teriam esse poder sem o apoio de uma maciça subcultura cristã, que foi doutrinada para entender a verdade como proclamação autorizada e não como realidade empírica. Pessoas que estão acostumadas a aceitar máximas a priori de suas figuras de autoridades religiosas que deliberadamente se opõem ao consenso geral da ciência e da sociedade civil. Aqui estão cinco fatos particularmente tóxicos que são onipresentes no cristianismo popular brasileiro de hoje:

1. Que a natureza humana é completamente perversa e totalmente indigna de confiança.

O fundamento para uma cultura de fatos fundamentalistas é presumir a corrupção abjeta de todas as fontes possíveis de informações, incluindo suas próprias intuições e observações, exceto na autoridade designada, que geralmente prefigura na liderança maior de sua igreja ou a Bíblia. Nenhuma doutrina cristã tem sido mais distorcida e abusada do que a doutrina do pecado original. Certamente, nascemos em uma ordem social que foi arruinada e corrompida pelo pecado, uma corrupção que nenhum de nós pode evitar. Mas o cristianismo tóxico leva ainda mais longe. Nós não somos apenas pecadores. Somos completamente incapazes de discernir a verdade ou de observar a realidade com precisão, pois "o coração é enganoso e desesperadamente perverso" (Jeremias 17:9). Só podemos confiar nas autoridades ordenadas por Deus para interpretar sua verdade para nós. A Bíblia é oficialmente a autoridade final, mas apenas de acordo com a interpretação correta, filtrada através das lideranças religiosas, que decidem quando e como os mandamentos de Jesus são aplicáveis.

Ironicamente, as pessoas que são treinadas para não confiar nas intuições de seus corações fazem coisas horríveis por acharem que estão sendo obedientes as autoridades ordenadas por Deus. Eles e elas batem em seus filhos para quebrar-lhes a vontade, matam e queimam os corpos de seus filhos gays, pois alguém disse que seu amor precisa ser duro. A antropologia niilista da "depravação total" torna-se a base para iluminação, manipulação e abuso por parte das lideranças, cuja doutrina do pecado é a justificação de seu poder.

2. Que Deus está no controle meticuloso de todos os aspectos do universo.

O Brasil está agora em um curso frenético para destruir nosso planeta, pois os gananciosos executivos, que maximizam o lucro, encontram um parceiro conveniente nas massas que acreditam que Deus não poderia permitir que a mudança climática aconteça. É um artigo de fé que os níveis do oceano não podem subir devido a causas humanas, pois Deus é aquele que diz às ondas: "Até aqui virás, e não mais adiante" (Jó 38:11). O paradoxo de nossa doutrina da soberania de Deus é que nossa própria soberania é que realmente está em questão. Aqueles que precisam de um Deus cuja relação com a criação pode ser explicada e categorizada exaustivamente, possuem um Deus que se submete à soberania de sua teologia. O Deus verdadeiramente soberano é aquele cujo envolvimento em nosso mundo permanece um mistério para nós. Qualquer coisa que possamos discutir sobre a providência e soberania de Deus, como a destruição da atmosfera com nossa poluição, não devemos esperar dEle a salvação.

3. Que a principal questão é onde você irá no pós-morte.

Se não é niilista o suficiente acreditar que suas observações e instruções não podem ser confiáveis e que não se pode danificar a criação, pois Deus está no controle, então, podemos acrescentar a isso a crença de que todo o nosso mundo é uma passagem irrelevante para o Vida pós morte, que é o que realmente importa. Sem mencionar o fato de que Deus quer torturar a grande maioria das pessoas neste planeta, mandando-as a um inferno eterno. Isso deixa muito pouco incentivo para se fazer qualquer coisa que melhore este mundo. Como o grande evangelista Dwight Moody disse: "Eu vejo este mundo como um navio naufragado. Deus me deu um bote salva vidas e disse: 'Moody, salve tudo o que puder'". Portanto, você acaba com uma política niilista sem nenhum interesse pelo bem comum.

4. Que a justiça é estritamente punitiva.

Nunca esquecerei de uma conversa que tive com um pastor Presbiteriano no Seminário. Eu disse a ele que minha fé era a base de minha busca pela justiça. Ele respondeu: "Se Deus nos desse a justiça que merecemos, estaríamos todos no inferno". De fato, nosso sistema de justiça criminal, que foi fortemente moldado pelo moralismo cristão tóxico, não tem nada a ver com fazer as coisas direito para as Vítimas de um crime; ela é estritamente sobre punir criminosos. Quando nos aproximamos da Bíblia presumindo encontrar justiça como punição, distorcemos a cruz de Jesus para significá-la que a justiça retributiva é a ordem dada pelo Deus do universo. A ironia é que se a cruz de Jesus, de fato, fornece a substituição penal como uma dimensão de sua expiação, isso significa que a cruz se esgota e, portanto, anula a justiça retributiva para sempre. Caso contrário, Jesus realmente não pagou todo preço. Assim, aqueles que definem a justiça como castigo, revelam que ainda não aceitaram o pagamento de Jesus pelos pecados do mundo. A verdadeira justiça bíblica significa a restauração do shalom, a paz onde todos e todas permanecem e contribuem. Um relato restaurador da justiça reconhece a cruz e a ressurreição de Jesus como provedora, tanto da reivindicação das vítimas quanto da redenção de seus opressores.

5. Que a maior prioridade de Deus é o cumprimento das normas de gênero.

Existe um maior obstáculo para o evangelismo cristão do que a obsessão de ter a certeza de que as pessoas que nascem com pênis usam azul toda sua vida e só se casam com as pessoas que nascem com vaginas e que usam rosa toda sua vida? Quantos milhões de jovens e adultos perderam totalmente o conceito de santidade sexual porque os cristãos jogaram tudo em cima da preocupação LGBT? A obsessão com as normas de gênero é o maior desastre do cristianismo contemporâneo, e contradiz completamente as preocupações subjacentes de Jesus e Paulo com o fruto espiritual da santidade. O que fazemos com os nossos corpos importa, não por causa de uma conformidade de gênero decretada, mas porque somos templo, onde a beleza de Deus pode ser glorificada. É difícil não concluir que os LGBT estão sendo maltratados pelo cristianismo tóxico como uma tática para não os submeter ao discipulado de Jesus em todos os seus outros aspectos da vida em que a maioria dos cristãos brilham.

Se você quiser desintoxicar seu cristianismo nesta Quaresma, venha participar de nosso retiro espiritual da semana santa.

Fonte: www.patheos.com.

quinta-feira, 2 de março de 2017

PORQUE DEUS AMOU TANTO O COSMOS?

Quando Cristo se tornou humano, ele também se tornou parte do vasto corpo do cosmo.


Em nossos dias, as preocupações sobre ecologia estão sumindo. As alterações climáticas, a poluição e a extinção de espécies vegetais e animais nos fazem questionar o tratamento humano nocivo do mundo natural.

Uma resposta religiosa é focar na doutrina da criação. Visto que o mundo inteiro foi criado por Deus, que enxergou que tudo era "muito bom" (Gênesis 1:31). A natureza, o céu, o mar, a terra e as criaturas que nela residem, tem grande valor aos olhos de Deus. Os seres humanos, criados a imagem e semelhança divina, fazem parte desta comunidade de vida. Nós fomos colocados no jardim para cultivar e cuidar dele (Gênesis 2:15), não destruí-lo.

Para os cristãos, Jesus Cristo é o centro da fé, o fundamento da crença e prática da igreja vivendo em seu Espirito. Se o amor por ele puder ser conectado pelo o amor com a natureza, resultará em um forte impulso para o cuidado ecológico, além da doutrina da criação. Jesus tem alguma coisa a ver com o cosmos? Explorar sua encarnação, ministério, morte e ressurreição com esta questão em mente produz algumas respostas inspiradoras e desafiadoras.

Feito de poeira estrelar

No cerne da fé está a verdade de que em Jesus Cristo, Deus se tornou um ser humano para redimir o mundo. O evangelho do Natal proclama isso muito bem: "O Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14). A Palavra é a própria auto-comunicação de Deus, proferida desde a eternidade. Carne significa o que é material, perecível, vulnerável, finito, o oposto ao que é divino.

Aqui está uma declaração muito radical: Deus se tornou material. O Natal celebra um presente radical: O Deus completamente santo uni-se pessoalmente ao nosso mundo de pecado e sofrimento, para o salvar. Isso é conhecido como a doutrina da encarnação, do latim "em carne".

As descobertas científicas deixaram nítido que a carne humana é parte evolutiva da vida neste planeta, que por sua vez é parte do sistema solar, que por sua vez veio a ser parte de uma longa história cósmica. Essa consciência de nossa longa história natural fornece uma nova visão do significado cósmico da "carne" que a Palavra se tornou.

A teoria prevalecente na ciência de hoje sustenta que tudo que existe vem de um único ardente momento. Datado há 13,7 bilhões de anos, quando o universo começou com uma única partícula que explodiu, chamada inelegantemente de Big Bang, uma efusão de matéria e energia que ainda está acontecendo.

À medida que este material se expandia, sua irregularidade permitia que as galáxias se formassem à medida que a força da gravidade puxava as partículas e sua densa fricção acendia as estrelas.

Aproximadamente 5 bilhões de anos atrás, algumas dessas estrelas envelhecidas morreram. Suas grandes e novas explosões, transformavam o hidrogênio básico em elementos mais complexos. Fora dessas nuvens de poeira e gás, algum material reformado e re-inflamado se tornou nosso sol, uma estrela de segunda geração. Alguns pedaços pequenos demais para pegar fogo, coalesceram, formando os planetas de nosso sistema solar, incluindo a Terra.

Três bilhões e meio de anos atrás, neste planeta, ocorreu outra mudança importante, quando as moléculas coalesceram para formar células vivas. Durante um período Éon de tempo as células irromperam em criaturas que "se tornaram frutíferas e se multiplicaram": o advento da vida.

Para fora do Big Bang, as estrelas; Fora da poeira das estrelas, a Terra; Fora da matéria da Terra, a vida. Fora da vida e da morte de criaturas unicelulares, uma maré avança: trilobites, peixes, anfíbios, insetos, flores, pássaros, répteis e mamíferos, entre os quais emergiu os seres humanos, mamíferos com cérebros tão complexos que experimentaram a autoconsciência, inteligência e liberdade.

De acordo com essa história científica, tudo está ligado a tudo. O cientista e teólogo britânico Arthur Peacocke explica: "Todo átomo de ferro no nosso sangue não estaria lá se não tivesse sido produzido em alguma explosão galática há bilhões de anos e, eventualmente condensado para formar o ferro na crosta da Terra, da qual emergimos".

Literalmente os seres humanos são feitos de poeira de estrelas.

Além disso, compartilhamos com todas as outras criaturas vivas em nosso planeta, uma ancestralidade genética comum, Bactérias, vermes, pinheiros, mirtilos, cavalos, grandes baleias cinzentas, todos somos parentes genéticos na grande comunidade da vida.

O pensamento e o amor humano são distintos, mas não são algo injetado no universo. Pelo contrário, eles são o florescimento em nós de energias profundamente cósmicas. Na espécie humana, a natureza torna-se consciente de si mesma e aberta a realização na graça e na glória.

De acordo com o filósofo judeu Abraham Heschel, isso torna os seres humanos os "cantores do universo", capazes de cantar louvores e agradecimentos em nome de todos os outros.

Compreender a espécie humana como uma parte intrínseca da matéria planetária e cósmica tem implicações de longo alcance para o significado da encarnação. Nessa perspectiva, a carne humana que a palavra se tornou faz parte do vasto corpo do cosmo.

Os teólogos começaram a usar a expressão "encarnação profunda", inventada pelo teólogo dinamarquês Niels Gregersen, para expressar esse radical alcance divino no próprio tecido da existência biológica e no sistema mais amplo da natureza.

Como todos os seres humanos, Jesus carregou dentro de si o que o padre jesuíta David Toolan chamou de "assinatura das supernovas, da geologia e da história da vida da Terra". A estrutura genética de sua células o fez parte de toda a comunidade da vida, vinda de um antepassado comum dos mares antigos. A carne, que a Palavra assim se tronou, vai além de Jesus e de outros seres humanos para abranger todo o mundo biológico das criaturas vivas e o pó cósmico do qual somos compostos.

Essa maneira "profunda" de refletir sobre a encarnação fornece uma visão importante. Ao tornar-se carne, a Palavra de Deus confere bençãos sobre toda a realidade terrena em sua dimensão material, e além disso, sobre o cosmos em que a Terra existe. Em vez de ser uma bactéria que nos distancia do divino, este mundo material torna-se um sacramento que pode revelar a presença divina. Em lugar do desprezo espiritual pelo mundo, nos aliamos com o Deus vivo amando todo o mundo material, parte da carne que a Palavra se tornou.

Jesus da Terra

Para alguém que foi reverenciado como um salvador espiritual, o ministério de Jesus mostrou uma profunda conexão com a corporeidade e com a Terra. Pregando dentro de uma cultura agrícola, suas parábolas são temperadas com referências a sementes e colheitas, vinhas e ervas daninhas, chuva e pôr do sol, ovelhas e aves de nidificação. Ele não exitou em falar com emoção da roupa de Deus, as flores selvagens, com beleza. Ele até falou da preocupação de seu querido Pai por um pardal morto que caí no chão (Mateus 10:29).

As ações de Jesus também eram extraordinariamente físicas. Suas curas colocavam o sofrimento corporal das pessoas no centro da atenção. Ele usou a própria saliva e o toque quente para ministrar a saúde. E como Ele alimentava as pessoas? Grandes números em encostas e pequenos grupos em casas, onde era copioso anfitrião e companheiro de mesa, todos conheciam sua preocupação em satisfazer a fome corporal das pessoas!

O centro da pregação e das ações de Jesus era a certeza de que o reino de Deus estava próximo. Este rico símbolo judaico aponta para o momento em que Deus finalmente reinará sobre os poderes das trevas, de modo que a vontade divina seja feita na terra como no céu. O ministério de Jesus revela concretamente o que isso significa: nada menos que a salvação, o fim do pecado, do sofrimento e da morte, o florescimento de todas as criaturas.

Isso inclui sua dimensão física, pois, como mostram as histórias do evangelho, os corpos são importantes para Deus, todos os corpos, não só os belos e cheios de vida, mas também os danificados, violados, famintos e mortos. E não apenas os da humanidade, mas também os do resto da criação.

O teólogo ecologista Sallie McFague resume o que o ministério de Cristo revelado em um axioma: "Amor libertador, curativo e inclusivo é o significado de tudo isso". O amor, como Jesus o encarnou, é o significado codificado no coração do próprio universo. A intenção original e final do amor de Deus é a plenitude da vida, não apenas para uma fatia do mundo, mas para todos e todas, incluindo os pobres seres humanos e todas as criaturas vivas.

Para os discípulos que seguem o seu "Caminho", o ministério de jesus apoia todos os corpos da criação, não apenas aqueles que tem sucesso em seu tempo, mas também aqueles que são menosprezados, julgados sem importância ou inaceitáveis, quebrados ou empurrados para a extinção. Com esta convicção, as pessoas podem arriscar a lutar pela vida em um mundo onde a morte devido a pobreza arraigada, injustiça violenta, insensibilidade ecológica e avareza são uma possibilidade diária para milhões.

Esta perspectiva traz justiça social e cuidados ecológicos em um abraço apertado.

Cristo como o "Primeiro Tomate"

O fim da vida de Jesus e sua ressurreição fornecem mais um capítulo surpreendente na narrativa da imensidão de Deus na matéria. Não há exceção a única regra que maltrata toda a natureza, Jesus morreu, sua vida sangra para fora em um espasmo de violência.

A teologia contemporânea enfatiza que o sofrimentos de Cristo na Sexta-feira santa, revela a compaixão de Deus para com todos e todas que sofrem ao longo da história. As cruzes continuam sendo montadas no mundo, conectando a raça humana ao fio vermelho da agonia. Em Cristo, Deus simpatiza e deseja apaixonadamente tirar todas as pessoas crucificadas da cruz.

Esta solidariedade misericordiosa não se limita apenas aos seres humanos. Mas também a natureza que sofre: "Toda a criação está em dores de parto até agora" (Romanos 8:22). O sofrimento de Cristo nos leva a confiar que os intermináveis milênios de sofrimento e de morte envolvidos no processo de evolução, são acompanhados pelo amor divino. Nenhum pardal cai no chão sem ser observado pela compaixão de Deus.

A fé cristã proclama que a cruz não é a palavra final. Ela floresce na árvore da vida: "Ele ressuscitou, Aleluia!".

Esta Boa Notícia da Páscoa sempre envolveu corporalidade. A fé na ressurreição de Jesus Cristo afirma que não é só a alma que é salva na morte, mas todo o seu corpo, o seu eu. Começando em um corpo humilhado, posto em um túmulo, a história da ressurreição fala do poder criativo do amor divino triunfando sobre o poder crucificante do mal e o poder sepulcral da morte.

O que isso significa seriamente de concreto não é imaginável: "Nós agora vemos em um espelho, apenas vagamente" (1 Coríntios 13:12). No entanto, o túmulo vazio representa um sinal histórico de que o amor de Deus é mais forte do que a morte, abraçando a própria existência bibliográfica e resgatando-a da aniquilação.

A alegria exuberante que brota na Páscoa vem da compreensão de que este destino não é só para Jesus, mas para toda raça humana. O resultado de sua morte assinala que um futuro abençoado aguarda todos e todas que passam pelo abalo da morte, ou seja, todo o mundo.

Em uma ótima metáfora, São Paulo capta isso sucintamente: Cristo é "as primícias dos que dormem" (1 Coríntios 15:20). Se você já colheu tomates, sabe a alegria de escolher o primeiro e mais suculento. Mas há mais amadurecimento na videira, e seu dia de colheita chegará. Cristo, o primeiro fruto que adormeceu, é como aquele primeiro tomate!

Ressuscitado dos mortos, Cristo deixa nítido que a salvação não significa a fuga do espírito humano da matéria. Em vez disso, nosso futuro trará a transformação de todo o nosso corpo relacional, pessoa, poeira e respiração, juntos na glória de Deus.

A consciência ecológica de nossa história terrestre e cósmica nos leva a entender essa presença para além de seu alcance humano, para incluir um futuro para todo o mundo natural.

Como Jesus de Nazaré era composto de material de estrelas e coisas terrenas, e como seu corpo existia em uma rede de relações que se estendia a todo o universo físico, sua ressurreição sinalizava o início da redenção, não apenas dos seres humanos, mas de toda a criação, todo o mundo natural, toda a matéria em suas intermináveis permutações.

Um hino cristão primitivo elogiou o Cristo crucificado como "o primogênito dentre os mortos" também declarou, com razão, que Ele é "o primogênito de toda a criação", incluindo as coisas visíveis e invisíveis (Colossenses 1:15-20). "Na ressurreição de Cristo, a própria terra surgiu", declarou Santo Ambrósio, bispo de Milão do século IV.

A liturgia católica da Vigília Pascal simboliza lindamente isso com símbolos cósmicos e terrenos de luz e escuridão, novo fogo, flores e verduras, água e óleo, pão e vinho. O hino Exsultet, cantado apenas nesta noite, grita: "Exulta toda criação, em volta do trono de Deus", pois Jesus Cristo ressuscitou!

O hino continua com um apelo ao nosso planeta:
Rejubile também a terra, inundada por tão grande claridade. 
Porque a luz de Cristo, o Rei eterno 
Dissipa as trevas de todo o mundo!
Na verdade, o Cristo ressuscitado encarna a esperança final de toda a criação.

Uma vez, quando o famoso naturalista norte-americano John Muir encontrou um urso em Yosemite, escreveu uma crítica mordaz em seu diário contra as pessoas religiosas que não deixam espaço no céu para criaturas tao nobres: "Não contentes em tomar toda a Terra, acham que são os únicos que possuem os tipos certos de almas para as quais esse imponderável império foi planejado, o país celestial". Ao contrário, acreditava Muir, a "caridade de Deus é suficientemente ampla para os ursos".

À luz do Cristo ressuscitado, a esperança da salvação para todos os seres humanos pecaminosos e mortais, se expande para se tornar uma esperança cósmica, uma esperança compartilhada. O amor pela Terra e por todas as suas criaturas fluem como uma resposta.

Todas as mãos no convés

A fé em Jesus Cristo pode fornecer recursos ricos para uma ética ecológica que é criticamente necessária neste mundo de angústia, a Terra. Em união com o amor que cria e abraça toda realidade é vislumbrada concretamente na encarnação, ministério, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Precisamos moldar nossas vidas no conhecimento de que a natureza está fundamentada no sagrado. A salvação não abrange apenas a vida humana, mas toda a vida e todo o cosmos em si.

Durante bilhões de anos, o universo teve o caráter de uma aventura, descobrindo e trazendo coisas novas, nunca antes vistas. E o processo ainda não terminou. A ação humana que aborta as possibilidades da natureza causando dano aos ecossistemas e outras criaturas é nada menos que uma violação profundamente pecaminosa contra a vida. Ela atropela a promessa da natureza, matando o que ainda pode ser. Ao faze-lo, frustamos a própria visão criativa de Deus para o futuro deste universo.

À luz da fé cristã, escreveu o Papa João Paulo II, devemos moldar nossa vida moral de modo que "o respeito pela vida e a dignidade humana se estenda também ao resto da criação".

O filósofo e paleontólogo francês jesuíta Pierre Teilhard de Chardin capturou nosso momento de crise em uma parábola bem conhecida. A raça humana esta em um navio movendo-se através de um mar inexplorado. Durante milênios, os seres humanos vieram no porão do navio, desconhecendo os maiores processos evolutivos que moviam o barco. Agora os passageiros vieram à bordo. No convés veem um leme, instrumentos de navegação e cartas. Eles cruzam um limiar.

Em um grau importante, os seres humanos agora são capazes de especular sobre a direção do processo evolutivo, e, até mesmo conduzir o navio em direção a um objetivo consciente. Eles vão agir com responsabilidade e orientar em uma boa direção ecológica? Ou vão bater o navio nas rochas?

A crença em Jesus Cristo tem muito a contribuir para um resultado florescente, se ela, também vier para o convés. Ela é um dom dado porque "Deus amou o mundo" (João 3:16). A palavra grega que originalmente é traduzida para "mundo" é kosmos.

Sim, Deus amou tanto o universo inteiro, florescendo, zumbindo, evoluindo, gemendo, que a vida, morte e ressurreição de Jesus conecta-o para sempre com a promessa redentora.

Este artigo foi publicado na edição de abril de 2010 da US Catholic (Vol. 75, Nº 4, páginas 18-21).

Fonte: www.uscatholic.org.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

DEUS ROSA OU AZUL?


Deus nosso Pai Doador do Pão diário Abençoa nossas mãos e cobre nossas cabeças Deus, nossa mãe Leva-nos a paz Cuida e consola de todos os necessitados 

Santificado seja teu nome Santificado seja teu nome Santificado seja teu nome em toda a terra.

ROSA E AZUL

Algumas pessoas foram dar um passeio em uma reserva de floresta, e avistaram dois cervos em uma clareira. Um pastoreando e vagueando não prestou atenção nas visitantes. A outra olhou completamente imóvel, tensa e pronta a cada momento. O jovem cervo era descuidado e vagava sem se preocupar porque sua mãe observava as visitas.

Ele estava seguro, pois estava com a mãe. E esta mãe fazia o que as outras mães fazem: protegia, vigiava, olhava ao redor, ficava de guarda. Ela olhava através do campo, seus olhos escaneavam pela frente e por trás, pronta para proteger seu filho a qualquer momento.

Vivemos em um mundo onde se faz uma distinção profunda entre pais e mães, há coisas que os pais fazem e coisas que as mães fazem, que, em nosso mundo, não são as mesmas. Na verdade, começa antes de nos tornarmos pais. Fazemos isso com todos os homens e mulheres, antes disso, ainda quando crianças.

É como assistir uma antiga filmagem em preto e branco de uma lua repousando mais do que qualquer outra coisa. Então, naquele momento, ou talvez algum tempo depois, se fala sobre gênero, ai você cai em um mundo rosa, rosa, rosa ou azul, azul, azul para sempre.

É assim que as pessoas são. Nós dividimos as pessoas em rosa, flores, bebes e saltos altos, ou em azul, gravatas, máquinas e músculos.

Mas Deus não é rosa nem azul. Deus não se encaixa em nosso jogo da vida, de pequenas mulheres e homens, andando em torno de nossos pequenos umbigos.

Deus nutre, protege e alimenta seus filhos e filhas, assim como aquela mãe cerva, com ferocidade e poder, pronta para fazer qualquer coisa por sua cria. Deus escuta e se aproxima. Deus detém e cura.

Deus nossa Mãe.

Sabemos tudo sobre Deus, nosso pai, e sobre as belas imagens que acompanham tal ideia: o amor forte, fiel e inabalável de um pai. Mas, conhecer somente Deus Pai seria como conhecer o dia e nunca a noite, ver o nascer do sol e nunca a assombrosa e suave ascensão da lua vermelha e bonita no céu. Conhecer apenas Deus Pai seria como ver o sol brilhante e deslumbrante sem nunca ver as estrelas se espalhando pelo céu com sua poeira de fadas.

Deus nossa Mãe, estende para nós suas mãos, mãos de mãe, forte, escorrendo amor, amarrando feridas e arranhões suavemente, nos segurando e nos mantendo seguros.

Deus, nossa Mãe, alimenta-nos, dá-nos o que precisamos para crescer e prosperar, cuida de nós com grandes e pequenos gestos, vê-nos, tricota-nos de novo, com amor e graça após sermos quebrados.

Deus, nossa Mãe, crê em nós. Isto é o que uma mãe faz: ela olha nos seus olhos e diz: eu acredito em você. Eu conheço você. Eu sei que você foi feito para grandes coisas. Ela diz: Você não é pequena nem assustada. Você não é muito frágil ou muito falha. Você é minha. E isso é tudo o que você precisa saber.

Deus nossa mãe sussurra em cada um de nós: Você é minha. E isso é tudo o que precisamos saber.

Deus, nossa Mãe.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

PESSOAS LGBT ODEIAM CRISTÃOS?


Não sou muito de responder a postagens, principalmente vindas de pessoas com má intenções, mas recentemente li o comentário de uma advogada "cristã", LGBTfóbica declarada, muito conhecida na cidade de Teresina por seus impropérios contra a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e, resolvi responder.

Recorrentemente usando a palavra "gayzistas", ela fala a seus seguidores sobre o ódio que as pessoas LGBT sentem dos cristãos, ao ponto de persegui-los, citando uma suposta matéria de um pastor que sofreu ataque de um homem gay. Ela, e muitos outros seguem o mesmo falso ensino sobre nossa comunidade que é pregado nos estudos de escolas dominicais há várias décadas, o ensino do ódio genuíno. Sim, isso independentemente da pessoa.

Parece que macular nossas comunidades traz em si um tipo grosseiro de status entre os fundamentalistas cristãos. Ás vezes tenho muita compaixão, mas às vezes fico irritado e frustrado. Sabe, independentemente das razões, chega um momento, após a apresentação da verdade dos fatos do horrível tratamento que nossos irmãos e irmãs LGBT sofrem, que somos todos responsáveis pelo que cremos e pelas suas consequências. De nossas palavras, nosso silêncio, ações e inações.

Queria dizer que a pergunta apresentada no título é muito boa, e posso dizer o por quê.

É porque muitos cristãos dizem "odiar o pecado e amar o pecador", citando uma frase de Gandhi, em um trecho onde ele falava que era impossível se fazer isso, pois inevitavelmente, na verdade, você estava odiando o pecador.

É porque muitos na igreja não param de dizer essas palavras o tempo suficiente para conhecer as pessoas LGBT, para ouvi-las e não condená-las; É porque continuam a usar frases como "escolha de estilo de vida" para descrever algo que não é experimentado como uma escolha, e, que é tão variada no estilo de vida como heterossexuais são. Meu estilo de vida é diferente de inúmeros outros homens gays, assim como é verdade para as lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Ou mesmo entre homens e mulheres héteros.

É porque as pessoas LGBT são informadas de púlpito que não são bem-vindas; são removidas das lideranças das igrejas, são evitadas em seus templos. Alguns líderes pedem que seus pais expulsem seus filhos, caso não queiram "mudar". (Uso aspas porque ser uma pessoas LGBT não é algo que se pare, como beber. É algo como parar de ser uma pessoa canhota, o que torna a experiência de mudança impossível e sem amor).

É porque as crianças estão sendo mortas por seus pais "cristãos", presumidamente em resposta ao ensinamento dos pastores e pastoras que lhes instruem a fazer isso. Isso inclui crianças que nunca sequer tocaram a mão de alguém, muito menos outras coisas.

Pessoalmente não acho que seja um bom negócio para comunidade LGBT frequentar igrejas que creem numa teologia bíblica que "de uma forma ou de outra a odeie". Rejeição, condenação, julgamento, vergonha, expulsão e comumente mal-entendidos, são formas muito práticas de demonstrar ódio.

Acredito que muitos dos que continuam a massacrar pessoas LGBT, o fazem por ignorância, realmente creio, mas já é tempo de para parar e aprender. Se as pessoas se recusam a apreender, então, realmente não merecem que percamos nosso tempo tentando um diálogo sério.

Espero que todas as pessoas que leiam esse post se envolvam o suficiente para apreender quais são as verdadeiras indagações e sobre quem elas realmente são.

Fonte: http://www.patheos.com/blogs