segunda-feira, 14 de março de 2016

THE NORMAL HEART

 


Ryan Murphy e sua equipe adaptam a apaixonante história provocadora de Larry Kramer de um ativista da AIDS que se enfurece contra a morte de muitas e muitas luzes.

O livro Very Recent History de Choire Sicha há uma passagem que descreve o buraco geracional deixado pelo HIV/Aids na comunidade Gay, na cidade e no mundo:
"Algumas pessoas estão desaparecidas ...Digo, pelo menos cinquenta mil homens desapareceram da cidade ao longo da vida de John. Eram pessoa que teriam sido colegas de trabalho, mentores, chefes, proprietários, milionários, metroviários, vizinhos, caras para se pegar nos bares, nas bibliotecas, na internet, pessoas com conselhos, bons ou ruins, com ideias, boas ou más, empresários, pais adotivos, ou perseguidores de internet, ou políticos, ou secretários, conhecidos ou pintores, pessoas do cubículo ao lado. Mas elas não estavam lá".
The Normal Heart é a história daquele buraco: como ele se abriu, o que o afirmou, a raiva e as lágrimas que o levaram a engolir mais pessoas. Quando estreou em 1985 como uma peça de teatro do ativista Larry Kramer, era para ser um sinal de alarme de um incêndio totalmente ardente, exigindo que as pessoas prestassem atenção e os governos indiferentes combatessem a epidemia. Agora definido como filme pelo diretor Ryan Murphy (e Kramer que adaptou sua própria peça), depois que a doença foi atenuada e não eliminada, é uma história, uma história insistente e furiosa que, exige que o mesmo não seja arquivado ou esquecido, para que não se repita.

O filme inicia, como em qualquer filme de catástrofe, nos últimos momentos antes da calamidade: em 1981, na ilha do Fogo, cujo frequentadores habituais estão desfrutando de um fim de semana ensolarado da liberdade sexual.  Em seguida, um jovem aparentemente saudável cai. Como a propagação do "câncer gay" confundia as comunidades médica e homossexual, Weeks Ned (Mark Ruffalo), um escritor ativista reúne-se com a Dra. Emma Brookner (Júlia Roberts), que suspeita que o "câncer" seja sexualmente transmitido. "Onde está a boca grande que ouvi dizer que você tem?", pergunta ela. "Ter boca grande é um sintoma?", retruca ele. "Não", diz ela: "É a cura".

É um medicamento que ninguém mais quer engolir, nem o governo lento para dedicar recursos à epidemia, nem as principais organizações LGBT, que fizeram parte da liberdade sexual de sua identidade e não querem ouvir uma mensagem de abstinência porque "essa porra pode matar você". Weeks está acostumado a ser irritante; já tornou-se impopular com um romance onde argumenta para hedonistas gays que "tanto faz encontrar um amor impossível". Agora ele é irritante com uma causa, um martelo em um mundo cheio de unhas, e Ruffalo desempenha-o sem cortes.

Além de tratar sobre o horror amanhecer da Aids, esta é uma história amplamente sobre o ativismo que é preciso fazer mudanças. Trabalhar dentro ou fora do sistema? Moderação ou Militância? Levar simpatia ou o inferno? O roteiro de Kramer toma partido, recusando-se a pôr a mão sobre a história de como Weeks vai de encontro aos gostos moderados de Bruce Niles (Taylor Kitsch), um veterano de guerra enrustido e escolhido para ser o rosto palatável do ativismo da Aids. Weeks tem uma predisposição de ser aquele cara que grita, desconcerta, tira as pessoas de tempo, desencadeia a lei.

Ao mesmo tempo, é uma história de amor entre Weeks e o repórter do New York Times Félix Turner (Matt Bomer), cuja relação começa irritada, cresce sexy e torna-se terna e trágica.
ASSISTA O TRAILER DO FILME.

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