terça-feira, 7 de julho de 2015

FERIDAS SECRETAS


Não sabemos o nome dela. É uma pequena mulher, perdida no meio da multidão que segue Jesus. Não ousa a falar como Jairo, o chefe da Sinagoga, que fez Jesus ir até sua casa. Ela nunca teria toda essa sorte.
Ninguém sabe que ela é uma mulher marcada por uma doença secreta. Os escribas ensinavam que uma mulher com perca de sangue era "impura". Ela passou anos em busca de um curandeiro, mas ninguém conseguiu curá-la. Onde se pode encontrar uma saúde para se viver com dignidade?
Muitas pessoas entre nós, vivem experiências semelhantes. Humilhadas por feridas secretas que ninguém conhece, sem forças para confiar em alguém a sua "doença". Como procurar ajuda, conforto e paz sem saber onde encontrá-las? Sentem-se culpadas, achando muitas vezes, que são as únicas vítimas.
Boas pessoas que se sentem indignas de se aproximar para receber a Cristo em comunhão, cristãos piedosos que viveram sofrendo de forma doentia, por terem sido ensinados a se ver como sujos e pecaminosos, tudo por causa de sua sexualidade. Cristãos que, no final de sua vida, não sabem como quebrar a cadeia de confissões e comunhões supostamente profanas... Eles nunca conhecerão a paz?


De acordo com a história, a mulher, que "ouve Jesus", intui que está diante de alguém que pode tirar a "impureza" de seu corpo, de uma vida inteira. Jesus não fala sobre dignidade ou indignidade. Sua mensagem fala de amor. Ele irradia força e cura.

A mulher busca sua própria maneira de conhecer Jesus. Ela não se sente forte o suficiente para olhar em seus olhos: ela chega calmamente atrás dele, envergonhada de sua doença. Não queria tocá-lo fisicamente, bastava tocar em seu manto. Não importa. Nada importa. Limpe o suficiente para sentir grande confiança em ti Jesus.

Diz ele: Esta mulher não é para constranger ninguém. O que ela fez não é ruim. Foi um gesto de fé. Jesus tem suas maneiras de curar feridas secretas, e diz para aqueles e aquelas que o procuram: "Meu/Minha filho/filha a tua fé te curou. Tenha Paz e Saúde".

Baseado no texto de José Antônio Pagola.
Fonte: blogs.periodistadigital.com.


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