sábado, 20 de dezembro de 2014

DIA 9: JESUS PERANTE O MAGISTRADO (SÉRIE GAY DA PAIXÃO DE CRISTO)

9. Jesus perante o magistrado (de A Paixão de Cristo: Uma Visão Gay) por Douglas Blanchard


"Mas ele não lhe respondeu, nem mesmo uma única palavra; de modo que o governador ficou muito maravilhado." - Mateus 27:14 (RSV) O réu se recusa a aceitar um acordo judicial em "Jesus perante o Magistrado." Jesus é colocado entre seu advogado e um guarda calçado em botas militar de cano alto até o joelho. Dois homens engravatados estão a folhear papéis, mas nada parece acontecer nesse tribunal genérico. Todos eles, inclusive o juiz, olham como peões sem rostos em uma burocracia ameaçadoramente complexa. Não há júri. Um poste atrás da mesa do juiz é encimado por uma águia, um símbolo partilhado pela Roma imperial - e os Estados Unidos. Neste cenário anti-séptico, imparcial ha uma falha, Jesus é considerado culpado de traição e condenado à morte. Esta pintura é uma versão moderna do julgamento de Jesus perante o governador romano, Pôncio Pilatos. A Bíblia diz que, depois de ser considerado culpado pelos sacerdotes, eles o levaram para o governador para um segundo julgamento. Jesus era um judeu blasfemo condenado sob as leis de seu próprio povo, mas isso não era crime aos olhos das forças de ocupação romanas. Os sacerdotes queriam Jesus executado, então mudaram a acusação de traição para um crime capital sob a lei do governo romano que ocupavam suas terras. A Bíblia está repleta de diálogos suculentos, personagens e detalhes sobre o interrogatório e as interações entre Jesus e Pilatos. O episódio foi dramatizado - e às vezes sobre-dramatizado - como a primeira parada das estações tradicionais da Cruz. sensacional cena tem sido feita para agradar ao público em peças medievais e filmes contemporâneos sobre a vida e a Paixão de Cristo. Todos os quatro evangelhos contam que Pilatos tentou com várias táticas evitar a responsabilidade pela morte de Jesus. A multidão enfurecida e a gravidade das acusações eventualmente forçaram Pilatos a autorizar a pena de morte. Os líderes romanos e judeus eram inimigos, mas concordaram que o homem que amou sem limites devia morrer. O julgamento de Jesus perante Pilatos é uma das imagens mais marcantes na arte cristã, que remonta nos sarcófagos do século IV nas catacumbas de Roma. Alguns artistas retratam Pilatos como um tirano cruel ou um político inteligente, mas Blanchard opta por mostrar-lhe como um burocrata insensível, demasiadamente brando para fazer uma vilão memorável. Esta pintura tem todo o cenário exagerado e desnudo com enfeites que foram cultivados por inúmeros artistas ao longo dos séculos: Não existem padres acusando Jesus de "perverter" a nação. Jesus não se envolve em réplicas um-a-um com o governador. O rei Herodes, Barrabás, e a esposa de Pilatos não aparecem. Pilatos não lava as mãos ritualmente para absolver a si mesmo. Blanchard condensa toda a ação em uma única e simples cena. O resultado discreto é uma das imagens mais tranquilas de toda a sua série da Paixão. A pintura traz a verdade nua e crua: Jesus era um ninguém no sistema de justiça romano. A decisão de matar o filho de Deus não era grande coisa. Foi o que aconteceu, sem alarde, e pode acontecer de novo agora em algum lugar perto de sua casa. Em última análise, Jesus foi executado por traição, mas o seu "crime" poderia ter tido outro nome diferente em um outro tempo e lugar. As pessoas podem se relacionar com a experiência de um homem preso em um sistema que é manipulado contra ele. A opressão mortal começa com palavras de insulto que servem para demonizar e desumanizar um grupo-alvo, abrindo o caminho para atos de violência. Esta dura verdade é ilustrada em "Estações da Cruz: a luta pela Igualdade LGBT" por Mary Botão artista do Tenessi. Na Estação 1 ela justapõe Jesus sendo condenado à morte com o primeiro uso do insulto gay "bicha" em versão impressa (em um guia de 1913 na Germânia). Xingamentos podem escalar ao crime. Insultos anti-gay são parte do continuum de opressão que inclui assassinatos por aqueles que visam expurgar a sociedade das minorias sexuais. A cena de Jesus com o governador também é uma realidade em tribunais de todo o mundo. Muitos países ainda proíbem atos consensual do mesmo sexo entre adultos, e um punhado de nações os punem com a morte. Mesmo onde não há perseguições patrocinadas pelo Estado, as pessoas estão lutando para aprovar leis que reconhecem uniões do mesmo sexo e de proteção as pessoas LGBT contra a discriminação.


"E começaram a acusá-lo, dizendo:" Achamos este homem pervertendo a nossa nação." - Lucas 23:2 (RSV).

Os sacerdotes levaram Jesus ao magistrado, Pilatos, exigindo que impusesse a pena de morte. A sede do governo foi agitada com burocratas desapaixonados. Para Jesus, a única lei era o amor - amor a título definitivo para Deus e para as pessoas. Ele ficou em silêncio neste lugar estranho, onde as leis sem amor levam a injustiça. Usaram o sistema legal para forçar uma "paz" desconfortável para a população local, suprimindo sua cultura e sua própria identidade. A legislação de Pilatos era como aquelas que inventam o "não pergunte, não diga" contra a política de "Lei de Defesa do casamento." Pilatos via apenas um ponto de vista tacanho quando perguntou a Jesus: O que você fez? Respondeu Jesus: Eu vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Intrigado, o magistrado o interrogou com outra pergunta: O que é a verdade?

Jesus, me mostre a sua verdade.

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