segunda-feira, 6 de julho de 2015

FOI ADÃO E EVA UM CASAL HETEROSSEXUAL?

Adam and Eve - Jan Gossaert

Um dos argumentos mais repetidos e menos lógico contra a homossexualidade é que Deus criou "Adão e Eva e não Adão e Steve ou Eva e Maria". Este argumento sugere que, por ter sido heterossexual o primeiro casal, todos os outros casais seguintes também se destinavam a serem. A falha de lógica é aparente. Se seguirmos a mesma lógica correremos sérios problemas: Se os dois primeiros seres humanos fossem o padrão pretendido por Deus, e, quaisquer desvios desse padrão fosse contrário à Sua vontade, então, seguindo a mesma lógica, devemos concluir que quem não fosse da mesma cor deles (seja lá a cor que tenham sido), ou não tivessem a mesma cor dos olhos ou cabelos, também seriam contrários à vontade dEle. Quando falamos sobre cor de pele "certa" ou "errada", sabemos que entramos em um terreno bem perigoso!
Mas olhemos novamente para nossos primeiros pais, Adão e Eva. Muito do que sabemos sobre eles, sobre o jardim e a queda, baseia-se mais na tradição medieval e em pinturas do que nas próprias Escrituras. (Como sabemos, a Bíblia nunca relatou que o fruto comido foi uma maçã). Uma leitura cuidadosa do texto hebraico irá revelar algumas coisas surpreendentes sobre este casal.

As Escrituras nos diz que Deus fez o homem do pó da terra. Este primeiro homem é conhecido por nós como Adão, mas Adam não era originalmente um nome próprio. Adam, mais propriamente escrito com um "a" minúsculo não é nada mais do que a palavra hebraica para ser humano. Então, Deus criou Adão
אדם (ah-DAM), um ser humano criado a partir do pó. O ser humano foi colocado no jardim do Éden. No jardim também existiam os animais que Deus criara, e coube a este ser humano dá-lhes todos os nomes. A ordem mundial era diferente até então: Pois não havia pecado e nem morte, e, por não haver morte, não havia necessidade alguma para qualquer tipo procriação. (Se os animais tivessem se reproduzido em um jardim fechado, e nunca morressem, logo viraria uma superpopulação maciça.) O homem deu um nome para si mesmo, diferente da palavra adam, dada por Deus. Adão chamou a si mesmo de אנוש "Enos". Este não é exatamente um nome próprio, mas significa homem. (Enos é a mais antiga forma de nome. Em hebraico bíblico moderno, esta palavra tornou-se איש "ish".) Os nomes próprios não eram necessários devido ao fato de que havia apenas um homem, e apenas um número limitado de animais. (Se havia só um tigre e uma tigresa, um leão e uma leoa etc., poderiam ser chamados assim, outros nomes não se faziam necessários).

Foi o emparelhamento de todas as outras criaturas que causou ao homem seu primeiro "problema". O leão tinha uma leoa que poderia ser reconhecida "como ela". A tigresa tinha o tigre e assim sucessivamente. Mas, embora existissem muitas espécies que se parecessem com o homem, não havia nenhuma outra no jardim que "Enos" pudesse reconhecer como sendo dele. A esse respeito, estava sozinho.

Deus diz que não é bom para adam ficar sozinho (Gênesis 2:18) e fala "Vou fazer uma auxiliadora idônea para ele." (Versão King James). Mas o que o hebraico diz aqui e a maneira que Deus faz essa "ajuda", diz-nos muito sobre a criatura que estava prestes a ser apresentada ao homem. As palavras traduzidas como "auxiliadora idônea" são עזר כנגדו E-zer k'NEG-do. A palavra עזר "ezer" significa "ajudante". Mas, há mais do que isso. Veja, o hebraico não tem gênero neutro; cada palavra ou é masculina ou feminina. A maioria dos substantivos que se referem a pessoas tem tanto uma forma masculina quanto uma feminina, como "ator" e "atriz" em português. Ezer é masculina. A forma feminina seria עזרה Ezra. Mas Deus não disse que faria uma Ezra. Ele usou a forma masculina, ezer. A segunda metade do texto é כנגדו k'negdo, significa "como oposto a ele", isto é, como uma imagem espelhada.

A maneira que Deus criou esse ajudante é também significativa. Ele poderia facilmente ter tomado do mesmo pó que fez Adão, e formado  o ajudante. Em vez disso, encontramos que Ele tomou uma costela do homem e fez sua mulher. Isto é muito significativo. Pelo que sabemos agora sobre genética, podemos compreender que o que Deus fez, embora pareça assustador de dizê-lo, foi o clone do outro "adam" a partir de sua costela. Porque o novo "adam" foi feito a partir do DNA do primeiro Adão? Ele era geneticamente idêntico ao outro em todos os sentidos? (Eva foi também chamada de Adam em Gênesis 1:27, o hebraico nos diz que "adam" foi feito com ambos os sexos masculino e feminino, Gênesis 5:1-2 nos diz a mesma coisa, que o seu nome foi "adam"). Deus faz essa nova pessoa, chamada אנשה "inshah", que é simplesmente a forma feminina de Enos. Isso significa "mulher". (Hebraico bíblico moderno e moderno: אשה ishah). Mas sabemos por experiências de clonagens modernas que um clone não pode ter  sexo diferente do original. Portanto, a mulher teria sido realmente diferente do homem? (Lembre-se que ainda não havia necessidade para reprodução). A resposta de Adão quando conheceu a mulher pela primeira vez confirma isso. Volte para o momento em que você era apenas uma criança e, pela primeira vez vê uma criança do sexo oposto ao seu nua. Sem dúvidas, reparou a "diferença". E, no entanto, a diferença entre meninos nus e meninas nuas é mínima comparada com de adultos, onde a "diferença" é muito mais pronunciada. Mesmo com toda a diferença, quando Adão vê sua esposa pela primeira vez (Lembre-se que ele nunca tinha visto uma fêmea antes), ele não diz "O que são essas coisas?" ou "Porque está faltando as partes debaixo dela?". Se havia uma diferença física, ele teria notado imediatamente. Em vez disso, ele a reconhece como "ossos dos meus ossos e carne da minha carne". Ele sabia que ela era a sua imagem no espelho, o seu homólogo. E dá-lhe o equivalente de seu nome feminino para si mesmo.

A necessidade de procriação surgiu como resultado da queda. Por causa do pecado, havia agora a morte, e com a expulsão do jardim, havia um mundo inteiro para preencher. Toda a criação agora necessitava reproduzir. Ter filhos foi parte da maldição colocada sobre a mulher. Traduzindo o hebraico, Deus lhe disse: "Eu certamente irei multiplicar sua tristeza e gravidez. Com tristezas você terá filhos, e seu desejo será para o seu homem (literalmente, em direção a seu Enos), e ele te dominará". Assim, vemos que a gravidez, trazendo crianças, não fazia parte de seu estado original, mas foi parte da maldição. Então, ser fértil não fazia parte de seu design original, ela não precisaria originalmente daqueles órgãos associados a procriação das crianças. (Também era possível que seu marido não tivesse órgãos associados a reprodução antes da queda). O que está nítido é o seguinte: Antes de seu pecado e expulsão, homem e mulher eram iguais, não parecia ter diferenças físicas entre eles. O seu DNA era idêntico. Eles não eram heterossexuais, no sentido moderno da palavra, pois não havia sexualidade de qualquer tipo, nem qualquer diferença entre os sexos. Na verdade, a única diferença evidente nas Escrituras antes da queda era gramatical: Ambos eram adam, mas ele era Enos e ela Inshah. A diferença só servia para salientar a forma como era falado "adam". (Por exemplo, um leão e uma leoa: se eles tinham originalmente o físico idêntico, os diferentes títulos serviam apenas para indicar que se falava do gato maior, e não para refletir qualquer diferença física).

Após a queda, quando as mudanças ocorreram, o que realmente afetou toda a ordem do mundo, Adão deu a sua mulher um novo nome. (Estas alterações incluíam dieta, pois antes da queda, nenhum animal havia comido outro). Quando Adão percebeu que sua esposa estava tendo filhos, ele lhe dá o nome que refletia seu novo status; ele a chamou de Eva (em hebraico: חוה CHAV-ah - "viva"), pois ela seria mãe de todos os seres viventes. Assim, vemos que antes da queda, ela não era uma mãe, ela não era Eva, e fisicamente, não era do sexo feminino como entendemos a palavra. Assim, uma das primeiras consequências do pecado que surgiu foi a heterossexualidade, necessária para substituir os seres humanos e animais que morreriam. Mas, além disso, veio ser a homossexualidade a evitar o excesso de população no mundo. (Fonte: "Exuberância Biológica: Homossexualidade Animal e Diversidade Natural", de Bruce Bagemihl, PH.D). Apesar de ter sido o pecado que trouxe esta a existir, foi Deus quem projetou a nova ordem que resultou do nosso pecado. Sua nova ordem para criação, incluindo a sexualidade, ausente no jardim, inclui as orientações sexuais que conhecemos hoje.

PERGUNTA: Não foi o mandamento "Sede fecundo, multiplicai-vos e enchei a terra" (Gn. 1:28) dado antes da queda?

RESPOSTA: Não. É importante compreender que o primeiro capítulo de Gênesis é uma visão geral de toda a criação, e inclui os eventos, tanto de antes da queda quanto após a queda. O capítulo dois, em seguida, volta e conta a história da criação do homem com mais detalhes, incluindo as especificidades da queda e da expulsão do jardim.
Então, como vamos saber quais eram os capítulos de depois da queda? A lógica é simples. Antes da queda, o homem e os animais estavam no jardim, um espaço fechado por quatro rios. Isso traz dois pontos importantes:
  1. Na ausência de morte, não faria sentido algum para Deus ordenar que alguém ou alguma coisa se reproduzisse em um espaço fechado. Os ratos e coelhos sozinhos tomariam o lugar em questão de meses, se não semanas!
  2. Observe que o mandamento dado ao homem foi para "encher a terra". (Tradução melhor: Enchei a terra). Mas antes da queda, o homem estava no jardim e não tinha acesso a toda a terra, de modo que não poderia preenche-la, evidentemente que este mandamento foi dado depois da queda!
Fonte: jesuslovesgays.blogspot.com.

Nenhum comentário:

Postar um comentário